sexta-feira, 29 de julho de 2011

Novidades na Agricultura Sustentável

Agricultura Sustentável
A agricultura é uma das áreas mais importantes para a sociedade. No caso da agricultura sustentável, existem dois objetos centrais: ter um grande lucro, e usar de tecnologias de produção e extração que não causem danos a natureza. Na realidade, esses dois motivos estão diretamente interligados, pois se a terra do próprio agricultor é renovável (ambientalmente correta), consequentemente há uma maior independência de compras externas (de terras, de adubos, de máquinas, etc.).

Podem existir tecnologias e novidades da agricultura sustentável que sejam caras no primeiro momento, mas, com certeza, que rendem muito em longo prazo.

Entre as novidades da sustentabilidade aplicadas na agricultura destacam-se: a técnica conhecida como adubação verde, que tem como vantagens uma maior duração de matéria orgânica na terra, isso ocorre devido à mistura dos nutrientes e componentes que também repõem os sais minerais no solo desgastado.

Para a geração de energia para a fazenda, os projetos e tecnologias que usam gases liberados dos resíduos para produzir energia é uma ótima novidade. Outro exemplo de cultura sustentável são as fazendas produtoras de cana-de-açúcar que fazem o reaproveitamento do bagaço da cana, para utilizar a energia sustentável.

Outro ponto interessante é que existe muitas tecnologias simples para se repelir as pragas das plantações, como o uso de produtos naturais para a expulsão de lesmas e caramujos nas hortas, por exemplo. Obviamente que esses métodos só funcionam em pequenas culturas (as culturas familiares). Isso ajuda extremamente na redução do uso de agrotóxicos na plantação.

O desenvolvimento tecnológico e a aplicação da agricultura sustentável caminham juntos, pois na medida em que se aplicam os conceitos da sustentabilidade na agricultura, descobrem-se novidades técnicas, mais limpas (ecologicamente) e mais baratas ao próprio produtor.

Com a participação da sociedade, como por exemplo, com a escolha por frutas orgânicas ao invés das transgênicas, toda a agricultura começaria a tomar a direção da sustentabilidade. Então, além da utilização das técnicas e novidades da agricultura sustentável, é necessária a divulgação da sua importância na própria sociedade geral.

Estado avança na adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção

O processo de adesão do Estado ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA) tem mais uma importante etapa no início da próxima semana. A Coordenadoria de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Cispoa) recebe, de segunda a quarta-feira, uma equipe do Ministério da Agricultura que auditará um estabelecimento que processa alimentos na regional de Porto Alegre.

Será verificado se o estado do RS possui procedimentos de inspeção equivalentes a Inspeção Federal no que se refere a garantia da qualidade e inocuidade dos produtos de origem animal. A auditoria no estabelecimento servirá para aferição do funcionamento do serviço de inspeção.

Com a aprovação, os estabelecimentos industriais registrados e indicados pela CISPOA poderão comercializar seus produtos fora do Estado, o que hoje só ocorre para os estabelecimentos registrados no Ministério da Agricultura e fiscalizados pelo Serviço de Inspeção Federal. A partir da adesão, o Rio Grande do Sul passará, junto com o Ministério da Agricultura, a realizar auditorias nos serviços de inspeção municipais que, após aprovação também poderão indicar indústrias sob sua jurisdição para realizar comércio intermunicipal e interestadual.

Segundo a médica veterinária Ângela Antunes de Souza, Coordenadora de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal, com isso os serviços de inspeçãoganharão em qualidade, pois terão adequação de procedimentos e equivalência sanitária. Em relação as empresas, estima que haverá ampliação de mercado.

Entenda

O Sistema Unificado de Atenção a Sanidade Agropecuária (SUASA) opera em conformidade com os princípios e definições da sanidade agropecuária, incluindo o controle de atividades de saúde, sanidade, inspeção, fiscalização, educação, vigilância de animais, vegetais, insumos e produtos de origem animal. O Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA) integra o SUASA. O Objetivo do SISBI é promover a harmonização e padronização de procedimentos de inspeção de produtos de origem animal entre o serviço de inspeção federal, estadual e municipal, de maneira que os procedimentos e organização da inspeção se façam por métodos universalizados e aplicados equitativamente em todos os estabelecimentos inspecionados.

Com a finalidade de discutir o processo de Adesão ao SISBI-POA, o Estado do Rio Grande do Sul passou por uma auditoria orientativa do MAPA em junho de 2009, onde foram apontadas as principais falhas relacionadas ao serviço oficial de inspeção estadual. Entretanto, na época, não foram tomadas ações corretivas, tendo em vista que a adesão a este sistema não era prioridade.

Com base neste relatório e, principalmente, na nova política de governo, em janeiro de 2011 iniciou-se na SEAPA um processo de retomada das discussões sobre a adesão do Estado, tendo como metas obter a integral equivalência reconhecida pelo MAPA, realizar auditorias em todos os Serviços de Inspeção Municipal inseridos no SISBI no estado do RS e adequar todos os estabelecimentos registrados na CISPOA ao SISBI em um prazo de cinco anos.

As ações da SEAPA, somadas a publicação do Decreto Federal n° 7524 de 12 de julho de 2011, confirmou-se a realização da auditoria do MAPA nos dias 01, 02 e 03 de agosto..

A adesão do Estado a este Sistema trará grandes benefícios às agroindústrias locais, tanto as registradas nos Serviços de Inspeções Municipais (SIM), quanto às registradas na CISPOA, considerando que estas poderão ampliar seus mercados ao comércio intermunicipal e interestadual e terão melhorias na qualidade de seus produtos.

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Investimento em tecnologia nas lavouras contribui para o crescimento nas vendas de fertilizantes no RS

Bons preços dos grãos e aumento na área agrícola fazem produtor antecipar planejamento do plantio das culturas de verão

Os bons preços dos grãos, especialmente da soja, que deixaram o agricultor do Rio Grande do Sul mais capitalizado, o aumento na área agrícola das propriedades e o maior investimento em tecnologia são os principais fatores que contribuem para o crescimento nas vendas de fertilizantes no Estado. O primeiro semestre fechou com aumento de 25,07% ante igual período do ano passado, alcançando 1,07 milhão de toneladas.

Com essa grande procura antecipada por parte dos produtores, que já estão planejando o plantio das culturas de verão, que se inicia em setembro, a tendência é de uma acomodação nos negócios neste segundo semestre. Para o presidente do Sindicato da Indústria de Adubos do Rio Grande do Sul (Siargs), Torvaldo Antonio Marzolla Filho, a justificativa também está em um provável reajuste no preço do produto.

– Os produtores são muito bem-informados e anteciparam as compras para o primeiro semestre, pois, devido ao aumento na demanda, o preço dos fertilizantes deve subir neste segundo semestre – ressalta Marzolla.

Depois de uma safra recorde, o agricultor Cristiano Pierdoná, sonha repetir o bom desempenho em 2012 – 62 sacas por hectare em média na soja e 194 sacas no milho. O planejamento para o próximo ciclo de verão – agora no inverno semeou 120 hectares de trigo, 80 hectares de aveia e 60 hectares de cevada – o fez investir R$ 350 mil ainda em fevereiro para adquirir 400 toneladas de fertilizantes. A quantidade representa a metade do previsto para os 500 hectares no interior de Passo Fundo (RS).

Para o produtor, a queda do câmbio e a desvalorização recente de cotações agrícolas como a soja exigem organização prévia para alcançar uma safra positiva. Pierdoná pretende adquirir o restante dos insumos necessários mais próximo do plantio de milho, previsto para agosto, e de soja, até o início de novembro.

– O mercado oscila muito e tem de estar atento. Antecipando, o preço pode ser melhor – observa.

Além da compra antecipada, afirma o vice-presidente da Cotrijal, Jairo Kohlrausch, os produtores estão buscando produtos de melhor qualidade, pois precisam ser mais competitivos e garantir uma colheita farta. Segundo o presidente do Siargs, enquanto nos últimos 12 anos a área de plantio cresceu 30% no Brasil, a produção aumentou 179%, tendo como grande aliado o investimento cada vez maior em tecnologia.

Quem ainda não foi às compras pode ficar tranquilo. O diretor da Fertilizantes Piratini, José Claudino dos Santos, acredita que não há risco de falta do produto, pois os estoques foram respostos. Seguindo a tendência estadual, a indústria também registrou alta de 25% dos negócios no primeiro semestre.

ZERO HORA

Suínos/CEPEA: Agora, RS e SC lideram reajustes do vivo

Após fortes valorizações do suíno vivo e da carne nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná nas últimas semanas, agora é a vez das regiões de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul apresentarem reajustes significativos, conforme dados do Cepea. A resposta dos dois estados veio somente agora porque o mercado no Sul se caracteriza pelo maior número de integrações, o que torna mais lento o repasse tanto de quedas quanto de altas. Já no mercado da carne, os preços no atacado da Grande São Paulo enfraqueceram, segundo levantamentos do Cepea.

Cepea/Esalq

Parte do excedente de arroz da safra gaúcha será destinada para ração animal

Conab realizará leilões para que criadores adquiram cerca de 500 mil toneladas

O governo federal publicará na próxima semana uma portaria interministerial que trata da destinação de parte do excedente de arroz do Rio Grande do Sul para ração animal. Segundo o secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizará leilões para que criadores de aves e suínos adquiram cerca de 500 mil toneladas de arroz diretamente dos produtores.

Bittencourt disse que a medida é viável graças à ação do governo do Rio Grande do Sul de desonerar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

– A transformação desse volume de arroz em ração animal ajuda no equilíbrio não só desta safra, mas também no da próxima porque, se fosse para os estoques, esse volume pressionaria os preços para baixo no ano que vem. É uma medida a mais para reduzir o excesso de oferta de produto e aumentar o preço, que ainda está abaixo do preço mínimo – relatou.

Por ser um produto pouco exportado no mundo, o valor do arroz não foi influenciado pela alta das commodities agrícolas. Há um mês, quando o governo adotou medidas efetivas para “enxugar” o excedente do produto, o preço da saca de 50 quilos era R$ 19, enquanto o preço mínimo estabelecido pelo governo é R$ 25,80.

A meta do governo para forçar a equiparação do preço de mercado ao mínimo estabelecido é incluir nos estoques públicos todo o excedente produzido e ainda aumentar as exportações em 600 mil toneladas, criando um déficit no mercado. Nesse cenário, a proposta de transformar arroz em ração no Rio Grande do Sul, responsável por 60% da produção nacional, foi ao encontro do objetivo do governo.

Além disso, os produtores de aves e suínos do Rio Grande do Sul têm dificuldades no suprimento de milho para a sua criação, o que torna ainda mais importante o uso do arroz como substituto do milho, que está com os preços elevados.

AGÊNCIA BRASIL

Rio Grande do Sul tem maior imposto sobre leite de soja na região Sul do país

Alíquota do ICMS é de 25% no Estado. Alta taxa prejudica tanto o consumidor quanto o agricultor

Wagner Machado
Ser um dos maiores produtores de soja do país não traz vantagens ao Rio Grande do Sul na hora em que o produto vai para o copo. O Estado ostenta o maior imposto sobre bebidas à base da oleaginosa na região Sul do país. O resultado é o subaproveitamento de uma das principais culturas gaúchas.

Enquanto em Santa Catarina e no Paraná o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é de 12%, no RS a alíquota é de 25%. Essa disparidade prejudica tanto o consumidor quanto o agricultor: com o preço alto nas gôndolas do supermercado, vende-se menos. Segundo a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), a média da bebida de soja está acima de R$ 4. Conforme a Associação Paranaense de Supermercados, o custo é de R$ 3,2.

– E isso ocorre no Estado que é o terceiro maior produtor de soja do Brasil, atrás somente de Mato Grosso e Paraná. Essa tributação reduz o consumo do leite de soja. O líquido, antes considerado artigo de luxo, agora é básico em Santa Catarina e no Paraná, por exemplo – argumenta o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo.

Uma audiência será marcada por Longo com o governador Tarso Genro, na expectativa de reverter o quadro. Intenção que tem o respaldo da Associação dos Produtores de Soja do Rio Grande do Sul. Conforme o diretor Laercio Jorge Pilau, todos ganhariam com um menor tributo nos derivados líquidos da soja.

– É questão de lógica: diminui o valor, todos se beneficiam. Bom para o agricultor, para o consumidor e também para o Estado – resume Pilau.

Alanys da Silva tinha apenas seis meses quando os pais descobriram que a filha tinha intolerância à lactose. A saída para mantê-la bem nutrida foi o leite de soja. O alto custo do produto, porém, não se encaixou no orçamento da família, que recorreu ao governo do Estado.

Em Nova Petrópolis (RS), a Cooperativa Piá produz 200 mil litros de suco mensalmente. De acordo com o supervisor comercial da Olvebra, Marcos Ambrosini, a produção gaúcha ainda é tímida, mas com incentivo, outros teriam acesso aos benefícios do grão.

Conforme a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Fazenda, o imposto de 25% é padrão para todos os tipos de bebidas. Para mudar a alíquota, seria necessário alterar a legislação, como ocorreu com empresas gaúchas de refrigerante, vinho e suco.

Segundo a professora de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Erna Jong, o conceito de leite de soja se popularizou a partir de 1979 quando foi criada a máquina chamada vaca mecânica para extrair o líquido do vegetal. Apesar de usual, a palavra leite só poderia ser usada para a bebida de mamíferos. O correto seria falar em extrato de soja ou bebida. Atualmente, com a tecnologia, a cor amarela e o gosto amargo já podem ser substituídos.

ZERO HORA

Triticale como alternativa para alimentação de suínos e aves

O triticale é um grão produzido como fruto do cruzamento entre o trigo e o centeio. Esse grão permite a manutenção da palhada nos solos mais fracos ou arenosos, contribuindo amplamente com o sistema de plantio direto. É considerada uma espécie muito tolerante a estiagem, com boa resistência a solos ácidos, pobres, arenosos e com presença de alumínio, além de ser uma cultura tolerante a temperaturas mais baixas.

Esse grão é basicamente utilizado para nutrição animal e em menor quantidade para alimentação humana, por meio de seu uso na produção de biscoitos de água e sal e cream craker, dispensando o uso de determinados aditivos, que por sua vez, seriam necessários quando esses alimentos são produzidos somente com trigo.

O pesquisador da Embrapa Trigo, Alfredo do Nascimento Junior, responsável por pesquisas com o triticale, enfatiza o potencial produtivo do triticale na região central do Brasil, como cereal para cultivo alternativo na segunda safra, tanto por ser uma espécie de grande tolerância a ocorrência de pouca chuva.

Segundo ele, os países que mais produzem triticale no mundo são: Polônia, Bielorússia, Alemanha e França, sendo que o crescimento da área mundial produzida foi de 11%, entre 2008 e 2009. “Na Polônia, por exemplo, o produtor usa o triticale para alimentar suas criações, dentro da própria propriedade, reduzindo suas despesas com custos com rações e aumentando a sustentabilidade de seu negócio.

Entretanto, no Brasil, observa-se redução gradual na área de cultivo. Alfredo lembrou ainda que em 2005, o triticale foi plantado com maior amplitude na história da produção desse grão no país, com 130 mil ha. Atualmente, o estado que mais produz triticale é São Paulo, que nesse ano aumentou sua área cultivada em 116%. Os estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul também cultivam triticale. Desta forma, no Brasil a área total prevista de colheita na safra 2011 é de 56 mil ha e 20% superior à área em 2010.

“Infelizmente, desde 2009, o triticale vem perdendo espaço para o milho. Isso é muito ruim para o produtor de suínos e aves, pois com o preço do milho elevado, as cadeias produtivas de carnes e aves estão se tornando inviáveis. Assim, como foi realizado com o arroz, o governo poderia incentivar o cultivo de culturas alternativas ao milho, como o triticale. Precisamos definir novas alternativas para alimentação de suínos e aves no pais”, destacou Alfredo. Ele ressaltou ainda que antes de decidir o que produzir é importante que o produtor identifique as possibilidades de uso e comercialização de sua produção.

MS Notícias

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Código Florestal: Senadores sugerem incentivos para reflorestamento em propriedade familiar

Três novas propostas preveem benefícios a pessoas físicas ou jurídicas que aplicarem recursos na recomposição da Reserva Legal.
A dispensa de áreas de Reserva Legal em pequenas propriedades, prevista no projeto de reforma do Código Florestal tem sido criticada por diversos senadores, que preferem incluir no texto incentivos para que agricultores familiares consigam recuperar e manter as áreas protegidas. Ao lado dessa discussão no âmbito do novo código, tramitam no Senado três projetos prevendo diferentes modalidades desse tipo de incentivo.
A mais recente das três propostas foi apresentada pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC), prevendo a redução de imposto de renda para pessoas físicas e jurídicas que aplicarem recursos em projetos de reflorestamento em propriedade rural familiar.
Outra proposição, da senadora Ana Rita (PT-ES), autoriza a concessão de subvenção econômica para agricultores familiares que fizerem reflorestamento ou regeneração florestal em suas terras. Também prevê o benefício para adoção de práticas de conservação e recuperação de solo.
O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) é autor de outra proposta sobre o tema, que propõe incluir permissão para plantio de espécies frutíferas e ornamentais na recomposição da Reserva Legal e das áreas de preservação permanente na Amazônia Legal e em propriedade familiar. Ele também sugere a concessão de incentivos fiscais e creditícios para essa recomposição. O projeto também prevê a possibilidade de os produtores rurais deduzirem do imposto de renda devido os gastos realizados na recomposição das áreas desmatadas e a concessão de crédito subsidiado para o plantio de frutíferas.

AGÊNCIA SENADO

Soja: comercialização brasileira da safra 2011/12 atinge 78%, diz Céleres

Notícias Agrícolas - De acordo com o levantamento da consultoria Céleres, cerca de 78% da safra 2010/11 de soja já foram comercializadas no Brasil. O maior volume de venda foi registrado no Estado do Mato Grosso, que já teve 97% da produção negociada. O Estado do Paraná e do Rio Grande do Sul já negociaram 74% e 50% do grão, respectivamente.
A consultoria estima que as vendas antecipadas do Mato Grosso da safra 2011/2012, já atinjam em torno de 15% da produção.
Com relação ao mercado doméstico, o avanço dos preços internacionais da soja, impulsionados pela demanda firme, já influenciam os preços internos que registraram ganhos de 0,7% na semana passada. Apesar disso, o avanço foi limitado pela desvalorização cambial.
Na última sexta-feira, os prêmios de exportação para agosto/11 chegaram a US$ 0,75/bushel na compra e US$ 0,80/bushel na venda, alta de 2 pontos no acumulado de uma semana. No porto de Paranaguá (PR), a cotação da saca de soja terminou a semana valendo US$ 31,80, ganho de 1,3% no acumulado de sete dias.

Só Notícias

terça-feira, 26 de julho de 2011

Produtores de soja terão ano memorável

Martha San Juan França
No mercado interno, um fator que estimula a venda dos grãos é o biodiesel

Mesmo com o dólar em queda, rentabilidade do grão subiu, o que deve se refletir em mais investimentos no campo, com compra de maquinário e melhora da lavoura.

Este ano, o produtor de soja não tem muito do que reclamar.

A previsão de safra recorde de 75 milhões de toneladas em 2010/2011 - 9% acima da anterior - puxada pelo aumento das exportações, principalmente para a China, e os preços convidativos no mercado mundial, comparados com a média do ano passado, permitem ao país a melhor rentabilidade dos últimos anos, com a retomada dos investimentos em solo, maquinário e produtividade.

Tanto que a colheita ainda não acabou em algumas regiões, mas cerca de 60% a 70% já foi comercializada.

A média do preço pago ao exportador aumentou 30,4% no semestre, em comparação com 2010, passando de US$ 375 para US$ 489 por tonelada. Segundo Otávio Celidônio, superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o resultado das exportações só não é melhor por causa da diferença cambial, porque o dólar ficou em média 9,3% mais baixo que no primeiro semestre passado e, com isso, o preço médio da tonelada em reais acabou ficando 18% maior em relação ao mesmo período.

"Por sorte, a demanda mundial está muito alta e aceita níveis de valorização do real que há pouco tempo causariam um estrago no bolso do produtor e, consequentemente, na balança comercial brasileira", diz Celidônio.

A explicação passa pela China, que absorve a maior parte da produção - a previsão é de um aumento das exportações de 28,5 milhões para 30 milhões de toneladas, sendo 66% para a China e 20% para a União Europeia.

"A China está mandando no mercado e continua sendo a grande compradora de soja do Brasil e dos outros grandes produtores, como Estados Unidos e Argentina", afirma Fábio Trigueirinho, secretário-geral da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). "Essa procura tem mantido os estoques em nível ajustado e os preços em alta."

Clima favorável

A recuperação dos preços e a demanda externa, que começou no ano passado, não foram os únicos motivos desse aumento da produção nacional. "Na safra que está sendo colhida agora, tivemos condições de produtividade acima da média em termos climáticos", acrescenta André Debastiani, analista da Agroconsult.

Ele explica que a seca do ano passado atrasou o plantio nas regiões produtoras, o que fez com que fosse executada entre outubro e novembro, um período perfeito para o melhor desenvolvimento da planta. Além disso, a seca levou à diminuição do aparecimento da praga da ferrugem asiática, que costuma prejudicar o plantio.

"O clima só não foi perfeito por causa dos estragos da chuva no sudoeste de Goiás, no Triângulo Mineiro e em Mato Grosso do Sul", afirmou Debastiani. Em compensação, houve excepcional produtividade das lavouras de soja no Mato Grosso e no Rio Grande do Sul.

Ele acrescenta outros fatores que elevaram a produtividade. "Como o produtor estava capitalizado por uma sucessão de boas safras, foi possível investir mais em semente, adubação, maquinário e no aumento da área plantada".

Os dados da Agroconsult apontam também um crescimento da área cultivada com a oleaginosa de 21,7 milhões de hectares para 23,5 milhões de hectares e a previsão é de novo aumento no próximo ano. A produtividade, segundo o analista, também cresce a cada safra. Pelo segundo ano consecutivo, o Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb) realizou um desafio nacional de máxima produtividade da planta.

"Um dos nossos objetivos é estimular, por meio da criação de estratégias sustentáveis, o aumento da produção média dos atuais 3.104 quilos por hectare para no mínimo 4 mil quilos no cerrado até 2015 e na região sul até 2020", diz Orlando Carlos Martins, presidente do Cesb. O desafio, cujo resultado será anunciado em agosto, demonstrou um aumento de produtividade de 75% em relação à média do Brasil na safra 2010/2011.

Outro fator que estimula a produção é a venda da soja para o mercado interno, motivado pelo aumento do uso de biodiesel no diesel na proporção de 5%.
Brasil Econômico

Lançado o primeiro plano safra gaúcho

O governador Tarso Genro lançou, na manhã desta segunda-feira (25), no município de Sério, no Vale do Taquari, o Plano Safra Estadual, que prevê um total de investimentos para o agricultor de R$ 1,35 bilhão, financiados pelo Banrisul, com juros reduzidos. O valor poderá ser usado para custeio, investimento e comercialização. Além dos recursos financiados pelo Banrisul, os agricultores terão disponíveis mais R$ 14 bilhões do orçamento do Governo Federal.

O ato marcou as comemorações do Dia do Colono e lotou as dependências do salão paroquial da Igreja São José, em Sério. "É uma iniciativa ousada do Rio Grande do Sul" afirmou o governador Tarso Genro. O Estado torna-se um dos primeiros do Brasil a elaborar o seu plano específico.

Para o governador, "mais do que um alinhamento com o Governo Federal, o Plano Safra Gaúcho é agente proponente de políticas voltadas à inclusão, à redução das desigualdades no campo e indutor do desenvolvimento agrícola. É resultado de amplo diálogo entre movimentos populares e sociais, Secretarias de Estado, bancos estaduais e ministérios".

Já o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, depois de ressaltar a importância das medidas de crédito contidas no plano, lembrou que o Governo Federal, na gestão do presidente Lula, iniciou o plano nacional com 23 bilhões de reais, valor que quintuplicou desde então, chegando neste ano a mais 124 bilhões de reais.

Logo em seguida afirmou que o estado não dispunha de instrumentos que articulassem as políticas públicas para o setor primário, lacuna que vem a ser preenchida pela medida anunciada pelo governador Tarso Genro. Também informou que o Governo do Estado vem investindo em projetos que representem maior sanidade e que criem instrumentos de estímulo à pesquisa e geração de tecnologias, visando o aumento da produtividade. Luiz Fernando Mainardi valorizou o papel da extensão rural. Disse que "o Plano Safra Gaúcho vai fazer com que o Estado dê um apoio maior à pesquisa e extensão rural e busque, também, novas tecnologias."

“Com isso”, justificou o secretário, “damos mais um passo para ampliarmos a renda dos produtores, estabelecendo atrativos para que permaneçam no campo, ao mesmo tem em que significa aumento da receita pública, para que o Estado possa atender as suas demandas”.

Também presente no evento, o secretário de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan, cuja pasta vai comandar a maioria dos projetos anunciados no Plano Safra Gaúcho, disse que o Governo está valorizando este importante setor que é a agricultura familiar. Alinhado com o Plano Safra Nacional para a Agricultura Familiar, lançado há uma semana, "aqui (no RS) temos políticas específicas que não são voltadas somente ao crédito e seguro agrícola. Nosso Governo vai investir em políticas de reestruturação de médio e longo prazo", disse Pavan. Em seguida, ele explicou cada um dos programas do Plano Safra Gaúcho que vão ser desenvolvidos pela SDR.

Representando os trabalhadores rurais, Frei Sérgio, da Via Campesina, disse que o Plano é muito importante e não deve ser um ponto de chegada, mas de partida. Cobrou que o Governo do Estado esteja atento às questões das dívidas dos agricultores junto ao Pronaf.

Por sua vez, a Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetag) considerou que a criação de uma Secretaria específica para os assuntos da agricultura familiar (Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo) e o Plano Safra Gaúcho monstram a preocupação do Governo do Estado com este setor. Já o presidente da Fetraf-sul, Celso Ludwig, quebrou o protocolo e chamou um representante dos pequenos agricultores para sentar ao lado do governador. Disse que se não fossem as mãos calejadas destes trabalhadores, não teríamos o pão, o leite e o alimento que vai pra nossa mesa todos os dias.

Além de dezenas de agricultores familiares, também, participaram do lançamento do Plano Safra Gaúcho a secretária Executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Márcia Quadrado, o secretário Nacional de Agricultura Familiar, Laudemir Muller, os deputados estaduais, Edgar Pretto e Luiz Fernando Schimdt, e o deputado federal Dionilso Marcon, todos do PT, e a prefeita de Sério, Dolores Kunzler.
Texto: Roger da Rosa/Aline Rodrigues/Marcos Pérez
Assessoria de Comunicação Social
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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Casca do arroz é matéria-prima para negócios inovadores no sul do Brasil

Resíduo pode ser transformado em energia, borracha, chips eletrônicos, madeira, papel, bloqueador solar e material de construção
Kellen Moraes
Líder na orizicultura nacional, o Rio Grande do Sul colheu 9 milhões de toneladas na última safra. Desse total, 22% correspondem à casca. Há uma década, cerca de 1,9 milhão de toneladas do resíduo seria um problema. Atualmente, é a solução para uma vasta gama de segmentos econômicos.

Há quem acredite que, um dia, o grão se tornará um subproduto do arroz. Considerando que o cereal é base da alimentação de mais da metade da população mundial, parece absurdo aceitar tal prognóstico. No entanto, as possibilidades de aproveitamento desse vegetal vão além dos limites gastronômicos. A casca do arroz pode ser matéria-prima para negócios lucrativos.

Em 2000, a indústria de beneficiamento Camil Alimentos, instalada em Itaqui (RS), percebeu que poderia reduzir custos se produzisse a energia que consumia. Investiu R$ 5 milhões para construir aquela que seria a primeira usina de biomassa de casca de arroz do Estado, com capacidade de 4,5 MW.

Com alto poder calorífico e regularidade térmica, o resíduo é matéria-prima para processos termelétricos com a vantagem de poluir bem menos o ambiente, ao contrário de recursos convencionais, como o carvão. Para se ter ideia, uma tonelada de casca equivale a dois barris de petróleo.

Segundo o engenheiro químico Gilberto Amato, pesquisador da Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec), atrás de créditos de carbono, fundos de pensão da Suíça e da Alemanha transformaram o Rio Grande do Sul em fornecedor de fonte para energia limpa.

– O próprio Rudolf Diesel (inventor do motor a diesel) defendia a teoria de que o agronegócio tinha de ser independente em termos de energia. E a casca do arroz propicia isso para a indústria – explica o pesquisador, autor de estudos bioquímicos sobre o cereal.

Produção de borracha, cimento e chips eletrônicos

Além do poder calorífico, a casca de arroz guarda uma propriedade preciosa. Nela, podem ser encontrados até seis vezes mais dióxido de silício (ou sílica) do que em outros cereais. Composto químico, cristalino e abundante na crosta terrestre, a sílica é responsável por uma espantosa versatilidade no uso da casca, a partir dela, pode-se produzir borracha, cimento e até chips eletrônicos.

Há 10 anos, o professor da Universidade de São Paulo (USP), Milton Ferreira de Souza, apresentou sua pesquisa na Associação Comercial e Industrial de São Borja (RS). Seu estudo indica que o composto aumenta a resistência da estrutura e reduz a espessura do concreto.

– A sílica possibilitará obras com maior espaço útil, economizando material – analisa o professor.

O aproveitamento do dióxido de silício conquistou a atenção de empresas do Rio Grande do Sul. Em Alegrete (RS), a indústria de arroz Pilecco, além de gerar energia com a queima da casca, criou um método para extrair sílica das cinzas restantes do processo de combustão. O produto é revendido e a iniciativa rendeu à empresa os prêmios Leader Quality e Qualidade Brasil.

Outra característica da casca é seu poder de bloquear a incidência solar. Gilberto Amato explica que, não fosse o resíduo, o grão de arroz não se desenvolveria.

– A radiação esterilizaria a semente. Na casca, há um sistema que impede a passagem dos raios.

Ou seja, o extrato da casca de arroz pode ser usado como protetor solar.

Fibra vegetal para fabricação de materiais que substituem a madeira

Dentre as histórias de cientistas, pesquisadores e empreendedores que se dedicaram a estudar as formas de aproveitar o arroz, está a do engenheiro químico, Luiz Ângelo Cunha. Ele descobriu que a fibra da casca aumenta a resistência e as propriedades mecânicas de outros materiais com os quais estiver combinada.

– Passei dias em laboratórios e consegui comprovar as potencialidades do resíduo – conta.

A ideia, então, foi utilizar a fibra vegetal como reforço em resinas termoplásticas para fabricação de materiais que substituem a madeira. Cunha apresentou o projeto ao Grupo Polisul, que trabalha com plantio de arroz e implementos agrícolas, com sede em Pelotas (RS), na região Sul. A partir de então, desde 2008, a Polisul passou a produzir perfilados de casca de arroz e fundou a empresa WPC Brasil para gerenciar o negócio.

A sigla WPC corresponde ao termo inglês wood plastic composities, que se refere a compostos poliméricos, usados no lugar de produtos madeireiros. Apesar dos compostos poliméricos não serem novidade, a adição de casca de arroz na combinação é pioneira. A tecnologia desenvolvida pelo engenheiro garante vantagens ao produto, como mais durabilidade e resistência a cupins e baixa absorção de umidade.

Atualmente, a WPC Brasil produz cerca de 65 mil metros lineares de perfilados por mês. No processo industrial, são utilizadas 45 toneladas de casca de arroz. A aplicação dos produtos pode ser vista em batentes de portas, deques e mobílias.

Entre outros negócios, a empresa fechou convênio com a Faculdade de Tecnologia Senai Cimatec da Bahia. A parceria venceu uma chamada pública da Financiadora de Estudos e Projetos de Inovação Tecnológica (Finep) para atender à Marinha do Brasil, construindo piers e marinas.

Além do cliente ilustre, agora diretor-industrial da WPC, Luiz Ângelo Cunha comemora uma outra recente conquista da empresa, o Prêmio Nacional de Inovação e Sustentabilidade 2010 – Categoria Negócios, concedido, em junho, pelo projeto de transformação do resíduo em matéria-prima.

ZERO HORA

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Desmatamento caiu em junho, mas mantém tendência de aumento

Brasília – Em junho, o Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) registrou 99 quilômetros quadrados (km²) de novos desmatamentos na Amazônia Legal. Na comparação com junho de 2010, houve redução de 42%. No entanto, a tendência é de avanço do desmatamento na região, segundo boletim divulgado nesta sexta-feira (22) pela organização não governamental (ONG).

No acumulado entre agosto de 2010 e junho de 2011 – primeiros 11 meses do calendário oficial do desmatamento, que vai de agosto de um ano a julho do outro – a derrubada na região somou 1.534 km², aumento de 15% em relação ao período anterior (agosto de 2009 a junho de 2010), quando os satélites registraram 1.334 km² de desmate.

Pelos cálculos do Imazon, de uma ano para outro, o ritmo do desmatamento alguns estados aumentou até 800%, caso do Tocantins. A taxa anual de desmatamento é calculada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e só deve ser divulgada em outubro ou novembro.

Em junho, segundo o Imazon, as novas derrubadas ficaram concentradas no Pará e em Mato Grosso, que juntos, foram responsáveis por 70% da área desmatada no bioma. O Pará desmatou 45km² no período e Mato Grosso, 25km². O Amazonas e Rondônia aparecem em seguida no ranking, com 19km² e 10 km² de novos desmates, respectivamente.

Além do corte raso (desmatamento total), o levantamento do Imazon mede a degradação florestal, que considera florestas intensamente exploradas por atividade madeireira ou atingidas por queimadas. Em junho, a degradação avançou sobre 193km² de áreas de floresta.

O Imazon estima que o desmatamento em junho provocou a emissão de 6,6 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) equivalente – medida que considera todos os gases de efeito estufa.

Edição: Nádia Franco
Agência Brasil
Autor: Luana Lourenço

Trigo puxa a alta das exportações gaúchas

Até junho, embarques somaram US$ 9,3 bilhões, expansão de 29,7% em valor sobre o ano passado
ANA PAULA APRATO/JC
As exportações do Rio Grande do Sul somaram US$ 9,3 bilhões entre janeiro e junho de 2011, o que representa uma alta de 8,3% em volume e 29,7% em valor em relação ao mesmo período do ano passado. A indústria de transformação foi responsável por mais de dois terços do total embarcado, somando R$ 7,1 bilhões, uma alta de 22% sobre os primeiros seis meses do ano passado, enquanto a agropecuária vendeu ao exterior R$ 1,9 bilhão, uma elevação de 73,8%.

A expressiva alta no embarque de produtos do campo teve como principal propulsor o trigo, que vendeu 594% a mais em valor e 267% em volume. O resultado se deve à conquista de mercados, como a Argélia, que deixaram de ser atendidos pela Rússia, onde houve quebra da safra. "O Rio Grande do Sul se beneficiou por produzir um trigo muito semelhante ao da Rússia e atendeu a esta lacuna, mas este resultado é temporário até que os antigos fornecedores retomem sua atividade", explica Cecília Rutkoski Hoff, supervisora do Centro de Informações Estatísticas da Fundação de Economia Estatística (FEE), organizadora do levantamento.

A alta cotação do preço do trigo no início deste ano, assim como de outras commodities agrícolas, como a soja, causou uma receita maior em dólares por volume embarcado, compensando a perda de valor da moeda americana diante do real. Os preços da soja e do trigo cresceram, respectivamente, 34,8% e 88,8% no período. Por outro lado, a exportação do fumo continua em queda, representando uma perda de relevância na pauta de exportações do Estado: neste primeiro semestre, os embarques da planta caíram 3,1%.

Na categoria indústria de transformação, o crescimento de 22% nas exportações foi composto por uma variação positiva de 7,1% no volume e 14% no preço. Os produtos alimentícios e as bebidas cresceram 38% em faturamento com exportações, enquanto os embarques de produtos químicos subiram 30%, os de máquinas e equipamentos, 31% e, os veículos automotores, 54%. "Os embarques de produtos com alto valor agregado tem subido principalmente em volume", destaca Cecília.

No que diz respeito aos principais destinos das exportações do Estado, destaca-se, entre os mercados tradicionais, o crescimento das vendas para a China (30,3%), cujo embarque de soja cresceu substancialmente, Argentina (23,3%), França (160,8%) e Uruguai (71,6%). As vendas para a Argentina ampliaram mesmo diante do empecilho causado pelas barreiras alfandegárias que prejudicaram o comércio com o Brasil nos últimos meses. Os Estados Unidos mantiveram suas compras estáveis.

Os resultados mantêm o Rio Grande do Sul na quarta posição entre os maiores estados exportadores - abaixo de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro -, representando 7,8% das exportações brasileiras. Em termos nacionais, os embarques foram relativamente superiores aos gaúchos no indicador valor: 32,6% versus 29,7%. No entanto, em volume a alta de 8,3% do Rio Grande do Sul foi superior à brasileira (1,7%).
Pratini defende abertura de mercado para reaquecer presença nacional no exterior

A abertura de mercados, da mesma forma como houve após a segunda guerra mundial, é solução para reaquecer o comércio internacional do Brasil, segundo Marcus Vinícius Pratini de Moraes, ex-ministro de Agricultura e atual integrante do Conselho de Administração do Grupo JBS. Em palestra na Câmara Brasil-Alemanha nesta quinta-feira, em Porto Alegre, Pratini considerou "inaceitável" que a carne suína brasileira ainda seja barrada na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo.

"O pretexto para barrarem a carne brasileira é a aftosa. Mas quando foi que se ouviu falar pela última vez de aftosa no País?", questionou. Para ele, é preciso que o Brasil seja ainda mais incisivo na tentativa de abrir mercado internacional em países que impõem barreiras e geram subsídios aos seus agricultores, seja pela Organização Mundial do Comércio (OMC), seja por negociação direta com governos. "Nos Estados Unidos, por exemplo, os subsídios chegam a US$ 1,2 bilhão por dia."

Uma das formas de melhorar a competitividade brasileira seria ampliar a área de plantio, acredita Pratini. Segundo ele, o País é um dos que menos ocupa seu território com produção agrícola, usando apenas 8,2% da área. A iminência da suspensão do Sistema de Preferências Tarifárias para a Europa, que isenta de impostos parte dos produtos brasileiros para lá exportados, foi outro fator que mereceu um alerta do economista. Em maio, a Comissão Europeia começou a debater a exclusão do Brasil desse sistema. De acordo com Pratini, o fim dos benefícios afetaria 30% dos embarques brasileiros à União Europeia. O palestrante também apontou estratégias para que o Brasil se insira com mais voracidade no mercado internacional. Uma delas é a educação. Para ele, o País está deixando de seguir o caminho do sucesso dos tigres asiáticos, ao não investir no conhecimento e na formação de seus jovens.

Jornal do Comércio

Argentina bloqueará compra de suínos produzidos no Brasil

Buenos Aires - Os produtores de carne suína da Argentina confirmaram que no dia 27 deste mês bloquearão as pontes argentinas usadas pelo comércio do Mercosul para impedir a passagem de caminhões com produtos suínos Made in Brazil. Os produtores argentinos, mobilizados pela ativa Federação Agrícola, haviam ameaçado bloquear as pontes em abril passado, mas em cima da hora desistiram. Na agricultura o cenário não favorece o país vizinho, já que o Ministério da Agricultura da Argentina reduziu sua previsão para a safra de soja 2010/2011 para 48,8 milhões de toneladas, queda de 7,4% na comparação com a safra anterior. A Argentina é o terceiro maior exportador mundial de soja e lidera as vendas de farelo.

DCI - Diário do Comércio & Indústria

Rio Grande do Sul define estratégias para exportar mais carne bovina para União Europeia

Meta do governo é rastrear todo o rebanho bovino em quatro anos
Preocupado em dar um novo vigor às exportações de carne bovina, especialmente para a União Europeia, o governo do Rio Grande do Sul define estratégias para se posicionar no mercado. As ações passarão pelo desafio de buscar a certificação e rastreabilidade das cerca de 14 milhões de cabeças de gado do Estado nos próximos quatro anos.

Caminho que não será tão simples assim já que, atualmente, são 150 mil exemplares rastreados, o equivalente a 1% do total. Outra barreira a ser vencida é a de dobrar o atual volume de exportações de carne, de cerca de 40 mil toneladas, em seis anos.

O anúncio foi feito nessa quinta, dia 21, pelo secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Luiz Fernando Mainardi, em encontro com representantes do segmento da carne.

O presidente do Sindicato da Indústria de Carne e Derivados no Estado, Ronei Lauxen, aprova as medidas anunciadas, mas faz um alerta:

– Não pode haver muita burocracia, pois os modelos que já se tentou implantar no país tiveram pouca adesão.

Segundo o secretário, o Programa da Carne Gaúcha, que ainda está em elaboração, terá recursos públicos e privados que deverão ultrapassar os R$ 100 milhões. Só o rastreamento teria um custo previsto de R$ 60 milhões. No dia 29, em Santana do Livramento (RS), será assinado convênio de R$ 31 milhões com o Ministério da Agricultura para a reestruturação das inspetorias veterinárias – R$ 25 milhões de verba federal e R$ 6 milhões do Estado.

– Uma das primeiras etapas passa por essa reestruturação, inclusive com o aumento no quadro funcional a partir de 2012 – salienta Mainardi.

Em passagem pelo Estado, o presidente do Comitê de Estratégia Empresarial do JBS Friboi, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, criticou a imposição de pesadas barreiras impostas por mercados como o europeu. A busca de uma solução, reforça Moraes, depende também de acertos políticos.

O Rio Grande do Sul que em 2006 chegou a exportar US$ 55 milhões em carne de gado in natura para a UE (5% do total brasileiro), viu seu desempenho despencar para US$ 4 milhões neste primeiro semestre desse ano (2,5% do montante nacional).

ZERO HORA

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Embargo da Rússia às carnes brasileiras não cai antes do fim do mês

As autoridades russas devem se manifestar, até o fim do mês, sobre o embargo às exportações de carne de 85 frigoríficos do Paraná, Rio Grande do Sul e de Mato Grosso, em vigor desde 15 de junho. A informação foi dada na quarta-feira (20) pelo gabinete do ministro da Agricultura, Wagner Rossi.

Há duas semanas, uma missão comandada pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Francisco Jardim, se reuniu em Moscou, na Rússia, com autoridades do Serviço Federal de Fiscalização Veterinária e Fitossanitária (Rosselkhoznadzor) para tentar reabrir o mercado russo para as carnes brasileiras. Após o fim dos encontros, nos quais foram fornecidas as informações exigidas pelos russos para reavaliar a situação, o ministério comunicou que uma resposta chegaria em 15 dias, mas os exportadores terão que esperar mais alguns dias para o possível fim do impasse.

A Rússia é o maior importador de carnes brasileiras, com US$ 2 bilhões em compras em 2010. Nos seis primeiros meses deste ano, as vendas brasileiras de carne para o país renderam mais de US$ 1 bilhão. O setor mais afetado com o embargo é o de suínos, que tem a Rússia como destino de 40% das exportações de carne de porco.

Rossi disse na véspera da viagem da missão brasileira que, dos 210 frigoríficos nacionais habilitados a exportar para a Rússia antes do início do embargo, apenas 140 estariam na lista entregue ao Rosselkhoznadzor. Os demais terão que se adaptar às exigências do país europeu. Segundo o ministro, uma das causas da demora para a entrega das informações exigidas pelas autoridades da Rússia foi a má qualidade da tradução dos documentos do português para o russo.

Agência Brasil
Autor: Danilo Macedo

Chuva dificulta trabalho nas lavouras

As intensas precipitações que atingiram o Estado na última semana impediram os produtores de realizarem adequadamente o manejo das lavouras e pastagens, conforme dados do Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (21/07) pela Emater/RS-Ascar. O quadro climático adiou a finalização da semeadura da safra de trigo 2011, que atingiu esta semana 98% da área. Na Metade Norte, os trabalhos foram praticamente paralisados, principalmente em algumas áreas da Serra, Planalto Médio e Norte, onde o volume acumulado ultrapassou os 140mm.
As chuvas sequenciais interromperam ainda os tratos culturais da canola, além de prejudicar a evolução das lavouras. O mesmo ocorreu com as cevada, que se mantém na fase de desenvolvimento vegetativo e teve os tratos culturais - aplicação de nitrogênio em cobertura - interrompidos. Segundo os técnicos da Emater/RS-Ascar, neste momento é imprescindível a aplicação de uréia ou sulfato de amônio, em razão do enfraquecimento das plantas pelas geadas e o excesso de chuvas dos últimos dias.
Já no caso das olerícolas, está na fase final de implantação a cultura do alho na Serra. Está se confirmando a expectativa de aumento de área, que deverá superar em 25% a safra anterior, se aproximando dos 2.250 ha, basicamente ocorrendo nos Campos de Cima da Serra.
Prossegue em ritmo acelerado a poda dos pomares de maçã na região da Serra - as grandes empresas já se encontram bem adiantadas nesse procedimento. Outra prática muito utilizada nesta época é o tratamento de inverno com caldas, destacando-se a sulfocálcica, visando à prevenção das moléstias e combate aos focos de pragas. Os pomares de variedades precoces, localizados em mesoclimas quentes, estão ainda em pleno repouso.
As chuvas constantes e a leve elevação da temperatura na semana passada, beneficiaram o desenvolvimento da maioria das pastagens no Estado, tanto nativas quanto cultivadas. O estado sanitário do rebanho de corte é bom, pois as baixas temperaturas na entrada de inverno provocaram a redução da incidência de ectoparasitas, como carrapato e mosca do chifre.
Já os bovinocultores leiteiros tiveram uma semana de dificuldades no manejo dos rebanhos devido ao excesso de umidade, que não permitiu o acesso dos animais às pastagens. Este quadro forçou o aumento na utilização de outros tipos de alimentos, como fenos, silagens e concentrados, além de proporcionar desconforto aos animais.
Jornalista Patrícia Strelow
AssessoriadeImprensaEmater/RS-Ascar
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Diversificação da cultura

O agricultor familiar Ari Alberto Beskow, do assentamento Nossa Senhora Aparecida, em Caibaté, aposta no plantio de ervilhas para semente pela resistência do produto. “A soja não é viável, precisa de maquinário e a gente tem que lidar com veneno. Estamos nos modificando, mantendo somente produção orgânica, então a ervilha vem como uma renda a mais que podemos ter fora de época”, argumenta. Ele conta com a ajuda do único filho, Eduardo, o técnico da Coptec.

Ildo Ferrarini, do assentamento estadual Novo São Miguel, observa que além de alternativa para a entressafra, a ervilha também complementa a rotação de culturas na propriedade. “Nós não podemos ficar só na soja, temos que ter outras opções para ajudar o solo, então vamos intercalando com novas plantas”. Dos quase quatorze hectares do lote, Ferrarini destinou pouco mais de meio para a ervilha, mantendo outros 1,5 para triticale (cereal de inverno resultante da hibridação de trigo e centeio). Sua família ainda produz, cerca de 2 mil litros de leite por mês.

Ministério do Desenvolvimento Agrário

RS: Plano Safra Estadual é finalizado

Após 60 dias de negociação, foi finalizado ontem (20) o primeiro Plano Safra 2011/2012 do RS. O martelo foi batido em reunião entre o governador Tarso Genro e os secretários do Desenvolvimento Rural, Ivar Pavan, e da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi. O lançamento foi agendado para segunda-feira no município de Sério, no Vale do Taquari.

O plano agrícola será dividido em três linhas de atuação: oferta de crédito, ampliação de recursos orçamentários para o setor primário e novos programas. Segundo o diretor administrativo da Seapa, Jeferson Chiarelli, os novos programas terão juro subsidiado pelo governo. Os agricultores familiares também serão favorecidos na oferta de crédito, com redução de juros em relação à agricultura empresarial.

Apesar de não adiantar o valor, Ivar Pavan garantiu que o agricultor terá verba suficiente para produzir mais e melhor. O aporte estadual será suplementar aos R$ 24 bilhões destinados ao RS pelo governo federal. "Não vai faltar crédito", reforçou. Entre as novidades está um programa de incentivo à produção e à comercialização de produtos agroecológicos e outro focado no fomento à irrigação. Na lista de inovações, também virá o Leite Gaúcho, já noticiado pelo CP.

O que está por vir

- Crédito farto: verba para financiar a agricultura gaúcha;

- Programa Leite Gaúcho: parcerias para elevar a produção, ampliar assistência e reduzir a ociosidade da indústria;

- Programa de Irrigação - Metas para construção de médios e pequenos açudes;

- Programa de Incentivo à agroecologia;

- Incentivo à sanidade animal;

- Incentivo à bioenergia;

- Adesão do RS ao Suasa;

- Fepagro - recuperação de verbas federais e contratações;

- Emater - Ações de fortalecimento de assistência técnica.

Correio do Povo

RS: Produção de sementes ervilha é opção para o inverno

Dezessete famílias, de quatro assentamentos, dos municípios de São Miguel das Missões e Caibaté integrantes do Território da Cidadania Missões, no Rio Grande do Sul, investe na produção orgânica de ervilha neste inverno.

Nos assentamentos Novo São Miguel, Alecrim, Santa Helena e Nossa Senhora Aparecida vão ser plantados cerca de dez hectares, em caráter experimental, cada família reservou em torno de meio hectare para a cultura. O plantio começa esta semana e segue até o início de agosto. A colheita está prevista para o mês de novembro, a expectativa é colher aproximadamente oito toneladas.

Adaptada ao solo e às baixas temperaturas, a ervilha possui um curto ciclo de produção, ideal para o período de entressafra do leite, principal atividade econômica da região. O baixo custo da lavoura, associado ao bom valor de mercado estimula o cultivo dos assentados.

As sementes foram emprestadas pela Bionatur (Rede de Sementes Agroecológicas) e os produtores beneficiados assumiram o compromisso de devolver para a rede as sementes no final da safra. O excedente será comercializado com a própria entidade, a um preço aproximado de R$ 4,50 o quilo.

O técnico da Coptec (Cooperativa de Prestação de Serviços Técnicos) que acompanha os agricultores familiares, Eduardo Beskow, explica que em cem dias é possível obter as sementes. “O retorno ao agricultor é rápido, porque é uma espécie que resiste bem ao frio e não requer muita mão de obra. A cenoura e a beterraba, por exemplo, têm um prazo longo para começar a produzir, entre oito e 11 meses”.

Segundo Beskow, o rendimento líquido deste tipo de produção pode ser até o dobro da lavoura de soja, chegando a R$ 1,3 mil por hectare. “Todo o cultivo é orgânico, não requer nenhum tipo de aditivo químico. Só isso já significa menos custos. Enquanto que, das 35 sacas de soja colhidas em média por hectare, 30 ficam para cobrir gastos de produção, no cultivo de sementes de ervilha o agricultor pode tirar até 800 quilos por hectare, gastando apenas com adubo orgânico.”
Ministério do Desenvolvimento Agrário

Valorização do suíno atinge consumidor do Sul do país

Valor da carne de porco deve subir de 10% a 13% no Rio Grande do Sul nas próximas semanas
Leandro Prade
O consumidor do Rio Grande do Sul está sentindo no bolso a recuperação do preço da carne suína, pois nesse mês o produto teve aumento entre 3% e 11%, dependendo do corte. Segundo o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados, Antônio Cesa Longo, essa elevação ocorre devido à valorização do suíno e o preço ainda deve subir de 10% a 13% nas próximas semanas.
Essa recuperação ainda está aquém do custo de produção, que gira em torno de R$ 2,50 o quilo do animal vivo. A elevação no preço é reflexo da redução de oferta e do aumento na demanda, normal nessa época do ano, apesar do embargo russo a 85 frigoríficos brasileiros, entre os quais 35 do Rio Grande do Sul, em vigor desde 15 de junho.
Para o produtor, o valor está na média dos R$ 2 o quilo – chegou a custar R$ 1,78 na primeira semana de julho. Em junho, houve aumento de 45% nas exportações do Rio Grande do Sul em relação a maio. Esse grande volume é resultado de uma aceleração nos embarques para a própria Rússia, que anunciou o embargo no final de maio, Estados Unidos e Ásia, cujo objetivo foi reduzir ao máximo o número de animais voltados ao mercado interno.
O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Luis Folador, afirma que o aumento no preço é normal, pois o valor havia caído muito entre o final de maio e o início de julho, ficando na casa dos R$ 1,75 devido ao embargo russo. Folador admite que os produtores aceleraram o abate para aumentar o número de exportações antes da proibição.
– Com isso, a oferta ficou restrita, houve maior demanda, e a consequência é o aumento no preço do quilo da carne – explica Folador, que projeta cenário positivo e valor de R$ 3 o quilo até o final do ano.
Custo de produção deve subir ainda mais.
Segundo o analista de mercado da Safras & Mercados, Felipe Netto, é normal a alta de preços até agosto e no último trimestre do ano, devido ao aumento na procura. Netto também relaciona a recuperação de preços das carnes bovina e de frango à leve alta da suína. Mesmo assim, o analista avisa que o custo de produção ainda deve ter elevação de 8% a 10% devido à provável redução na safrinha do milho no Paraná por causa da geada das últimas semanas.
– O custo pode chegar ao patamar de R$ 2,70 e a elevação do preço deve ser gradativa e alcançar os R$ 2,30 até o final de agosto – projeta Netto.
O diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado, Rogério Kerber, informa que o preço médio pago pelas agroindústrias em junho foi de R$ 2,11 o quilo.
ZERO HORA

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Inverno beneficia frutíferas de clima temperado

O frio do inverno gaúcho permite ao Estado ser o maior produtor brasileiro de frutas de clima temperado: uva, ameixa, maçã, pêssego, figo, caqui e kiwi, entre outras. As espécies caducifólias, que perdem as folhas no inverno, exigem de duzentas a mais de mil horas de frio com temperaturas abaixo de 7,2 graus centígrados. “Esse frio possibilita que essas plantas entrem num ciclo de dormência, de parada fisiológica, e que reiniciem um novo ciclo com uma floração bastante intensa, grande, constante e concomitante, que não fiquem brotando um pouquinho hoje, depois florescendo um pouco daqui a 15 dias”, diz o agrônomo da Emater/RS-Ascar, Antônio Conte.
Não há problemas para essas espécies que estão em dormência se ocorrerem geadas no inverno ou se as temperaturas baixarem até dois graus negativos. As baixas temperaturas também acabam protegendo as frutíferas de clima temperado dos seus principais inimigos, que são a mosca da fruta e a broca chamada grafolita. “Essas pragas têm uma fase larval e, mesmo o adulto, não resiste a temperaturas negativas. Então no inverno há uma parada de multiplicação e só se salvam algumas dessas pragas em regiões onde é mais quente, onde a temperatura não baixa, não se torna negativa. A maioria dos fungos também se desenvolve com temperaturas medianas (em torno de 15 graus) ou altas (25 a 30 graus). Então o inverno também estabiliza e para a multiplicação desses fungos”, salienta Conte.
Sanitariamente, um inverno rigoroso para essas espécies de produção em frio favorece o início do próximo ciclo vegetativo, que leva à produção. “Com certeza o frio ajuda na qualidade. É lógico que, como o nosso clima no RS é bastante instável, se houver condições muito desfavoráveis ainda tem fatores que poderão comprometer a safra, mas o iniciar bem sempre é positivo”, destaca o agrônomo.
A brotação das plantas começa somente no início da primavera. Até lá, o trabalho dos agricultores se resume à realização de práticas que vão ajudar na produção. Uma das principais é o tratamento de inverno com calda sulfocálcica ou bordalesa. “Visam à redução de fonte de inóculo, ou seja, de ovos de pragas e de esporos de doenças que se mantém na madeira das plantas e depois, na primavera e verão, acabam atingindo a folhagem e as frutas”, explica o agrônomo da Emater/RS-Ascar, Enio Todeschini. Outra prática indispensável é a poda de inverno. “Consiste em distribuir a energia da planta entre fase vegetativa e produtiva, então se deve retirar todos aqueles galhos que não têm uma função específica (tortos, secos e quebrados), chamados ladrões, e escolher os melhores carregadores, que são aqueles que vão gerar frutas na próxima safra”, conclui.
Plantio
O inverno também é o período indicado para o plantio de mudas das espécies frutíferas caducifólias. “Aproveita-se para plantar justamente nessa época, para elas se prepararem para a emissão de calos radiculares e, assim que emitirem as primeiras folhas, também as raízes se desenvolverem e então terem suporte de abastecimento da água que perdem pelas folhas”, explica Enio.
Colheita
Embora não seja uma cultura de frio, as frutas cítricas, espécies de clima subtropical, estão presentes em quase todo o estado e têm um período de colheita que vai de abril a dezembro. Isso é possível devido aos diferentes mesoclimas existentes no RS e à diversidade de espécies e variedades de citros. Nos meses de inverno, eles são as únicas frutas verdadeiramente da época. “Manejados e cultivados nas regiões um pouco mais quentes, permitem um bom abastecimento, tendo uma fruta diferenciada daquela produzida em São Paulo e em outras regiões quentes, como o Nordeste brasileiro”, afirma Conte. De acordo com o agrônomo, a amplitude térmica existente no RS, ou seja, a variação térmica da noite para o dia, dá às frutas aquela coloração intensa e um excelente equilíbrio entre açúcar e ácido, característicos da laranja e da bergamota produzidas aqui.
Os citros são a segunda cultura mais expressiva no RS. Somados, laranja, bergamota e limão ocupam uma área de 40 mil hectares no estado, ficando atrás apenas da uva.
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar – Regional Caxias doSul
RejanePaludo
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Governo do Rio Grande do Sul quer comercializar arroz pela Bolsa de Valores

GT formado por representantes do Irga, Banrisul Corretora e Emater vai estudar programa
O presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Claudio Pereira, se reuniu nessa quarta, dia 20, na sede da autarquia, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, com representantes do Banrisul Corretora de Valores e Emater para discutir a possibilidade de medidas de comercialização do arroz por meio de bolsa de mercadorias.
Será criado um grupo de trabalho com representantes do Irga, Banrisul e Emater, para formatar um programa, em reunião que deverá acontecer nos próximos dias, com integrantes da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM). O projeto deverá ser apresentado na próxima reunião da Câmara Setorial do Arroz, ainda sem data prevista.
A operacionalização do programa de comercialização do arroz na bolsa de valores acontecerá nos próximos meses.
IRGA

Projeto ampliará consumo de carne suína no Brasil

Os resultados dessa iniciativa no Brasil representam 12 mil novos empregos diretos na produção; 60 mil novos empregos diretos e indiretos na cadeia produtiva; 14 mil profissionais capacitados em processamento de cortes suínos e novas tecnologias aplicadas às indústrias, ao comércio e à produção.
Representantes de frigoríficos do oeste catarinense estiveram reunidos na sede da coordenadoria regional do Sebrae/SC, em Chapecó, no último fim de semana, para conhecer proposta de capacitação em boas práticas de fabricação (BPF) para frigoríficos de pequeno e médio porte do segmento de suínos. A iniciativa é do Sebrae/SC, da Associação Brasileira de Suinocultura (ABCS) e da Associação Catarinense de Suinocultura (ACSS).
Os resultados dessa iniciativa no Brasil representarão 12 mil novos empregos diretos na produção; 60 mil novos empregos diretos e indiretos na cadeia produtiva; 14 mil profissionais capacitados em processamento de cortes suínos e novas tecnologias aplicadas às indústrias, ao comércio e à produção.
Durante o evento, o analista técnico do Sebrae/SC, Valdir Airton Ramthum, apresentou a proposta, que visa melhorar a segurança alimentar através da execução de workshop e consultoria tecnológica em Boas Práticas de Fabricação (BPF), diagnóstico e plano de ação com melhorias para a empresa. Outra ação é oferecer cursos em cortes de carnes suínas. A execução dos trabalhos acontecerá no período de agosto a novembro de 2011. Os interessados devem procurar o Sebrae/SC em Chapecó para fechamento da proposta até esta quarta-feira (20).
O projeto de capacitação tem como base o diagnóstico realizado pelo Sebrae através do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), que visa ampliar a participação da carne suína no consumo dos brasileiros mediante ações que oportunizam trabalhar a estabilidade econômica do produto. O PNDS foi criado pela Associação Brasileira de Criadores de Suíno (ABCS), Sebrae e Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Ramthum ressalta que o projeto pretende aumentar em dois quilos o consumo de carne suína per capita até 2012.
Em Santa Catarina, o projeto é de responsabilidade da ACCS e do Sebrae/SC. Com base nos cenários apontados pela pesquisa, o Sebrae definiu com os parceiros no PNDS soluções que se aplicam as necessidades dessas empresas, visando melhorar o processo produtivo, adequação de rotulagem e marcas, capacitações gerenciais, aspectos relacionados à higiene, dentre outros.
O coordenador regional do Sebrae no oeste, Enio Albérto Parmeggiani, complementa que os desafios também passam pela preparação e aumento de capacidade de competir dos pequenos negócios do setor agroindustrial da cadeia produtiva da suinocultura, e um requisito fundamental é o atendimento das exigências do consumidor, motivo principal para a aplicação do BPF.

BRASIL

Além de Santa Catarina, o projeto está em andamento nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Bahia, Minas Gerais e Ceará.

Agrolink com informações de assessoria

terça-feira, 19 de julho de 2011

Agricultor familiar poderá ter seguro-desemprego para enfrentar a seca

Projeto será votado na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado
Está pronto para ser votado na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) projeto que garante seguro-desemprego a quem cultiva a terra sozinho ou em regime de agricultura familiar quando enfrentar a emergência de uma seca. O seguro terá o valor de um salário mínimo mensal e o projeto já tem voto favorável da relatora, senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE).
Para o agricultor obter o seguro, será necessário que o Ministério da Integração Nacional reconheça a situação de emergência ocasionada pela estiagem. O projeto (PLS 577/07) define o regime de economia familiar como aquele em que o trabalho dos membros de uma família é indispensável à sua subsistência e exercido em condições de mútua dependência, sem a utilização de empregados.
O texto também determina que esse seguro seja pago ao longo de toda a situação de emergência, em um período máximo de cinco meses.
Para habilitar-se ao benefício, o projeto prevê que, ante a emergência, o agricultor recorra ao órgão competente do Ministério do Trabalho. Na ocasião, deverá apresentar o comprovante de inscrição no INSS como trabalhador rural, há pelo menos um ano, e do respectivo pagamento da contribuição previdenciária; comprovante de que não está em gozo de nenhum benefício de prestação continuada da Previdência ou da Assistência Social, exceto auxílio acidente e pensão por morte; e atestado do sindicato da área que comprove que é trabalhador rural e que não dispõe de outra fonte de renda.
Apresentado pelo senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), hoje ministro da Previdência e Assistência Social, o texto foi aprovado em julho do ano passado pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA). Um mês depois, preocupado com os impactos orçamentários da iniciativa, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) pediu que o projeto fosse examinado também pela Comissão de Assuntos Econômicos.
Se a CAE referendar o voto favorável de Maria do Carmo Alves, o texto ainda seguirá para a Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde receberá decisão terminativa. Se aprovado, seguirá para votação na Câmara dos Deputados.
 AGÊNCIA SENADO

Agricultura liderou criação de empregos em junho

Ministério do Trabalho informou que foram criadas 75.227 vagas no campo
Agência Estado
A agricultura foi o setor que mais gerou empregos com carteira assinada em junho, segundo dados do Ministério do Trabalho divulgados nesta terça, dia 19. Foram criadas no campo 75.227 vagas, com destaque para o cultivo de café (21.765 postos) e cultivo de frutas cítricas (13.301 postos).
– Minas Gerais, São Paulo e um pouco de Centro-Oeste foram os principais responsáveis – avaliou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
Serviços foi o segundo setor que mais abriu vagas com carteira assinada, atingindo 53.543 novos postos no mês passado. Este é o terceiro melhor resultado para o segmento e merecem ênfase as áreas de Serviços de Alojamento e Alimentação (21.864 novos postos) e Serviços Médicos e Odontológicos (9.132 novos postos).
A Construção Civil foi a responsável pela geração de 30.531 postos de trabalho, o segundo melhor resultado para o mês. Já o comércio criou 29.967 vagas com carteira assinada no mês passado, o terceiro melhor para junho. A indústria da transformação injetou 22.618 novas pessoas no mercado de trabalho, já descontando as demissões. A Extrativa Mineral, apesar de ter criado apenas 1.752 postos, obteve o recorde para o mês em questão.
 AGÊNCIA ESTADO

Semestre foi negativo para máquinas agrícolas


Por mais um mês, desde o início do ano, o setor de máquinas agrícolas encerra com variações negativas na produção e vendas internas, fechando o primeiro semestre do ano com resultados fracos em relação a 2010, conforme dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – Anfavea.
As vendas internas de máquinas agrícolas nacionais caíram 7,8% no acumulado de janeiro a junho comparativamente ao mesmo período do ano passado. Em relação ao mês de junho de 2010 foram 8,5% menores. Os tratores de rodas contribuíram para este resultado com queda de 8,7% neste semestre.
A produção nacional também registrou queda de 7,2% no semestre com destaque para cultivadores motorizados e tratores de rodas.
As exportações totais cresceram 5,3% no semestre, puxadas pelas exportações de tratores de esteiras e colheitadeiras. No entanto, em relação ao mês anterior mostram trajetória decrescente, sendo 2% inferior.
Ainda que o melhor cenário de preços dos produtos agrícolas possa ser considerado como motivador para novas aquisições de máquinas, condições de crédito menos favoráveis são apontadas como o principal motivo do resultado ruim das vendas.
Houve aumento dos juros do Programa BNDES PSI neste ano. No início do Programa BNDES - PSI a taxa de juros era 4,5% ao ano. Passou a variar de 5,5% (para pequenos e médios produtores) a 7,5%. Atualmente a taxa para pequenos e médios produtores é de 6,5% podendo chegar até 8,7%, com vigência até dezembro deste ano.
Aliado a isso, a menor demanda do Pronaf Mais Alimentos podem ser apontados como a principal causa de redução nas vendas. Parte da indústria não espera um aumento na demanda porque acredita que a necessidade já foi suprida em 2010, ano que foi considerado o de melhor desempenho nas vendas desde 1967.
Vale lembrar que desde o começo do ano a Argentina impõe barreiras a exportação de produtos brasileiros. Nos últimos anos a compra de máquinas agrícolas por parte da Argentina era em média 5,2 mil máquinas por ano representando pelo menos 8% das vendas brasileiras. Fabricantes como New Holland e Stara já anunciaram que desejam transferir parte da produção de máquinas agrícolas para Argentina.
As informações são de Tânia Moreira, economista da FAEP.
Agrolink

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Soja/CEPEA: Demanda interna e baixos estoques impulsionam preços

As cotações da soja no Brasil seguem em alta e as negociações estiveram mais aquecidas na semana passada, apesar de vendedores brasileiros ainda estarem cautelosos após as retrações de preços em junho. Segundo pesquisadores do Cepea, os valores ofertados por compradores e pedidos por vendedores estão mais próximos, favorecendo a liquidez. A principal influência veio da demanda interna pela soja, num momento em que os estoques brasileiros estão baixos, conforme informações do Cepea. Em termos mundiais, ainda há especulação quanto ao tamanho da safra norte-americana e ao ritmo de compras da China. Entre 8 e 15 de julho, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa para o produto transferido no porto de Paranaguá subiu 3,04%, finalizando a US$ 31,51/sc de 60 kg (em moeda nacional, o Indicador teve alta de 3,74%, a R$ 49,62/sc). Quanto à média ponderada das regiões paranaenses, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, houve aumento de 3,76% no período, fechando a R$ 46,96/sc na sexta.
Cepea/Esalq

Cooperativas do Rio Grande do Sul criam entidade para promover troca de experiências entre associados

Casa Cooperativa de Nova Petrópolis (RS) deve estimular negócios dos integrantes
Vanessa Franzosi
Representantes de oito cooperativas e associações da Serra do Rio Grande do Sul estão envolvidos na fundação da Casa Cooperativa de Nova Petrópolis (RS), entidade que visa a promover troca de experiências entre cooperativados. Entre as 10 cooperativas de Nova Petrópolis, que agregam 25% da mão de obra do município e 11 mil associados, as duas maiores começam a participação na entidade com objetivos alinhados para o desenvolvimento dos negócios dos associados do campo.
Um termo de cooperação assinado entre a cooperativa de crédito Sicredi Pioneira RS e a de agropecuária Piá oferecerá R$ 1 milhão em crédito para associados.
– Essa conversa foi possível já pelo trabalho da Casa Cooperativa, da visão de que devemos trabalhar ainda mais coletivamente para ajudar no desenvolvimento dos negócios – explica o presidente da Casa Cooperativa e presidente da Sicredi Pioneira RS, Márcio Port.
O incentivo deve beneficiar mais de cem produtores rurais que pretendem ampliar a estrutura para a produção de leite, maior negócio da Piá, que recebe 500 mil litros por dia. O crédito será financiado em até 36 meses com juro zero.
Esse benefício revertido em cifras é uma das atividades propostas pela nova entidade, cujo modelo foi inspirado na casa cooperativa de Sunchales, capital do cooperativismo na Argentina. A troca de experiências em reuniões semanais e discussões para fomentar o sistema também tem o objetivo de atrair e envolver os jovens.
– O projeto vai bem ao encontro com o que propõe a Organização das Cooperativas do Brasil e a Sescoop-RS, que é envolver o jovem cooperativista, a família e a comunidade – afirma a assessora de formação cooperativista do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Rio Grande do Sul (Sescoop), Ubiracy Barbosa Ávila. Casa Cooperativa
- Quem pode participar: pessoa física ou jurídica relacionada ao trabalho cooperativista ou associativista, cooperativas e associações.
ZERO HORA

Falta de qualificação de mão de obra preocupa cadeia produtiva do leite, diz estudo

Segundo pesquisa, problema do setor está na redução no número de produtores no Brasil

Nestor Tipa Júnior | Porto Alegre (RS)
Pesquisa divulgada pela consultoria PricewaterhouseCoopers mostra que a disponibilidade de mão de obra qualificada é a principal preocupação da cadeia leiteira do país. O levantamento, que ouviu 400 pessoas, mostra que esta é a inquietação de mais de 66% dos entrevistados.
Segundo o estudo, o problema estaria na redução no número de produtores de leite no Brasil. A estimativa é de que, atualmente, sejam em torno de um 1,2 milhão em todo o país. A preocupação é compartilhada pelos produtores do Rio Grande do Sul, principalmente na agricultura familiar. O assessor de política agrícola da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag), Aírton Hochscheid, aponta a falta de sucessão nas propriedades como um dos principais problemas.
– O levantamento que temos dos nossos sindicatos é que muitos dos produtores que abandonam a atividade são aqueles que, ao se aposentarem, saem da atividade por não terem alguém para ajudá-los. Por ser uma atividade que demanda muita mão de obra, eles abandonam por este motivo – avalia.
Outras apreensões, conforme a pesquisa, são as importações, flutuações de preços e custos de produção. O dirigente da Fetag acredita que uma das saídas para estimular a cadeia produtiva é a remuneração pela qualidade do produto. A medida, de acordo com ele, cria condições de competitividade, principalmente para o produtor familiar.
RÁDIO GAÚCHA

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Reunião Técnica do Milho e Sorgo analisa impacto do consumo mundial de carnes na produção de milho

O crescimento do consumo mundial de carne de frango e suína tem reflexo positivo na cultura do milho. A avaliação do engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Luiz Ataídes Jacobsen, apresentada na quinta-feira (14/07), em Ijuí, durante a 56ª Reunião Técnica Anual do Milho e 39ª Reunião Técnica Anual do Sorgo.
O aumento do consumo de milho, todavia, reduz os estoques públicos. “Devemos ter agora um dos mais baixos estoques mundiais, 13,5% em relação ao consumo”, disse Jacobsen lembrando que a quantidade de milho estocada no mundo já chegou a ser 45% superior ao consumo. Em janeiro deste ano, por exemplo, o Brasil estocava aproximadamente 4 milhões de toneladas de milho. À medida que o governo foi liberando o produto, a quantidade estocada em junho de 2011 chegou a pouco mais de 2 milhões de toneladas. Em decorrência disso, houve elevação nos preços e estímulo às exportações de milho.
Mesmo considerando a taxa de câmbio desfavorável por causa da valorização do real em relação ao dólar, o Brasil exportou, em 2011, quase 800 mil toneladas (2.783.483 t) a mais em relação ao que foi exportado no mesmo período do ano passado. “O preço da saca de milho está custando 14 dólares, ou seja, R$ 23,50 reais”, justificou Jacobsen.
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional de Ijuí
Jornalista Cleuza Noal Brutti
cbrutti@emater.tche.br
(55) 3333 8040

Novo seguro garante proteção contra oscilações no preço da soja

Para sojicultores, modalidade do Banco do Brasil para a safra 2011/2012 é bem-vinda
Leandro Prade e Leandro Becker
Foi bem recebida pelo segmento a notícia de que médios e grandes produtores de soja de todo o país já contam com mais uma opção de seguro para o ciclo 2011/2012. O seguro faturamento anunciado pelo Banco do Brasil, e que poderá ser ampliado para outras culturas a partir da próxima safra, atende a reivindicação dos produtores rurais por um seguro que pudesse oferecer proteção contra oscilações no preço e não apenas contra eventos climáticos.
O seguro tem a isenção do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e subvenção do governo federal de até 50% do valor do prêmio. A expectativa do Banco do Brasil e do Grupo Segurador BB&Mapfre é de que a carteira alcance um volume segurado de cerca de R$ 500 milhões. Segundo o vice-presidente de agronegócios para micro e pequenas empresas do Banco do Brasil, Osmar Dias, a previsão é atingir 2 mil produtores no país e garantir até 70% da renda.
– Esperamos uma boa adesão pois inclui proteção climática e de mercado. A esperança que temos é que o seguro faturamento seja o que todos terão – salienta Dias.
Tanto o diretor de produtos da Safras & Mercado, Flávio Roberto Júnior, quanto o consultor econômico da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul, Tarcisio Minetto, apontam como grande vantagem a importância da criação de ferramentas para garantir a renda do produtor e assim mantê-lo no campo.
Para muitos sojicultores, como Moacir Dal Bello, de Passo Fundo (RS), a novidade é bem-vinda:
– O grão é nossa moeda.
Há cinco anos, Dal Bello desistiu da lavoura de milho e só planta soja nos 400 hectares. Apesar da safra rentável do ciclo 2010/2011, as oscilações de clima e preço geram ansiedade e insegurança. Por isso, o agricultor ressalta que a criação de um seguro que amenize as preocupações traz mais tranquilidade ao campo. Observa, entretanto, que a modalidade precisa ser acessível, vantajosa e financeiramente viável para conquistar a confiança dos produtores.
Na última safra, Dal Bello atingiu média de 56 sacas de soja por hectare. Cauteloso, vendeu metade da produção a R$ 50 a saca e estocou o restante à espera do melhor momento para negociar. De olho nas opções de seguro para o próximo ciclo, revela que avaliará cada modalidade antes de decidir.
– Não vale a pena arriscar. Se for vantajoso, pago o seguro com gosto para dormir tranquilo – destaca.
Como vai funcionar
Coberturas
- Faturamento: garante a indenização em caso de diferença entre faturamento garantido e o obtido com a produção segurada.
- Replantio: garante a indenização em casos de perdas causadas por chuva excessiva ou granizo que venham a causar a morte das plantas.
Na prática
– No seguro faturamento para uma propriedade de 200 hectares, o produtor gastaria, já descontado o subsídio oficial, R$ 13.848 para proteger sua receita projetada – ou 4,03% sobre o faturamento esperado. Nesse exemplo, o produtor estaria coberto com base em uma produtividade média calculada em 54,2 sacas de soja por hectare. Ou seja, teria uma receita garantida de R$ 343,7 mil, considerando o preço da saca em R$ 45,32 e cobertura máxima de 70% do faturamento. A operação custaria ao produtor um prêmio adicional três pontos percentuais acima do que pagaria por uma apólice tradicional.
– No mesmo exemplo, em caso de quebra de 40% na produtividade, teria indenização de R$ 245/ha – R$ 49,1 mil.
ZERO HORA

Apicultores iniciam manejos de inverno para melhorar produtividade da próxima florada

Produtores de mel do Rio Grande do Sul seguem certos cuidados nas colmeias para enfrentar o rigor do frio
Leandro Prade
Na expectativa de melhorar a produtividade para a próxima florada, 12 mil apicultores do Rio Grande do Sul já iniciaram os manejos de inverno – quando é feita a preparação e limpeza das colmeias. Apesar da queda da produção na última safra, devido ao excesso de frio, à chuva no início da primavera e ao grande volume de precipitações ocorrido no verão, o Estado ainda é o maior produtor brasileiro, com 8 mil toneladas por ano e previsão de crescimento de 40% até 2013.
Para tanto, o cuidado com as colmeias é fundamental, pois apenas uma – o número de colmeias pode chegar a 5 mil conforme a propriedade – pode produzir até 50 quilos de mel, o que rende, em média, R$ 225 ao produtor.
Sanderlei Pereira, de Candelária (RS), lida com apicultura há 35 anos e já iniciou os manejos de inverno, considerados fundamentais para uma boa safra. As principais atividades de manejo são a alimentação das abelhas, a redução do alvado – diminuição na entrada da caixa da colmeia – e revisão dos favos – os velhos devem ir para as laterais da colmeia.
Pereira trabalha em parceria com pequenos agricultores de Cachoeira do Sul (RS), Butiá (RS), Pantano Grande (RS), Santana do Livramento (RS) e Dom Pedrito (RS). Na sua propriedade tem 150 colmeias, mas com o arrendamento das áreas de fazendas das cinco cidades, o total passa de 800. Para Pereira, a florada de outono representa 60% da produção anual de 20 toneladas somados os cinco municípios. Na sua avaliação, o preço do produto para comercialização está bom.
Com o preço no atacado a R$ 4,50 o quilo e no varejo entre R$ 8 e R$ 12, o apicultor do Rio Grande do Sul que exporta cerca de 50% do produto para países como Alemanha, Estados Unidos e Japão tem nesse mercado um bom retorno, apesar da baixa do valor internacional devido à desvalorização do dólar.
– É difícil para o apicultor conciliar a produção e comercialização do mel, pois essa envolve custos de logística e armazenamento. Por isso, em termos de custeio, a exportação, mesmo com o preço baixo de R$ 4,50, se torna mais rentável para o produtor. Estamos buscando a expansão para outros mercados – destaca o presidente da Confederação Brasileira de Apicultores, José Cunha.
Segundo o assistente técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do (Emater) de Lajeado (RS), Paulo Francisco Conrad, o mel do país é de qualidade superior e não tem adição de remédios. Entretanto, lembra que o setor ainda carece de maior investimento em pesquisa voltada para o desenvolvimento de novos produtos. Atualmente, além do mel in natura, o própolis e o pólen estão cada vez mais presentes em cosméticos e alimentos.
ZERO HORA

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Semestre foi negativo para máquinas agrícolas

Por mais um mês, desde o início do ano, o setor de máquinas agrícolas encerra com variações negativas na produção e vendas internas, fechando o primeiro semestre do ano com resultados fracos em relação a 2010, conforme dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – Anfavea.
As vendas internas de máquinas agrícolas nacionais caíram 7,8% no acumulado de janeiro a junho comparativamente ao mesmo período do ano passado. Em relação ao mês de junho de 2010 foram 8,5% menores. Os tratores de rodas contribuíram para este resultado com queda de 8,7% neste semestre.
A produção nacional também registrou queda de 7,2% no semestre com destaque para cultivadores motorizados e tratores de rodas.
As exportações totais cresceram 5,3% no semestre, puxadas pelas exportações de tratores de esteiras e colheitadeiras. No entanto, em relação ao mês anterior mostram trajetória decrescente, sendo 2% inferior.
Ainda que o melhor cenário de preços dos produtos agrícolas possa ser considerado como motivador para novas aquisições de máquinas, condições de crédito menos favoráveis são apontadas como o principal motivo do resultado ruim das vendas.
Houve aumento dos juros do Programa BNDES PSI neste ano. No início do Programa BNDES - PSI a taxa de juros era 4,5% ao ano. Passou a variar de 5,5% (para pequenos e médios produtores) a 7,5%. Atualmente a taxa para pequenos e médios produtores é de 6,5% podendo chegar até 8,7%, com vigência até dezembro deste ano.
Aliado a isso, a menor demanda do Pronaf Mais Alimentos podem ser apontados como a principal causa de redução nas vendas. Parte da indústria não espera um aumento na demanda porque acredita que a necessidade já foi suprida em 2010, ano que foi considerado o de melhor desempenho nas vendas desde 1967.
Vale lembrar que desde o começo do ano a Argentina impõe barreiras a exportação de produtos brasileiros. Nos últimos anos a compra de máquinas agrícolas por parte da Argentina era em média 5,2 mil máquinas por ano representando pelo menos 8% das vendas brasileiras. Fabricantes como New Holland e Stara já anunciaram que desejam transferir parte da produção de máquinas agrícolas para Argentina.
As informações são de Tânia Moreira, economista da FAEP.
Agrolink