sexta-feira, 15 de julho de 2011

Novo seguro garante proteção contra oscilações no preço da soja

Para sojicultores, modalidade do Banco do Brasil para a safra 2011/2012 é bem-vinda
Leandro Prade e Leandro Becker
Foi bem recebida pelo segmento a notícia de que médios e grandes produtores de soja de todo o país já contam com mais uma opção de seguro para o ciclo 2011/2012. O seguro faturamento anunciado pelo Banco do Brasil, e que poderá ser ampliado para outras culturas a partir da próxima safra, atende a reivindicação dos produtores rurais por um seguro que pudesse oferecer proteção contra oscilações no preço e não apenas contra eventos climáticos.
O seguro tem a isenção do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e subvenção do governo federal de até 50% do valor do prêmio. A expectativa do Banco do Brasil e do Grupo Segurador BB&Mapfre é de que a carteira alcance um volume segurado de cerca de R$ 500 milhões. Segundo o vice-presidente de agronegócios para micro e pequenas empresas do Banco do Brasil, Osmar Dias, a previsão é atingir 2 mil produtores no país e garantir até 70% da renda.
– Esperamos uma boa adesão pois inclui proteção climática e de mercado. A esperança que temos é que o seguro faturamento seja o que todos terão – salienta Dias.
Tanto o diretor de produtos da Safras & Mercado, Flávio Roberto Júnior, quanto o consultor econômico da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul, Tarcisio Minetto, apontam como grande vantagem a importância da criação de ferramentas para garantir a renda do produtor e assim mantê-lo no campo.
Para muitos sojicultores, como Moacir Dal Bello, de Passo Fundo (RS), a novidade é bem-vinda:
– O grão é nossa moeda.
Há cinco anos, Dal Bello desistiu da lavoura de milho e só planta soja nos 400 hectares. Apesar da safra rentável do ciclo 2010/2011, as oscilações de clima e preço geram ansiedade e insegurança. Por isso, o agricultor ressalta que a criação de um seguro que amenize as preocupações traz mais tranquilidade ao campo. Observa, entretanto, que a modalidade precisa ser acessível, vantajosa e financeiramente viável para conquistar a confiança dos produtores.
Na última safra, Dal Bello atingiu média de 56 sacas de soja por hectare. Cauteloso, vendeu metade da produção a R$ 50 a saca e estocou o restante à espera do melhor momento para negociar. De olho nas opções de seguro para o próximo ciclo, revela que avaliará cada modalidade antes de decidir.
– Não vale a pena arriscar. Se for vantajoso, pago o seguro com gosto para dormir tranquilo – destaca.
Como vai funcionar
Coberturas
- Faturamento: garante a indenização em caso de diferença entre faturamento garantido e o obtido com a produção segurada.
- Replantio: garante a indenização em casos de perdas causadas por chuva excessiva ou granizo que venham a causar a morte das plantas.
Na prática
– No seguro faturamento para uma propriedade de 200 hectares, o produtor gastaria, já descontado o subsídio oficial, R$ 13.848 para proteger sua receita projetada – ou 4,03% sobre o faturamento esperado. Nesse exemplo, o produtor estaria coberto com base em uma produtividade média calculada em 54,2 sacas de soja por hectare. Ou seja, teria uma receita garantida de R$ 343,7 mil, considerando o preço da saca em R$ 45,32 e cobertura máxima de 70% do faturamento. A operação custaria ao produtor um prêmio adicional três pontos percentuais acima do que pagaria por uma apólice tradicional.
– No mesmo exemplo, em caso de quebra de 40% na produtividade, teria indenização de R$ 245/ha – R$ 49,1 mil.
ZERO HORA

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