Colaboração
de Darci Alcântara visa melhorar a qualidade do atendimento a busca por novos
mercados e maior eficiência nos serviços já prestados
Em
busca de se manter atualizada em um mundo competitivo de negócios, a Cotrimaio
apresentou no mês de julho um novo colaborador: Derci Alcântara. O novo
consultor da cooperativa tem longo trânsito no agronegócio e foi contratado,
segundo o vice-presidente Antônio Wünsh, para que a Cotrimaio seja mais
competitiva e mais agressiva no mercado. “Com a chegada de Alcântara, buscamos
desde melhorar a qualidade do atendimento, alcançar novos mercados e ser mais
eficientes nos que nós trabalhamos. Temos que dar um novo foco para a Cotrimaio
em nossa região, que é a área do leite. Queremos buscar, por exemplo, a
instalação de uma fábrica de ração. São coisas que vamos agregando para atender
melhor nosso associado e trazer mais resultados para a cooperativa”, projeta Wünsh.
Alcântara iniciou seus trabalhos buscando informações para fazer um diagnóstico
da situação da cooperativa, possibilitando assim analisar seus focos de
negócios e sugerir caminhos que a cooperativa possa trilhar daqui para frente.
“Já tive a oportunidade de conversar com os associados, que trazem informações
muito importantes de como estão vendo a Cotrimaio. A fidelização do associado
passa necessariamente pela agregação de valor que a cooperativa precisa fazer.
Esse valor precisa ser percebido pelo associado e ele precisa perceber o que a
cooperativa oferece pra ele, gerar satisfação e possibilitar, de forma
ascendente, ainda melhores resultados para a cooperativa”, explica o consultor,
que reitera que a relação entre associado e cooperativa precisa ser continuada,
de confiança, de parceria, em que o produtor vê na cooperativa o seu ente
fornecedor de insumos e negociador de seus produtos, e a cooperativa vê no
associado o respaldo para poder fazer os investimentos que precisa fazer.
Fenômenos climáticos adversos
Segundo Alcântara, a Cotrimaio carrega em sua estrutura as marcas do passado,
muito focado no grão, com uma estrutura gigantesca construída que, por conta
das safras frustradas nos últimos anos, gerou muita ociosidade nas instalações,
o que ocasiona um custo elevado. “Precisamos, claro, ter o associado mais
próximo em safras normais para utilizar plenamente essas capacidades e sobrar
mais recursos para o associado e para a cooperativa. A perspectiva na região,
na área de grãos, é de sempre você ter, a cada cinco anos, um fenômeno
climático adverso. E é por isso que há necessidade de que haja diversificação
das atividades, tendo em vista que nossa estrutura fundiária é em sua grande
maioria de minifúndio, com mais de 80% das famílias de pequenos produtores, os chamados
pronafianos, que se enquadram na categoria do programa de agricultura familiar.
Ou seja, não se pode passar um ano inteiro esperando que o clima seja
plenamente favorável para se ter renda. A renda precisa ser construída no dia a
dia”, explica o consultor.
Mercado extraordinário para o leite
Alcântara cita o exemplo de uma atividade em que a cooperativa tem um longo
histórico e tradição, que é o fomento à bacia leiteira. “É o tipo de atividade
que, com tecnologia apropriada, com as novas maneiras e manejos que se tem hoje
em dia, pode gerar uma ótima renda para as famílias, com pouco trabalho. O
mercado é extraordinário para o leite. O Brasil, em dado momento, até importa
produtos lácteos. O mundo inteiro tem necessidade de produtos. A questão é você
produzir com eficiência, com produtividades elevadas, o que não acontece ainda
na grande maioria dos lugares. Essa lógica precisa ser mudada. Você precisa ter
pastagens adequadas, animais adequados e manejos adequados, para que a
produtividade venha de uma forma em que haja eficiência de custos e receita
sobrando para o produtor”, ressalta.
O ‘ciclo do porco’
Ao falar sobre a alta do preço da saca da soja, Alcântara lembra que a
atividade agrícola, como um todo, é ciclotímica, ou seja, vive de ciclos. “Até
existe um termo clássico chamado de “ciclo do porco”, em que quando os preços
estão altos, todo mundo cria porco. Aí você tem uma super oferta de suínos e,
daqui a pouco, o preço desaba. O que acontece no momento seguinte é que todos
matam as matrizes, vendem as matrizes, e aí há um desabastecimento e volta
aquele ciclo. Na questão da soja e do milho não é diferente. Há de se ter, em
um período de médio e longo prazo, um equilíbrio de forças, porque se eu tenho
um produto muito caro, que é insumo para a produção de carnes, por exemplo, não
consigo produzir carnes a preço competitivo. E, se não produzir a preço
competitivo, não vende, a população não paga. Ela troca de produto, como já
aconteceu em outros momentos. Por consequência, você reduz a demanda e com
isso, acaba tendo uma sobra de produtos no mercado, que acaba pressionando o
preço para baixo novamente”, explica o consultor, que projeta para o próximo
ano a tendência de preços altos, mas que ressalta que a tendência nos anos
seguintes é de equilíbrio.
Produtos alternativos
Alcântara reforça a ideia de que não se deve concentrar em um produto só,
especialmente em uma região como a nossa, em que as propriedades são pequenas e
quando ocorre um fenômeno climático adverso, o produtor fica sem renda. Quem
complementa a ideia é Wünsh, argumentando que um agricultor que planta 20
hectares de soja não consegue lucros, nem mesmo com o preço bom da seja. “Se
ele trabalhar com leite, por exemplo, numa propriedade de 20 ha, ele pode ter
quatro vezes o valor da receita em comparação com a soja. Evidente que dá
trabalho, mas queremos trabalhar, progredir, ter renda e trazer desenvolvimento
para a região, com aumento da circulação de dinheiro. Queremos que a pessoa vá ao
mercado comprar, que consuma carros, televisões, geladeiras, pra fazer com que
a região seja desenvolvida”, projeta Wünsh.
Segundo Alcântara, isso não significa substituir a produção de grãos. “Evidentemente
que isso não vai acontecer. A gente tem toda uma infraestrutura e as
propriedades são preparadas para produzir grãos. O que se está dizendo é que
especialmente nas pequenas propriedades, que são geridas por famílias, esse
tipo de atividade alternativa diversifica a renda da propriedade, que caba
sendo melhorada.”
Cotrimaio ainda maior em 10 anos
Ao ser questionado sobre onde quer ver a cooperativa ao final da próxima
década, o vice-presidente da Cotrimaio fala na força do planejamento
estratégico e projeta a cooperativa bem maior do que está hoje. “Vamos estar,
possivelmente, com uma produção de leite muito grande, assim como uma rede de lojas
e supermercados ampliada, pois haverá mais dinheiro circulando em nossa região.
Possivelmente tenhamos menos associados do que hoje, porque muitos agricultores
devem sair da roça e vir para a cidade, por causa da aposentadoria. Mas, ao
mesmo tempo, teremos uma produção mais qualificada, mais eficiente, gerando mais
renda. A agricultura de precisão vai ser o caminho para quem produz grãos. Não
só vamos ter o foco no leite, mas também no Departamento da Agricultura
Familiar (DAF) pra produzir alimento para que se cumpra a lei dos 30% de
produtos produzidos na região para as creches, escolas, presídios e hospitais
públicos. Será um grande mercado. Vamos participar dessas tomadas de compra e
esse vai ser um grande foco da Cotrimaio”, projeta Wünsh.
Competitividade
Alcântara finaliza lembrando que há três modos de ser competitivo no mercado,
com estratégias que garantem o futuro das empresas, e que para o sucesso é preciso
ser bom nas três. “Mas, para ser líder no setor, você tem que ser excelente em
alguns deles. Ou você tem a melhor qualidade de produto, ou você tem o melhor
preço, ou você tem o melhor atendimento. Não há outras saídas além deste tripé.
Este é o equilíbrio que a gente precisa buscar sempre, e é isso que a
cooperativa está almejando.”
A trajetória de Alcântara
Começou seu histórico profissional no escritório de contabilidade Mário Tesche,
em Três de Maio. Depois entrou no Banco do Brasil, onde fez carreira, sendo gerente
em várias agências e chegado aos cargos de superintendente regional e estadual
do banco, tanto no Paraná como no Rio Grande do Sul. Foi diretor de
investimentos da PREVI, que é o maior fundo de pensão da América Latina. Voltando
ao Banco do Brasil, foi diretor da área de agronegócio em Brasília e vice-presidente
da mesma área. Depois trabalhou na iniciativa privara, em um fundo voltado ao
agronegócio. Também foi presidente da empresa Florestas S/A, hoje Eldorado S/A,
que vem se consolidando como a maior empresa de celulose da América Latina.
Antes de montar seu escritório de consultoria e um fundo de negócios voltado
para investimentos, ainda foi presidente do Banco CNH, em Curitiba. Alcântara
também participa de conselhos de sete empresas voltadas para o agronegócio,
tanto no Brasil como no exterior.
terça-feira, 4 de setembro de 2012
AGRICULTURA: “O cenário é extraordinário para os próximos 10 anos”
No final do mês de julho, um evento na AABB de Três de Maio reuniu mais de 300 produtores rurais da região para duas importantes comemorações. O quinto aniversário da empresa Planta Sul e o lançamento do fungicida Locker, produzido pela FMC. Para o sócio e diretor-geral da Planta Sul, Alexandre Perotti, o evento foi um marco na história da empresa, marcando a consolidação dos cinco anos de atividades na região e trouxe a novidade de um produto que, segundo pesquisadores, vai despontar e sobressair no campo.
A Planta Sul foi criada em 2007, em uma parceria de Perotti com o grupo Rigon e Ceretta. “Optamos por criar uma nova empresa com um projeto bem definido, em que entramos em um mercado extremamente competitivo, com empresas tradicionais com 20 ou 30 anos de trajetória, com uma proposta diferenciada. Todas as empresas disponibilizam produtos de qualidade e não há um grande diferencial na questão preço, então, nossa política foi voltada para a parte técnica, fazendo a diferença no resultado final do nosso cliente”, explica Perotti.
Atualmente a empresa, com matriz em Seberi, já tem outras seis lojas, em Santo Augusto, Três de Maio, Palmeira das Missões, Ronda Alta, Chiapetta e Boa Vista das Missões, mas com atuação em mais de 80 municípios da região.
Ingresso no segmento leiteiro
Dentro de um planejamento estratégico, a Planta Sul sempre trabalhou com produtos que conhece e domina. “Com um passo de cada vez, sempre firme e estruturado, trabalhamos inicialmente com a parte de nutrição de plantas, depois entramos na parte de defensivos e na sequência nos implementos. Esse portfólio foi aumentando na medida em que fomos conquistando um conhecimento maior para que todas as partes saíssem bem embasadas e mantendo o padrão de qualidade Planta Sul. O ano de 2012 está marcando a nossa entrada no segmento leiteiro, que tem crescido muito na região e que, por a gente não conhecer, vínhamos adiando. Hoje criamos um departamento independente, com projeto piloto na matriz em Seberi, focado apenas para a parte leiteira”, relata o diretor.
Segundo Perotti, a ideia é levar algo diferenciado que seja possível contribuir, somar e levar um algo a mais para o produtor. Uma das novidades é uma parceria com a Ordemax, de Lajeado, que tem um foco semelhante ao da Planta Sul, com buscando contribuir para que o cliente possa alcançar um resultado melhor na questão da produtividade.
Otimismo
Perotti conta que após conversas com diretores de empresas multinacionais sobre o mercado e o futuro do agronegócio, tem a convicção de que está no lugar certo. “A agricultura é algo fantástico, com um ciclo muito rápido. Passamos este ano por uma série de dificuldades devido à estiagem que afetou muito a nossa região. Somos, no Estado, a região mais afetada, e por incrível que pareça a recuperação é muito rápida. Nem sequer fizemos uma nova safra e já se percebe uma mudança de foco e principalmente uma percepção do cliente de que a agricultura é feita de fases. Acabamos de viver uma fase difícil e agora já vem uma fase fantástica, uma fase extraordinária.”
O diretor da Planta Sul afirma que o agricultor está muito otimista devido à valorização do produto. “Estava se firmando contrato futuro de soja a R$ 60 ou R$ 62, e isso é excepcional. É algo fantástico que nunca antes se viu. O nosso parâmetro sempre foi de R$ 50 e fechando nisso estava excelente. Agora essa fronteira foi quebrada”, comemora Perotti, que cita ainda que a empresa fez para alguns clientes negócios de milho e trigo, em oportunidades de mercado em que foi possível viabilizar a troca por trigo e milho a R$ 30. “É um momento histórico e muito especial para a agricultura. Estamos passando por uma fase muito difícil devido a forte estiagem por que passamos, mas o cenário futuro é muito interessante e favorável”, projeta.
O posicionamento de especialistas em agronegócio e de economistas, segundo Perotti, é de que para os próximos 10 anos o cenário é extraordinário, com muitas novidades positivas e muita biotecnologia. “A busca incessante é pelo aumento de produtividade, pois a população mundial cresce a cada ano e, num futuro breve, teremos o problema de falta de alimento. A missão da agricultura é alimentar o mundo. Não temos dúvida alguma de que os produtores da nossa região, e mesmo todos que atuam no segmento da produção de alimento, terão um cenário muito favorável nos próximos anos.”
SETREM E CIER-BIOGÁS: Parceria impulsiona estudos e ações para geração de energia renovável
O objetivo é
desenvolver biodigestores compactos de alto rendimento adequados ao perfil
agropecuário da região Noroeste do Rio Grande do Sul
A
Sociedade Educacional Três de Maio (SETREM) firmou acordo de cooperação com o
Centro Internacional de Energias Renováveis com Ênfase em Biogás (CIER-Biogás)
tendo como objetivo a cooperação técnico-científica entre as instituições para
a difusão de conhecimento, desenvolvimento tecnológico e troca de experiências
sobre o tema energias renováveis e biogás.
O
biogás é um dos produtos da degradação dos dejetos de suínos e bovinos de leite
e pode ser aproveitado na geração de energia elétrica e térmica, com a
substituição na queima de gás de cozinha ou lenha. O CIER-Biogás desenvolve
ações no tema biogás na região oeste do estado do Paraná, em que já está em
operação uma cooperativa de agricultores que gera biogás a partir de dejetos de
suínos e bovinos, o qual é transportado através de um gasoduto até uma
Microcentral Termelétrica para geração de energia elétrica, térmica e
futuramente, veicular.
Com a
assinatura do termo de cooperação, a SETREM passa a fazer parte da rede de
parceiros do CIER-Biogás e a ter acesso ao conhecimento ali disponível sobre
biogás. A primeira grande ação foi a instalação de um Biodigestor Compacto de
Leito Fluidizado na instituição de ensino para realização de pesquisas. Os
primeiros estudos serão realizados pela Faculdade de Engenharia de Produção da
SETREM, e, após, as atividades serão estendidas à Faculdade de Agronomia para
disseminação de conhecimento e apoio técnico e laboratorial aos agricultores da
região. Em sequência, as Faculdades de Administração e de Sistemas de Informação
terão condições de participar nos estudos de viabilidade econômica, de controle
e otimização de redes de biodigestores.
Os
resultados das pesquisas visam trazer benefícios ao setor agroindustrial da
região através da oportunidade de obter energia e fertilizantes a partir de
recursos que atualmente são descartados e podem ser nocivos à sustentabilidade
ambiental. Com a novidade, os dejetos suínos e bovinos poderão se transformar
numa colheita de energia e renda para os agricultores.
LABORATÓRIO DA UNIJUÍ: Rede Leite analisa qualidade da silagem
Resultado comprovou baixa qualidade da silagem no período de
estiagem
Considerada reserva de alimento em períodos críticos, a
silagem é uma garantia de que não haverá falta de comida para o gado,
especialmente em épocas de estiagem. Contudo, a zootecnista Juliana Comin,
responsável pelo laboratório de Bromatologia e Nutrição Animal da UNIJUÍ,
acredita ser fundamental que o produtor de leite saiba em que patamar de
qualidade está a silagem que ele oferece às vacas. Essa informação, segundo
Juliana, somente pode ser obtida através de uma detalhada análise feita em
laboratório.
Preocupado, o produtor Élvio Siqueira, de Boa Vista do
Incra, enviou ao laboratório da Unijuí uma amostra da refeição que serviu ao
plantel leiteiro no período de estiagem. Ele tomou esta decisão após conversar
com pesquisadores do Programa em Rede de Pesquisa-Desenvolvimento em Sistemas
de Produção com Atividade Leiteira no Noroeste do Estado (Rede Leite), do qual
ele faz parte desde 2009.
Segundo o produtor, quando o pasto no campo secou e a
alimentação das vacas ficou restrita à silagem, foram verificados alguns prejuízos,
como a dificuldade para se reproduzir e até óbito de uma vaca. O resultado da
análise bromatológica feita na amostra de silagem enviada ao laboratório
confirmou as suspeitas: o alimento que as vacas consumiram era de baixa
qualidade.
Para a zootecnista da UNIJUÍ, isso se deve a vários fatores.
“Logicamente, uma planta que se destine à silagem e que passou por um período
de estiagem vai ser penalizada em termos de nutrientes, porque não teve todo o
aporte que poderia ter em período regular de chuvas para poder fazer suas
composições químicas. No caso, a silagem produzida na propriedade de seu Élvio
perdeu qualidade energética, ficando com baixas calorias, mesmo que o nível de
proteína e de fibras estivesse adequado”.
Os animais necessitariam comer uma quantidade maior dessa
silagem para atingir a sua exigência calórica. Ao fazer isso, no entanto, eles
também estariam ingerindo, em excesso, os demais nutrientes, como a proteína,
por exemplo, o que tenderia a sobrecarregá-lo. “O animal é como nós: se comer a
mais ou a menos dos nutrientes dos quais necessita, vai ter distúrbios
metabólicos. Por isso é importante cuidar isso”, alertou Juliana.
Análises ficam prontas em até duas semanas
A zootecnista explica que a análise da silagem, como
qualquer outro alimento, é realizada pelo método químico tradicional. “A
análise aqui realizada avalia, sobretudo, a proteína, a fibra, a gordura, a
matéria seca e a matéria mineral dos alimentos. Cada fração do alimento é
determinada por uma metodologia diferente. Para determinarmos a proteína
contida na silagem temos uma metodologia diferente da utilizada para a análise
das fibras, por exemplo”, explicou Juliana.
O primeiro passo é a pré-secagem da silagem. A amostra é
colocada em uma estufa para que o excesso de água seja retirado. O que sobrou,
ou seja, a matéria seca, é pesada para se saber de quanto foi a perda de água.
Em seguida, a amostra é reduzida, ou seja, moída. “Isso é necessário porque
simulamos a digestão desse alimento”, esclareceu a zootecnista. Em seguida, vem
a secagem definitiva que retira toda a água e informa o que de fato restou de
nutrientes.
Após todos esses procedimentos, são separadas as porções
para serem feitas as análises de proteína, fibra, gordura, matéria seca e
matéria mineral. De posse dos resultados, os valores são colocados em uma
planilha para a realização dos cálculos pertinentes. Por fim, um laudo da
análise é entregue ao remetente. A análise feita na silagem também pode ser
feita em forrageiras e grãos, e leva em torno de uma a duas semanas para ficar
pronta.
O laboratório de Bromatologia e Nutrição Animal presta
serviços à comunidade desde o início do ano. Conforme Juliana, a maior parte
das análises solicitadas pelos produtores da Região Noroeste se refere a grãos.
Produtores interessados em enviar amostras de gramíneas, que contém maior teor
de água, devem enviá-las dentro de saco plástico, contendo entre 600 g a 1kg.
“Se a entrega da pastagem ocorrer depois de alguns dias da coleta, pedimos para
que a amostra seja congelada, a fim de que não ocorra perda de líquido e de
nutrientes. Estando congelada, a pastagem chega aqui como se recém estivesse
saído da lavoura”, assegurou a zootecnista.
Juliana recomenda que os produtores realizem análises
periódicas dos alimentos. “Assim como nós, os animais precisam comer para se
manter vivos e produzir carne, leite, lã ou ovos. Quanto mais qualidade, melhor
serão os ganhos e o resultado de produção e maior a longevidade produtiva do
animal. Se a qualidade estiver abaixo do normal, o alimento precisa ser
complementado”, finalizou Juliana.
SETREM promove Dia de Pecuária
A SETREM, em parceria com a Emater, Sicredi e Cotrimaio,
está organizando um ‘Dia de Pecuária’. A atividade será realizada no dia 14 de
setembro e irá abordar cinco estações de conhecimento.
A primeira estação abordará o manejo do carrapato. Na
segunda, o tema tratado será a influência das microtoxinas na reprodução
bovina. A terceira tratará o manejo de pastagens de inverno. A quarta discutirá
sobre espécies de forragens de inverno. Na última estação, o tema explanado
será o uso de gramíneas de inverno de duplo propósito.
O Dia de Pecuária terá início às 13h30min e será realizado
no Campus SETREM. Para o evento serão disponibilizados quatro roteiros de
ônibus.
Acompanhe os itinerários:
Roteiro 01 - Saindo de Doutor Maurício Cardoso às 12h e 30min, passando por Vila Cascata e Horizontina, até a SETREM - Três de Maio.
Acompanhe os itinerários:
Roteiro 01 - Saindo de Doutor Maurício Cardoso às 12h e 30min, passando por Vila Cascata e Horizontina, até a SETREM - Três de Maio.
Roteiro 02 - Saindo de Tiradentes às 11h e 40min, passando por Crissiumal e Boa Vista do Buricá, até a SETREM - Três de Maio.
Roteiro 03 - Saindo de Sede Nova às 12h, passando por Humaitá e São José do Inhacorá, até a SETREM - Três de Maio.
Roteiro 04 - Saindo de Alegria às 12h e 30min, passando por Independência, até a SETREM - Três de Maio.
INSTRUÇÃO NORMATIVA 51: Um marco da segurança alimentar
A IN 51 estabelece uma
série de regras a serem aplicadas na produção
Em setembro de 2002, o Ministério da Agricultura editou uma norma que pode ser considerada um marco da segurança alimentar: a Instrução Normativa 51. Por regular a produção de leite, principal ingrediente da cadeia produtiva do queijo, a IN 51 influencia também a produção do queijo brasileiro. Mas, o que isso significa na prática?
Em setembro de 2002, o Ministério da Agricultura editou uma norma que pode ser considerada um marco da segurança alimentar: a Instrução Normativa 51. Por regular a produção de leite, principal ingrediente da cadeia produtiva do queijo, a IN 51 influencia também a produção do queijo brasileiro. Mas, o que isso significa na prática?
A instrução aprova regulamentos técnicos de produção, identidade e qualidade do
leite tipos A e B, do leite pasteurizado e do leite cru refrigerado, trazendo
também o regulamento técnico da coleta de leite crurefrigerado e seu transporte
a granel. A IN 51 entrou em vigor no dia 1º de julho de 2005 nas regiões Sul,
Sudeste e Centro-Oeste e em 1º de julho de 2007 nas regiões Norte e Nordeste,
tendo como prazo final para a mudança de padrões exigida pela instrução o ano
de 2011.
Na
prática, a instrução fez com que laboratórios credenciados passassem a examinar,
uma vez por mês, o leite entregue pelos produtores, medindo diversos índices de
qualidade, percentual de gordura e de proteína, número de células somáticas e
contagem bacteriana. Todo mês é feito um cálculo da média dos índices dos
últimos três meses. Se o resultado do trimestre estiver dentro dos limites, o
produto estará liberado, mesmo que um dos meses apresente índices fora do
limite máximo. O que importa é a média do trimestre e não o resultado mensal.
A IN 51
também estabelece uma série de regras a serem aplicadas na produção, como
estrutura física do curral até a saída do leite da propriedade, inclusive nos
hábitos de higiene das pessoas que trabalham na cadeia produtiva. Segundo a
norma, o transporte do leite deve ser granelizado, o que significa ser feito em
grandes quantidades, em caminhão refrigerado. O transporte de leite cru em
latões com temperatura ambiente é tolerado, mas deve seguir padrões de
qualidade definidos. Além disso, devem ser entregue nas indústrias em, no
máximo, duas horas depois da ordenha.
A necessidade do transporte granelizado obrigou os produtores a adquirirem
equipamentos que atendam às exigências. Para resolver o problema econômico, foi
criada uma linha de crédito chamada Pró-Leite, para auxiliar o produtor na
compra de equipamentos, tanques de expansão e ordenha mecânica. O pequeno
produtor conta, ainda, com o Plano Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar (Pronaf).
O
principal desafio da IN 51 é fazer que os pequenos produtores – responsáveis
pela maioria da produção nacional – mudem a visão que possuem do negócio. O
pequeno produtor, geralmente, não tem visão empresarial, mas de sobrevivência.
Para muitos, apenas resfriar o leite já é suficiente, esquecendo que deve haver
uma ordenha mais higiênica e melhor tratamento dos animais.
Entidades
como Emater e Sebrae desenvolvem todo um esforço no esclarecimento e
treinamento desses produtores. O trabalho envolve visitação diária, palestras
sobre administração de resíduos, manejo sanitário, gestão de pastagens, entre
outros aspectos.
CLIMA: El Niño deve espantar estiagens
Segundo
meteorologistas, intensidade do fenômeno deve ser entre fraca e moderada
Se na última safra de verão o La Niña trouxe estiagem, provocando quebras nas lavouras da região Sul do país e causando prejuízos aos agricultores, a expectativa é de que o clima seja favorável na temporada 2012/2013, devido à chegada do El Niño. Apesar de os especialistas ainda não terem chegado a um consenso quanto à intensidade do fenômeno, a projeção é que as estiagens não ocorram.
Se na última safra de verão o La Niña trouxe estiagem, provocando quebras nas lavouras da região Sul do país e causando prejuízos aos agricultores, a expectativa é de que o clima seja favorável na temporada 2012/2013, devido à chegada do El Niño. Apesar de os especialistas ainda não terem chegado a um consenso quanto à intensidade do fenômeno, a projeção é que as estiagens não ocorram.
Mesmo que a intensidade do El Niño fique entre fraca e moderada, a probabilidade é de mais chuvas para os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A indicação aos produtores é que sigam atentamente os dados que vão surgindo aos poucos sobre o clima para a próxima safra de verão, pois não é possível precisar a condição climática neste momento.
Os primeiros efeitos do El Niño, como a melhor distribuição e o aumento das
chuvas, já podem ser observados, segundo o meteorologista Luiz Renato Lazinski,
do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). "A primavera costuma ser
chuvosa e, com o El Niño, deve ser ainda mais. Isso pode afetar o plantio, mas
é melhor do que se ocorresse seca", explica, ressaltando que a umidade é
favorável ao cultivo do milho, que se desenvolve melhor quando chove mais.
Para Marco Antonio dos Santos, agrometeorologista da Somar Meteorologia, a
condição do campo para esse plantio deverá ser similar à da safra 2009/2010.
"A chuva deverá ocorrer na forma de pancadas, sem longos períodos de
duração e com janelas de tempo seco. O período mais intenso deve ser de
setembro a novembro." Porém, como ainda é cedo, Santos diz que o clima do
início ao fim do ciclo de verão ainda é uma incógnita. “Não se sabe se o El
Niño deverá ter força para se manter até o fim da estação. Por enquanto, tudo
indica que deverá chover acima da média."
PRODUTORES RURAIS: Dívidas com BB têm condições especiais de regularização
Oldemar Geng, gerente
executivo da instituição bancária, diz que há em torno de 250 mil contratos
inadimplentes
Os produtores rurais que têm dívidas vencidas com o Banco do Brasil (BB) até 30 de junho deste ano estão sendo chamados para renegociar os débitos em condições especiais até o final do mês de setembro, segundo informou o gerente executivo da Diretoria de Reestruturação de Ativos do BB, Oldemir Senner Geng.
Geng disse que há em torno de 250 mil contratos inadimplentes, com os mais
distintos valores possíveis, muitos deles já renegociados no ano passado, de
modo que fica difícil estimar um valor total passível de renegociação. Ele
ressaltou, no entanto, que é um número significativo, uma vez que oportunidade
semelhante, oferecida em 2011, recalculou dívidas no total de R$ 2,3 bilhões.
O gerente executivo explicou que as condições de agora são melhores do que as
do ano passado, pois além de juros menores é possível flexibilizar o percentual
de entrada mínima para renegociação, que era 20% e agora cai para 10%, e
parcelar o débito em até dez anos. Quanto maior a entrada, melhores as
condições para recálculo dos encargos financeiros.
De acordo Geng, as operações serão analisadas caso a caso, em razão da
diversidade de situações e da existência de dívidas de agricultores que não são
mais clientes do banco. Segundo ele, qualquer que seja a situação, o BB tem
interesse em fortalecer o relacionamento com a produção rural e contribuir para
que seus agentes mantenham a atividade produtiva.
DAF surgiu para alavancar a agricultura familiar
Atualmente, boa parte dos
alimentos que vai para a mesa dos brasileiros tem origem no trabalho de
agricultores familiares. Podemos chamá-los de colonos, trabalhadores do campo,
empresários do meio rural ou agricultores. Independente da denominação são eles
os responsáveis por colocar em nossas mesas, sete entre cada dez alimentos que
consumimos todos os dias.
Tamanha é a importância dessa
classe, que a Cotrimaio criou há dois anos o Departamento da Agricultura
Familiar (Daf). Coordenado por Silceu Dalberto, o Daf compreende num espaço
físico e econômico da cooperativa, destinados aos associados que operam em
regime de economia familiar.
Conforme Silceu, há dois anos, a Cotrimaio não tinha a dimensão que o crescimento do Daf tomaria as proporções que tem tomado e nem como ele se tornaria importante para os associados. “No primeiro momento pensava-se somente em produzir e aproveitar as tecnologias que se tinha naquele momento. Passado os anos, foram realizados alguns seminários com os produtores na questão de produção, para melhorá-la e também focando a gestão da propriedade.
Cadastramos essas pessoas como fornecedoras dos nossos supermercados e abrimos a eles outras possibilidades de comercialização (merenda escolar, por exemplo) e eles, com um trabalho sério, alinhado aos objetivos pessoais e do departamento, venderam em 2011 R$ 2,5 milhões”.
Na avaliação de Silceu, o que os agricultores já venderam dentro da agricultura familiar se deve a produção melhorada e a qualificação deles. “Temos uma expectativa muito grande em um futuro próximo, vender muito mais que o que já foi atingido, pois temos a certeza de que os mercados e as linhas de governo estão abrindo programas de governo, focados para produtos da agricultura familiar que é o caso de exércitos, presídios, hospitais, além da merenda escolar”.
Atualmente o DAF atua em cinco municípios, Três de Maio, São José do Inhacorá, Boa Vista do Buricá, Palmeira das Missões e Pejuçara, com 51 famílias associadas, são comercializadas os mais variados produtos, entre Hortifrutigranjeiros, leite, carne, bolachas, salgados, polpas e geléias, mel, melado e filé de peixe.
A quantidade de produtos e valores até o mês de junho deste ano com o aumento da solicitação dos órgãos representantes da merenda escolar, e consequentemente as instituições de ensino, chegam a 11.000kg de carnes, 6.351kg de filés, aproximadamente 80.000 kg de hortifrutigranjeiros, 150 kg de mel, 100 kg de melado, 600 kg de bolachas, 2.000 kg de leite em pó, 6.000 litros de leite, 400 kg de polpas de suco, salgados assados serão incluídos agora com inclusive a já aprovação das entidades, e produtos de outras cooperativas parceiras, filés, embutidos, derivados de leite, e aves somam 18.000 kg de produtos.
Como planos para o futuro, o coordenador comenta que a intenção é que seja criado em Três de Maio uma central de distribuição de produtos dos integrantes do Daf. “Com isso nós estamos olhando a parte técnica, o que oferecer para o produtor? Hoje temos um técnico agrícola exclusivo pra trabalhar com os produtores da agricultura familiar, o qual visita a propriedade duas vezes por mês, dando toda a assistência técnica. Queremos ampliar isso ainda mais, pois percebemos que uma das dificuldades dos produtores é a mão de obra. Ter a disposição tecnologias melhores, máquinas modernas que auxiliem na propriedade é necessário, mas com pouca mão de obra e sem a qualificação necessária, fica complicado viabilizar certos projetos. Por isso, queremos oferecer tecnologias, qualificação e tornar as pessoas cada vez mais capacitadas para então criarmos uma central”.
Silceu ressalta ainda que o Daf também busca projetos de assistência técnica maior, com mais pessoas disponíveis para poder auxiliar, assim facilitando e agilizando os trabalhos dos agricultores e que as expectativas com relação a esse assunto são muito positivas. “Nós acreditamos muito nos agricultores familiares, nos nossos colonos e sabemos que eles podem crescer muito, sem perder as origens. Podem lucrar mais, ter mais renda e qualidade de vida sem deixar de ser agricultor familiar. É preciso incentivar esses grupos a tornar as propriedades em pequenos negócios. E tenho certeza que, se seguirmos trabalhando unidos e se mais pessoas com capacidade de ajudar, se inserirem nesse projeto, podemos nos tornar referência estadual no setor”, finaliza.
Assessoria de Comunicação
CADEIA PRODUTIVA DO LEITE: Programa nacional é lançado em Brasília
Iniciativa visa
garantir qualificação de produtores, transportadores e indústria
O Programa Alimentos
Seguros para a cadeia produtiva do leite (PAS - Leite) foi lançado no dia 25 de
julho, no auditório do Sebrae, em Brasília. A iniciativa, que prevê ações de
formação em boas práticas para produtores, transportadores e indústrias, é
promovida em parceria entre o Sebrae, Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento (MAPA), serviços de aprendizagem Rural (Senar) e Industrial
(Senai) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O presidente do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae e da Federação da
Agricultura de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões, lembrou que a cadeia
produtiva leiteira envolve mais de cinco milhões de propriedades rurais de
diversos tamanhos em todo o país. "O PAS Leite contribui para que os
produtores ajustem suas atividades à legislação, garantindo emprego e renda no
campo".
O presidente do Sebrae, Luiz
Barretto, disse que a indústria leiteira terá papel de destaque na indução das
boas práticas de produção. Ele defendeu o aumento da remuneração aos produtores
que aderirem ao PAS. O presidente disse ainda que a instituição subsidiará até
70% dos custos do Sebraetec (Serviços em Inovação e Tecnologia), capacitação a
ser oferecida aos participantes do programa. "O PAS Leite já foi testado
em cinco estados com resultados positivos na melhoria da qualidade do leite
produzido", afirmou Barretto.
Segundo
o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Duarte Vilela, em 2010 foram
analisadas, em um único laboratório, 500 mil amostras de leite. Desse volume,
43% apresentavam inconformidade sanitária. "A indústria tem de estar ao
lado do produtor para que o programa siga em frente. É a indústria que precisa
estimular o produtor", defendeu o diretor da Embrapa.
O
consumo de leite por pessoa no Brasil é de 165 litros por ano e o volume de
produção, 32,2 bilhões de litros. Mas segundo o diretor-executivo da Associação
Brasileira das Indústrias de Leite Longa-Vida, Nilson Muniz, 30% dessa produção
não são fiscalizados. "Isso ocorre porque boa parte dos produtores está na
informalidade. O PAS também tem o papel de jogar luz sobre eles",
explicou.
O PAS
Leite será implantado em todo o país. Indústrias, cooperativas, associações,
grupos e produtores que tiverem interesse em aderir ao programa deverão entrar
em contato com o Sebrae, Senar, Senai ou a Embrapa - Gado de Leite.
Sgundo
Duarte Vilela, a produção brasileira de leite aumentou quase 400% nos últimos
35 anos. Em números absolutos, o Brasil tinha 12 milhões de vacas produzindo
oito bilhões de litros de leite há pouco mais de três décadas. Hoje, a produção
caminha para atingir 30 bilhões de litros por ano com um rebanho de cerca de 15
milhões de vacas. “Considerando-se as bacias leiteiras tradicionais e
propriedades com rebanhos especializados, há registros de produtividade média
anual de 3.600 litros vaca/lactação. Isto prova que o produtor brasileiro se
tornou mais tecnificado”, diz o chefe da Embrapa Gado de Leite.
SAFRA 2012/2013: Brasil pode colher 82 milhões de t de soja
O aumento dos preços
das commodities agrícolas no exterior vai influenciar de forma positiva o
plantio das lavouras de grãos e fibras no Brasil
A comercialização de insumos no Brasil, em especial de
fertilizantes, sinaliza que a área plantada com soja na safra 2012/2013, que
começa a ser cultivada em meados de setembro, será de 27 milhões de hectares,
com aumento de dois milhões de hectares em relação à safra anterior. A
avaliação é da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que
estima colheita de 82 milhões de toneladas de soja no ano-safra. "O
cenário externo favorável em termos de preços e as medidas de apoio anunciadas
pelo Governo Federal estimularão o plantio", afirma a presidente da CNA,
senadora Kátia Abreu. Ela alerta, no entanto, que a confirmação da previsão
depende das condições climáticas durante o período de plantio, desenvolvimento
e colheita das lavouras.
O aumento dos preços das commodities agrícolas no exterior
vai influenciar de forma positiva o plantio das lavouras de grãos e fibras no
Brasil, na safra 2012/2013, com colheita de cerca de 176 milhões de toneladas.
Os contratos futuros de soja na Bolsa de Chicago, referência de preços para
muitas commodities agrícolas, atingiram níveis recordes, sendo que o contrato
com vencimento em agosto subiu 10,2% somente na média dos pregões realizados na
semana passada. As notícias sobre as condições climáticas nos Estados Unidos
têm influenciado de forma muito intensa o mercado, deixando-o volátil.
Apesar do cenário externo, a expectativa de plantio não é
tão otimista para o milho quanto para a soja, pois, no Brasil, as duas culturas
disputam espaço, especialmente na região Centro-Sul. Nessa região, a
expectativa é de queda de até 10% na área plantada com milho de verão na safra
2012/2013 em relação ao período anterior. A presidente da CNA explica que a
preferência pela soja é justificada pela maior liquidez, menor custo e maior
facilidade na obtenção de créditos, além da rentabilidade, que sinaliza ganho
líquido médio de R$ 25,00 por saca de 60 quilos na safra 2012/2013.
Para a safrinha de milho, também há expectativa de redução
da área plantada para 6,2 milhões de hectares, com potencial de produção de 34
milhões de toneladas na região Centro-Sul. Somadas as duas safras, a produção
nacional de milho poderá somar 68 milhões de toneladas, com queda de dois
milhões de toneladas na comparação com o volume produzido na safra 2011/2012. A
CNA lembra que, se confirmadas as estimativas, o cenário é de preocupação para
os produtores de aves, suínos e leite, em função da perspectiva de aumento dos
custos de produção.
CULTURA DO MILHO: Alta produtividade em sistema plantio direto
Técnica aumenta teor
de matéria orgânica do solo e deve estar aliada a insumos de qualidade na
cultura do milho
Para que seja possível uma alta produtividade de milho por
hectare, não basta simplesmente aumentar a quantidade de insumos, mas sim
utilizá-los de forma racional e balanceada, explorando ao máximo as diferentes
tecnologias disponíveis no mercado, com destaque para medidas de manejo como o
Sistema Plantio Direto e a Integração Lavoura-Pecuária, que crescem cada vez
mais. No entanto, o uso de milhos Bt e o tratamento de sementes ganham força
até mesmo quando o assunto é a sustentabilidade.
Segundo José Carlos Cruz, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, a alta produtividade não tem sido conseguida de um ano para o outro, mas sim de forma gradual. Ele diz que esse é um processo através do qual o produtor vai aumentando seu conhecimento e o potencial produtivo do solo, obtendo assim ganhos sucessivos. Cruz conta também que as áreas de alta produtividade têm em comum um manejo que prioriza a matéria orgânica do solo. Então, é importante que o produtor trabalhe com sistemas como o plantio direto e integração lavoura-pecuária, aumentando o teor de matéria orgânica e a qualidade do solo.
O produtor deve ainda gerenciar sua lavoura conduzindo as operações de campo em
um tempo oportuno, através de máquinas e equipamentos adequados que existem
atualmente no mercado, aumentando a precisão da agricultura e utilizando
insumos de alta qualidade de forma racional e balanceada , afirma o
pesquisador.
Cruz explica que, com relação à cultura do milho, algumas tecnologias evoluíram rapidamente e que talvez a principal delas seja a semente. De acordo com ele, existem atualmente aproximadamente 500 cultivares diferentes disponíveis no mercado, sendo mais de 170 delas cultivares transgênicas, basicamente com tolerância às lagartas. Esse ano, já estão chegando ao mercado as cultivares transgênicas com resistência ao glifosato aplicado na pós-emergência. Além disso, a qualidade das sementes também melhorou bastante.
“Hoje, associado à melhor qualidade de semente, melhor qualidade de plantio e melhor controle de pragas e doenças, deve estar a utilização adequada de fertilizantes. No caso de altas produtividades, a absorção e exportação de nutrientes aumentam. Além disso, fazendo uma adubação nitrogenada adequada, não se descuidando de aspectos como os micronutrientes e época correta de plantio, o produtor de milho alcança altas produtividades com alta rentabilidade”, garante Cruz.
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