Apostando na melhora da qualidade do rebanho, Rony Rohde, proprietário da Cabanha Poejo, de Formigueiro, Rio Grande do Sul, tem investido nos mais sofisticados equipamentos para a coleta de leite, garantindo a sanidade animal e a diminuição dos custos de ordenha das 80 vacas produtoras em sua propriedade.
Com um investimento de R$ 25 mil, incrementou os seis conjuntos para ordenha que já possuía com um sistema eletrônico que lhe permite acompanhar os dados físicos das fêmeas ordenhadas como, por exemplo, sua temperatura e a vazão do seu leite. "Com um sensor (Gimenez), consigo saber se elas têm febre, antecipando infecções como a mastite", explica. A vantagem é evitar gastos com medicação provocados pela evolução das doenças, garantindo, assim, produção e rentabilidade constante. O incremento ainda proporcionou a redução no número de funcionários e no tempo de ordenha, que baixou 30 minutos.
Com esses novos equipamentos, a Cabanha Poejo entrou para o seleto grupo de 30% dos produtores gaúchos que cumprem as normas da Instrução Normativa (IN) 51 do Ministério da Agricultura. As determinações, em vigência desde 2005, regulamentam a produção, a identidade e a qualidade do leite tipo A, B, C, do pasteurizado e do cru refrigerado, além de reger a coleta e o transporte da bebida.
Cabanha Poejo - O informativo Voz do Produtor foi conhecer esse modelo de propriedade rural, em Formigueiro. E quem nos apresentou foi o próprio proprietário, Rony Rohde. Trabalhando principalmente com vacas holandesas, Rohde atua neste segmento leiteiro há mais de 20 anos. Primeiramente ele nos apresenta o Galpão de alimentação tipo corredor central. “Por este corredor o trator passa distribuindo a alimentação de um lado e volta distribuindo do outro. As vacas na hora da alimentação vão entrando cada uma em seu espaço e vão se trancando para não comerem mais do que deveriam”.
A alimentação dos animais, quando confinados, é à base de cevada molhada, que é resíduo das cervejarias. No entanto, durante o dia elas se alimentam de pasto e na hora da ordenha com uma pequena quantia de ração.
CABANHA POEJO |
Quando preparados para exposições, Rohde destaca que os animais desde pequenos são tratados de uma forma diferenciada. “Não podemos colocar gordura para não prejudicar a úbere e tem que ter o maior desenvolvimento possível para concorrer na categoria dela”.
Todos os animais que nascem na Cabanha têm um acompanhamento especial, segundo nos informa o proprietário. Logo ao nascer, o bezerro tem que fazer a primeira mamada em até quatro horas, aproveitando assim todo o poder do colostro. Após a primeira mamada, os animais são retirados de perto da mãe e são criados individualmente, tendo como base da alimentação leite duas vezes ao dia e ração à vontade. Em média os bezerros ficam 90 dias confinados. Após esse período, são soltos no campo.
Irrigação das pastagens – Em decorrência dos problemas enfrentados pela falta de chuva na época do verão, a Cabanha Poejo investiu recentemente em pivôs de irrigação. Um deles é rebocável e atinge 3,3 hectares por ponto onde ele é colocado. O outro pivô é para 20 hectares, mas esse é fixo.
Esse investimento foi feito para que em tempos de seca não seja necessário comprar alimentos para os animais e os prejuízos causados pela estiagem sejam quase nulos. Segundo Rohde, uma estiagem pode causar cerca de um ano de prejuízos, pois além de prejudicar a quantidade de leite produzida pelo animal, causa problemas na parte de reprodução.
A compra de equipamentos de irrigação facilitaram a vida do produtor em tempos de efeito La Niña, quando diminuem as chuvas e aumentam o período de seca.
Medidores de leite eletrônico – Mesmo não tendo um retorno em curto prazo como o processo de irrigação, Rohde considera o investimento em medidores de leite eletrônico um aperfeiçoamento, um aprimoramento na atividade leiteira. “O equipamento não só mede a produção que a vaca está tendo, mas diz também o tempo que ela levou para produzir, a temperatura da vaca, se ela tem mamite ou febre, e também quando secam as tetas, a teteira corta o vácuo e extrai automaticamente o equipamento. São esses equipamentos que facilitaram um pouco a vida na Cabanha e ajudaram a Poejo ser um modelo de fazenda produtora de leite.
Cabanha Poejo
250 fêmeas (dessas, 80 são para lactação, 20 estão prenhas e 32 são terneiras).
Produção diária de leite: 1900 litros
De 3 a 4 terneiros machos são criados por ano
4 funcionários
1 Médico Veterinário (responsável)