segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Produtor detalha gargalo energético

Interrupções no fornecimento de energia elétrica e baixa tensão são os principais gargalos que vêm impedindo produtores de investir na melhoria de suas propriedades. Os pontos foram tratados ontem (2) na subcomissão de Energia Rural da Assembleia Legislativa e seguem em debate hoje (3) no Seminário sobre Qualidade de Energia para o Meio Rural, que contará com a presença do diretor-presidente da Aneel, Nelson Hubner, e de concessionárias. No ato, os produtores irão apresentar suas reclamações e as empresas prometem respostas. A AES Sul informou que participará como convidada e, se permitido, apresentará o que vem fazendo para atender à demanda do setor. A CEEE informou que pretende ouvir para, então, definir o que poderá ser feito. A RGE detalhará investimentos.

O problema, segundo o secretário de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo, Ivar Pavan, é que as concessionárias não desempenham seu papel. Pavan diz que é preciso fazer essa cobrança porque, mesmo disponibilizando recursos, que somente no Plano Safra Estadual chegam a R$ 1,1 bilhão, agricultores de muitas regiões não adquirem máquinas porque não há qualidade de energia. O assessor de Política Agrícola da Fetag, Márcio Langer, diz que o problema é generalizado. "Cada vez que o produtor liga a ordenhadeira tem que desligar o resfriador." Segundo ele, em algumas regiões, as concessionárias já estão fortalecendo as linhas de transmissão.


Correio do Povo

RS quer transformar excesso de arroz em biocombustível

São Paulo - Após a crise que os arrozeiros do Sul do País passaram com os preços do cereal abaixo do custo, no início do ano, mais uma alternativa surgiu para equilibrar a oferta e a demanda e minimizar os problemas do setor. Trata-se do etanol à base de arroz, que tem um rendimento melhor que o milho, e uma possibilidade de expansão de área superior à cana-de-açúcar. O levantamento foi realizado pela Agência de Desenvolvimento de São Borja (ADSB), no estado do Rio Grande do Sul.

O setor sucroalcooleiro está às voltas com a perda de rendimento de suas lavouras, e a oferta do etanol segue escassa no País, perdendo a competitividade frente a gasolina em grande parte dos estados brasileiros. Os produtores de arroz ainda estão em busca de saídas viáveis para melhorar a sua remuneração, pois a oferta do produto é crescente e o consumo segue em baixa. A ideia de juntar os dois e resolver pelo menos parte do problema surgiu no Rio Grande do Sul e conta com a participação de produtores rurais, entidades, empresas privadas e governo estadual.

A ADSB está encerrando o ciclo de apresentação nos municípios produtores de arroz do projeto "Estudos de Viabilidade à Implantação de Biorefinarias de Etanol de Arroz no RS". Estas apresentações são também para captação de recursos orçados em R$ 300 mil para a execução do projeto, onde produtores, indústrias de beneficiamento, empresas identificadas com o setor e entidades representativas estão apoiando esta iniciativa. "O projeto está orçado para estudar a viabilidade para a implantação de uma biorefinaria para processamento do etanol de arroz. A ideia é trabalhar com dois milhões de toneladas de arroz beneficiado, que fazem parte do excedente de três milhões que temos no Brasil", comentou o presidente da entidade, José Francisco Rangel.

Durante uma reunião, na manhã de ontem, com representantes do setor do Rio Grande do Sul, e com o presidente do Instituto Riograndense de Arroz (Irga), Cláudio Pereira, Rangel afirmou que deve encomendar os estudos junto à empresa paulista Technoplan, especializada na execução de projetos estratégicos na área da agroenergia, até o final da próxima semana. "Os produtores querem se unir para levantar esses aportes, pois não aguentam mais esperar. Tão logo, caso o governo do estado demore ainda mais, daremos andamento a isso", argumentou ele.

Rangel contou que a cada tonelada de arroz é possível obter 430 litros de etanol, já o milho rende, com a mesma quantidade, 400 litros, e a cana-de-açúcar somente 80 litros. Para processar 900 milhões de litros de etanol por ano, o setor sucroalcooleiro precisaria de duas usinas, que custariam aproximadamente US$ 1,5 milhão. Já a rizicultura necessitaria de quatro usinas, a custos de US$ 200 milhões cada uma, ou seja, US$ 800 milhões no total. "Na comparação direta somente o preço do arroz é mais elevado que a tonelada da cana. Mas o setor de arroz ainda possui grande potencial de expansão, o que daria uma alternativa melhor para o setor", frisou o executivo.

Para o presidente do Irga, a ideia é boa, mas não é única. Existem outros projetos no estado para resolver os problemas de excedente de arroz, que não gerariam custos tão altos. Pereira, no entanto, vê o projeto com bons olhos, mesmo porque o estado sulista importa mais de 90% do etanol usado anualmente. "Essa é uma questão nova e complexa. Requer estudos mais aprofundados sobre a viabilidade econômica. O Japão já tem esse processo, mas ela é adequada à realidade deles, e não sabemos se encaixa com a nossa realidade. O Irga está disposto a buscar investimentos para realizar esses estudos e ajudar no que for preciso. Iremos conversar agora com a Secretária de Ciência e Tecnologia do estado para ver qual o caminho a ser tomado", disse ao DCI.

Para Pereira se o estado e a entidade resolverem entrar com a maioria dos investimentos para o estudo, o mesmo deverá ser disponibilizado publicamente. "Esses R$ 300 mil para o estudo de viabilidade econômica é muito caro. E eles querem que o estado entre com a grande maioria dos recursos, mas para isso o estudo tem que ser público, e ainda vamos conversar sobre isso".

Quanto à polêmica do uso do cereal como combustível, versus a alimentação humana ou animal, ambos os representantes afirmaram que o projeto prevê utilizar somente os excedentes. E conforme o crescimento da demanda, amplia-se a produção. "O consumo de arroz tem caído bastante no País. Na década de 80 o consumo era de 40 quilos por pessoa/ano, e hoje estamos consumindo menos de 15 quilos por ano. Todos ganham com isso, o produtor poderá ampliar a sua produção e garantir um bom preço. O consumidor terá a opção de combustível mais barato, e continuará a comer o arroz. E a industria de biocombustíveis ganhará mais uma opção", finalizou Cláudio Pereira, que irá se reunir com o governo do estado esta semana.


DCI - Diário do Comércio & Indústria

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Só cooperativas podem exportar trigo argentino

Agricultores Federados Argentinos, vinculada à Federação Agrária, ACA-Associação de Cooperativas Agropecuárias, vinculada à Coninagro e um grupo cooperativo de Entre Rios receberam autorização para exportar as 450 mil toneladas de trigo liberadas na semana passada, deixando de fora todas as demais empresas, algumas tradicionais exportadoras e produtores independentes. A Bolsa de Comércio de Rosário convocou uma reunião urgente, na manhã desta segunda-feira, para discutir a situação.

Quando, no meio da semana passada, os ministros de Economia e de Agricultura anunciaram a ampliação das cotas (ROE) de exportação, ninguém no mercado esperava essas restrições quanto às empresas, até porque vários exportadores tinham comprado e armazenado o grão para esta finalidade, que agora lhes é tirada. A pouca esperança de que esta não fosse uma situação definitiva se desvaneceu e logo passou à indignação. Na quinta-feira à noite começaram a circular os primeiros rumores de que o governo daria à AFA e ACA todas as cotas.


DCI - Diário do Comércio & Indústria

Mapa autoriza adesão do RS ao Suasa


Termo que fortalece agroindústria deve ser assinado durante a Expointer

O Rio Grande do Sul recebeu ontem (3) o aval do Ministério da Agricultura (Mapa) para adesão ao Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa). Com o parecer favorável, que veio após três dias de auditoria do Mapa, nesta semana, agroindústrias e municípios poderão vender seus produtos para todo o país. A habilitação deve ser oficializada na Expointer 2011, através da assinatura de termo pelo ministro Wagner Rossi e pelo governador Tarso Genro. De acordo com o secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, além de ampliar mercado para agroindústrias, a medida resulta em produtos de maior qualidade para o consumidor.

A Granja Pinheiros, de Presidente Lucena, que recebeu vistoria técnica, dará a largada gaúcha ao programa regulamentado em 2006 e coordenado pela União, com participação de municípios e estados, por meio de adesão. Atualmente, somente Bahia, Paraná e Minas Gerais e os municípios gaúchos de Erechim, Santa Cruz do Sul e Rosário do Sul têm reconhecida a equivalência da inspeção. A meta da Seapa é, em cinco anos, adequar os 340 estabelecimentos registrados no Cispoa, além de realizar auditorias nos 202 Serviços de Inspeção Municipal (SIM).

Contudo, para que isso seja possível, o atual quadro de 1.300 servidores do Departamento de Defesa Agropecuária (DDA) terá de ser ampliado. "Sanidade só se garante através de pessoal qualificado", disse o diretor do DDA, Eraldo Marques, lembrando que, nos próximos 30 meses, 40% dos servidores estarão em condições de se aposentar. Conforme a diretora do Cispoa, Ângela de Souza, a equivalência foi possível pelo equacionamento de falhas como o controle de fraudes e credenciamento de laboratórios.


Correio do Povo

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Produtores de soja iniciam planejamento do plantio para a próxima safra no Rio Grande do Sul


Recomendações técnicas publicadas em zoneamento agrícola feito Ministério da Agricultura orientam o cultivo
Nestor Tipa Júnior | Porto Alregre (RS)
O planejamento dos produtores de soja para a próxima safra, no interior do Rio Grande do Sul, já começou. O produtor Edenir Rosso, de Passo Fundo, pretende plantar 70 hectares da cultura. Os bons preços o estimularam o a fazer a compra antecipada dos insumos.
– A gente já adquiriu praticamente todos os insumos para a próxima safra, aproveitando os preços da soja que estão relativamente bons. Aí podemos fazer a troca de insumos, principalmente de adubos e fungicidas que são necessários para a cultura - revela.
Na última semana, o Ministério da Agricultura publicou o zoneamento agroclimático para o plantio da soja. Entre as indicações, estão os elementos climáticos que influenciam a produção da oleaginosa, além dos tipos de solos aptos ao cultivo e do melhor período para a semeadura.
O documento informa que o grão cresce bem em temperaturas ambientes de 20ºC a 30ºC. Além disso, a disponibilidade de água é importante, principalmente, em dois períodos de desenvolvimento da cultura, na germinação e na floração.
O agrônomo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Alencar Ruggeri, recomenda o escalonamento da produção e a utilização de cultivares de ciclo médio e tardio.
– A principal recomendação que podemos fazer para os produtores é que eles façam um escalonamento dentro do período recomendado, além da utilização de variedades de ciclo médio precoce e tardio. São as duas formas de minimizarmos qualquer dificuldade – recomenda.
Na última safra, o Rio Grande do Sul cultivou uma área de quatro milhões de hectares de soja, com uma produção de 11,6 milhões de toneladas, conforme dados do levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de junho de 2011. O plantio deve começar no início de outubro.

RÁDIO GAÚCHA

Território da Cidadania Noroeste Colonial destaca produção de leite em São Martinho

Com produção de 65 mil litros de leite ao dia, São Martinho, na Região Noroeste, tem conseguido manter estável a renda de 480 famílias de pequenos produtores que investem na atividade leiteira. Atualmente essa atividade é mais importante para a economia do município do que a produção de grãos. Para tornar este cenário conhecido dos agricultores familiares que fazem parte do Território da Cidadania Noroeste Colonial, a Emater/RS-Ascar, instituição que executa o Projeto Territórios no Estado, promoveu, na semana passada, uma visita à propriedade da família Ritter, no interior do município.

Administrada pelo casal Maria e Léo Ritter e o filho deles, o técnico agrícola André, a propriedade de 21,5 hectares é diversificada, como a maioria das propriedades rurais de São Martinho. Além da produção de subsistência, como hortaliças, frutas, galinhas e batata, os Ritter produzem suínos e 520 litros de leite/dia. Conforme explicaram o técnico agrícola e o médico veterinário da Emater/RS-Ascar, Cristiano Herpech e Oldemar Weiller, respectivamente, a gestão da propriedade, implantada pelos Ritter, se beneficia da experiência dos pais e das novas tecnologias introduzidas pelo filho. O controle do dinheiro que entra e sai do caixa da família, por exemplo, é feito na planilha do computador de André.

Considerada uma das cadeias produtivas que melhor remunera o pequeno produtor, a cadeia produtiva do leite cresce a cada ano no Estado (segundo maior produtor nacional, atrás de Minas Gerais), e no Brasil (quinto maior produtor mundial, atrás dos Estados Unidos, Índia, China e Rússia).

A visita feita aos Ritter faz parte das atividades que a Emater/RS-Ascar está desenvolvendo com quatro mil famílias em 34 municípios do território. Além do Território da Cidadania Noroeste Colonial, a Emater/RS-Ascar também é executora das ações realizadas nos outros três Territórios da Cidadania que existem no Rio Grande do Sul (Médio Alto Uruguai, Região Central e Zona Sul do Estado).


Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional de Ijuí
Jornalista Cleuza Noal Brutti
cbrutti@emater.tche.br
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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Aquecimento global poderá aumentar desigualdades regionais e de renda

Professora Carolina Dubeux coordenou o trabalho que projeta a economia brasileira impactada pelas mudanças climáticas

As mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global aprofundarão as desigualdades regionais e de renda no Brasil. Na Região Nordeste, vai chover menos; no Sul do País, as chuvas serão mais intensas e as geadas diminuirão, enquanto no Centro-Oeste o clima ficará mais quente. Essas foram as principais conclusões do estudo Economia da Mudança do Clima no Brasil: Custos e Oportunidades, apresentado pela pesquisadora do Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carolina Dubeux, que também coordenou o levantamento. A apresentação do estudo encerrou o ciclo de palestras sobre mudanças climáticas que a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu na sede da entidade, em Brasília, entre os dias 1/8 e 2/8.

O estudo projeta um cenário otimista e outro pessimista para a realidade da economia brasileira deste século, afetada pelos efeitos do aquecimento global. “Quando se constroem cenários, é possível imaginar qual o caminho a humanidade vai seguir e, dessa forma, medir os impactos dessa escolha”, explica a pesquisadora, que também integra o Painel Intergovernamental de Mudança do Clima (IPCC, sigla em Inglês). Apesar dos problemas climáticos associados ao aquecimento global serem de longo prazo, o levantamento adotou o ano de 2050 como marco para o aumento da percepção dos efeitos das mudanças climáticas.

De acordo com o estudo, a agricultura será uma das atividades econômicas que mais sofrerão mudanças com os efeitos do aquecimento global. Segundo Carolina Dubeux, a área propícia para o plantio de soja, em 2050, será 34% menor e as perdas anuais com essa redução são estimadas em R$ 6,8 bilhões. O milho é outro produto que será fortemente atingido, revela o estudo. Estão previstas perdas de até R$ 1,5 bilhão por ano até 2050, por causa da retração de 15% da área plantada de milho.

Com exceção da cana-de-açúcar, que deverá ter um aumento da área cultivada de até 147%, todas as outras culturas sofreriam redução de área até a metade deste século. “A produtividade cairia principalmente nas culturas de subsistência do Nordeste”, explica Carolina. No Nordeste, diz o estudo, as chuvas tenderiam a diminuir 22,5 mm por dia até 2100, causando perdas agrícolas em todos os Estados da região. O déficit hídrico reduziria em 25% a capacidade de criação de bovinos de corte e, assim, provocar um retrocesso à pecuária de baixo rendimento.

Oportunidades – O levantamento também apontou medidas que ajudarão a mitigar os efeitos do aquecimento global. Entre elas, a taxação do preço médio da tonelada do carbono na Amazônia em US$ 3, ou US$ 450 por hectare. “A gente precisa oferecer mecanismos para estimular os produtores rurais a deixarem as árvores em pé e a melhor maneira é remunerá-lo por isso”, defende Carolina Dubeux. A substituição dos combustíveis fósseis também é apontada no estudo como uma forma para mitigar o impacto das emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE). O uso de biocombustíveis poderia evitar emissões de 92 milhões a 203 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2) pelo Brasil até 2035. O crescimento da área plantada de 17,8 milhões a 19 milhões de hectares não causaria substituição de áreas destinadas às culturas de subsistência em nenhuma região brasileira, nem pressionaria o desmatamento da Amazônia, diz o estudo.

A professora Carolina Dubeux, que coordenou o estudo, participará da mesa-redonda “Oportunidades para a agricultura na economia do clima”, no Fórum Internacional de Estudos Estratégicos para o Desenvolvimento Agropecuário e Respeito ao Clima (FEED 2011), promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), nos dias 5 e 6 de setembro, no auditório da Fecomércio, em São Paulo. Falará sobre o tema “Buscando uma economia verde com a agricultura”.

CNA

Efeito econômico da mudança climática

Investimentos para minimizar efeitos da mudança do clima podem evitar prejuízos equivalentes a 20% do PIB mundial, diz pesquisadora
A destinação anual de recursos equivalentes a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial até 2050 pode ajudar a mitigar os efeitos das mudanças climáticas no planeta, evitando um prejuízo na economia mundial que corresponde a 20% do mesmo PIB na economia mundial se nada for feito pelos países para impedir a redução da emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE). O alerta faz parte de um estudo sobre o tema feito pelo economista britânico Nicholas Stern, ex-economista chefe do Banco Mundial, apresentado nesta terça-feira (2-8) pela pesquisadora Carolina Dubeux, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ). Ela foi uma das palestrantes no segundo dia do encontro Mudanças Climáticas – Combate ao Aquecimento Global e o Agronegócio, promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

O objetivo do encontro é colher subsídios para a elaboração do Programa de Governança Climática para uma Agricultura de Baixo Carbono (PABC), lançado pela CNA em junho e que servirá de base para as contribuições do setor agropecuário para a redução dos gases de Efeito Estufa (GEE). A idéia da CNA é transformar em vantagem competitiva no mercado internacional a adoção de práticas que tenham o objetivo de minimizar os reflexos do aumento da temperatura global sobre a produção de alimentos. Para a pesquisadora, a atividade agropecuária, principalmente a dos países em desenvolvimento, certamente será uma das afetadas com a mudança da temperatura no mundo. “Por isso precisamos de políticas de mitigação, que terão custo menor em relação ao custo da inação”, ressaltou Carolina Dubeux em sua exposição, com base no relatório.

Desta forma, a pesquisadora citou quatro alternativas para se reduzir as emissões de GEE: a redução da demanda por bens e serviços intensivos de emissão, a economia de recursos e de emissões, as emissões não energéticas e a migração de tecnologias de emissão intensiva de carbono para instrumentos de baixo carbono, uma das alternativas defendidas pelo setor agropecuário. No entanto, ela ressaltou a necessidade de se adotar políticas que incentivem a adaptação dos vários setores da economia e da população aos mecanismos de geração de baixo carbono, além da regulamentação do comércio de carbono como alternativa para estimular a redução da emissão de gases. “Quem tem custos baixos poderia vender suas cotas para quem tem custos altos de emissão”, explicou.

Política Nacional de Mudanças Climáticas – Além dos impactos da mudança do clima sobre a economia global, outro tema que pautou os debates nesta terça-feira diz respeito aos aspectos jurídicos e políticos da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), criada pela Lei 12.187/2009. O assunto foi abordado pela advogada Flávia Frangetto, que explicou os efeitos da lei e falou sobre a necessidade de integração entre os setores públicos e privados e os poderes públicos federal, estadual e municipal. Na sua avaliação, a mitigação deve estar aliada ao desenvolvimento sustentável e as medidas devem levar em conta os diferentes contextos sócio-econômicos e a distribuição dos ônus e encargos entre os vários segmentos da economia em torno do bem comum. “Todos têm o dever de atuar em benefício das presentes e futuras gerações para reduzir o impacto decorrente das interferências antrópicas”, disse a advogada.

CNA

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Sistema de plantio direto garante fertilidade integral do solo

Com a aproximação da safra de verão 2011/2012, chega o momento de os agricultores gaúchos voltarem sua atenção para o solo. Enquanto alguns produtores o revolvem, incorporando os restos de palha e vegetais, grande parte já opta pelo plantio direto, prática da agricultura conservacionista que, quando empregada corretamente, garante a saúde do terreno em longo prazo. Segundo o censo do IBGE de 2006, em 73% da área de grãos das regiões administrativas da Emater/RS-Ascar de Erechim, Ijuí e Passo Fundo, o plantio já era realizado por meio desta técnica.
Com este método de semeadura, opta-se por manter os resíduos e revolver o solo apenas nos pontos onde são depositadas as sementes, de forma a evitar sua exposição direta à ação do sol e da chuva. “Em um terreno desnudo, em dias de sol, a temperatura da superfície pode atingir até 55ºC, perdendo mais água por evaporação e chegando a déficits hídricos mais rápido do que no plantio direto. Além disso, com a retirada da palha, a água escorre com mais facilidade, o que favorece a erosão”, alerta o engenheiro agrônomo e doutor em solos da Emater/RS-Ascar, Edemar Streck.
O produtor Eivar Rissee, de Passo Fundo, conta que a produtividade da lavoura melhorou substancialmente depois que ele passou a empregar o plantio direto. Ele ressalta a importância de se manter a cobertura vegetal. “A palha protege o solo e evita a erosão”, destaca.
Apesar de aparentemente simples, para que seja efetivo e se perpetue ao longo dos anos, o plantio direto precisa ser acompanhado de uma série de cuidados especiais, como a rotação de culturas, o terraceamento, o plantio em contorno e a manutenção da cobertura vegetal. “Para perpetuar o plantio direto, o agricultor deve adotar todo o sistema que permite manter a fertilidade integral do solo, química, física e biologicamente”, frisa o pesquisador da Embrapa Trigo, José Eloir Denardin. Ele explica que, para se obter esta fertilidade, não basta fornecer somente os nutrientes às plantas: é preciso que o solo esteja fisicamente saudável, de forma que as raízes consigam penetrar em profundidade para retirar água e incorporar a matéria orgânica.
Para que isto seja possível, o plantio direto deve ir além de seus dois preceitos básicos: revolver o solo apenas nos pontos onde serão depositadas as sementes e manter a cobertura vegetal. “É preciso que haja diversificação de espécies, por meio da rotação ou consorciação de culturas, minimização do intervalo entre colheita e semeadura, objetivando estabelecer um processo contínuo”, enumera Denardin. Com isso, o sistema sofre um menor grau de perturbação, quando comparado a outras formas de manejo.
Streck observa que, quando o produtor que opta pelo plantio direto não adota todos estes cuidados, o resultado pode ser a erosão do terreno. “O plantio direto realizado hoje no Rio Grande do Sul é de qualidade indesejada, com pouca palha e sem terraceamento, o que causa muita erosão”, avalia. Para reverter este quadro, reforça, é fundamental não restringir o plantio direto ao abandono do preparo do solo: ele precisa vir acompanhado da adoção de todo o sistema de uso, manejo e conservação de solo.
Seguindo todos estes preceitos, pesquisador e técnico concordam que o sistema de plantio direto é uma ferramenta da agricultura conservacionista indispensável para garantir a sustentabilidade da produção. Através deste método, o solo é protegido contra agentes erosivos, o impacto da chuva e as variações de temperatura, viabilizando-se de modo contínuo a semeadura direta.

Assessoria de Imprensa Emater/RS-Ascar
Jornalista Patrícia Strelow
pstrelow@emater.tche.br
(51) 2125-3104

Agricultor precisa conhecer oportunidades da agricultura sustentável

Tema foi discutido na CNA por especialistas em mudanças climáticas
O secretário executivo do Instituto Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (ICNA), Rubens Pires, afirmou nesta segunda-feira (1-8), que os agricultores devem aproveitar o momento atual para conhecer as novas oportunidades de negócios relacionadas à agricultura sustentável. “Estamos diante de um novo cenário e os agricultores brasileiros, que conciliam produção agropecuária e preservação ambiental, precisam conhecer melhor as novas alternativas de negócios”, afirmou. O secretário executivo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Daniel Carrara, citou, por exemplo, que os créditos de carbono obtidos pelo setor agropecuário podem ser vendidos para a indústria.
As mudanças climáticas é tema de reunião que ocorre até esta terça-feira, na sede da CNA, em Brasília. Algumas das propostas discutidas por especialistas nos dois dias de reuniões poderão ser incorporadas ao Programa de Governança Climática para uma Agricultura de Baixo Carbono (PABC), lançado pela CNA em junho. O objetivo do programa é apresentar as contribuições do setor agropecuário para a redução da emissão de carbono, ajudando a mitigar os efeitos negativos do aumento da temperatura sobre a atividade rural.
Durante sua apresentação, o professor Nuno Cunha, da Kryia Agropecuária de Baixo Carbono, afirmou que a agropecuária é o setor que tem condições de responder de forma mais rápida ao desafio de reduzir a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEEs) que provocam o aquecimento global. "A dinâmica do setor agropecuário permite que ele se adapte de forma rápida, mas para isso é preciso ter não só tecnologia, mas também recursos", afirmou. Acrescentou que o problema da falta de recursos pode ser resolvido por meio do Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), do Governo federal.
Listou, ainda, iniciativas que contribuem para a redução da emissão de GEEs: retenção biológica de nitrogênio, recuperação de áreas de pastagens degradadas, plantio direto na palha, integração lavoura-pecuária-floresta, geração de energia e de composto orgânico através do tratamento de dejetos animais, aumento da área de florestas plantadas e tratamento de dejetos de animais. “O setor tem facilidade para adotar práticas que seqüestrem carbono, desde que sejam elaborados projetos, que se faça o monitoramento e que sejam seguidos protocolos de cálculos”, afirmou.
Elder Zanetti, consultor do Instituto Ação Verde, apresentou ao grupo que participou da reunião outra iniciativa que pode beneficiar os produtores rurais, considerando o potencial da chamada “economia verde”. “A economia verde tem crescido três vezes mais que a economia tradicional. As projeções indicam que em 2050 ela vai superar o PIB (Produto Interno Bruto) mundial da economia tradicional”, afirmou. De acordo com ele, o mercado de bens e serviços ambientais movimentou US$ 782 bilhões em 2010, cifra que deve chegar a US$ 1 trilhão neste ano.
Citou uma série de iniciativas adotadas pelos produtores que rendem recursos extras em outros países. Nos Estados Unidos, os produtores da cidade de Cumberland recebem US$ 46 por hectare por ano por adotarem a técnica do plantio direto. Os bancos de biodiversidade também são remunerados nos Estados Unidos: são 1.047 projetos, somando US$ 2,3 bilhões. Zanetti lembrou, ainda, que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) defendeu, em 2005, um projeto que envolve créditos de biodiversidade, de carbono, energias renováveis, madeira de origem sustentada e de água.
No Brasil, afirmaram os especialistas, existem, nos Estados, iniciativas que remuneram, entre outros, a preservação da biodiversidade e da água, mas não há, no entanto, uma legislação federal para o tema. Essa indefinição pode comprometer as posições do país nas negociações em organismos multilaterais, como é o caso da Organização Mundial do Comércio (OMC).
CNA

Técnicos indicam que produtores de trigo precisam estar atentos com as chuvas

Entre os tratos que devem ser usados na cultura está o reforço na aplicação de nitrogênio
Nestor Tipa Júnior | Porto Alegre (RS)

A alta umidade presente no solo, aliada à falta de luminosidade adequada, prejudicou a germinação e o desenvolvimento inicial de algumas lavouras de trigo semeadas nos últimos dias no Rio Grande do Sul. Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), o plantio no Estado está praticamente encerrado, faltando apenas pequenas áreas deixaram de ser semeadas devido às chuvas.
Em Passo Fundo (RS), o produtor de trigo Erni Lago plantava cerca de 80 a 100 hectares nas últimas safras. Mas com as informações de que o inverno seria chuvoso, ele reduziu para 20 hectares. Com o plantio finalizado, o produtor, agora, realiza os tratos na cultura, como a aplicação de nitrogênio. Mas, com as chuvas intensas, já será preciso uma nova aplicação.
– Quando começou a chuvarada já estava tudo plantado. Já foi feito um tratamento contra doenças fúngicas e uma aplicação de nitrogênio. Mas como está chovendo demais, já preciso aplicar nitrogênio de novo, pois já está aparecendo doenças mais uma vez – informa.
Conforme o agrônomo da Emater, Ataídes Jacobsen, as condições do tempo serão o foco da atenção dos triticultores, uma vez que, dentro de poucos dias, lavouras plantadas há mais tempo deverão entrar na fase reprodutiva, de floração. Ele afirma que é preciso observar a coloração do trigo.
– Um dos aspectos interessantes a ser observado é a coloração do trigo, se ele está assumindo uma coloração mais amarelada que pode ser em razão destas precipitações maiores e isso causou uma lixiviação de nitrogênio, por isso teríamos que aplicar o nitrogênio em cobertura mesmo naquelas lavouras que já receberam aplicação de nitrogênio – orienta.
O agrônomo informa que o início da colheita deve ser na primeira quinzena de outubro, com intensificação no início de novembro. A safra de trigo, segundo a Emater, deve ocupar uma área total 845 mil hectares da cultura, com previsão de colheita de um 1,8 milhão de toneladas.
CANAL RURAL

Comércio entre Brasil e Argentina atinge volume recorde em julho

Apesar das barreiras comerciais, exportações brasileiras ao país vizinho aumentaram 25,5%
O comércio entre o Brasil e a Argentina atingiu níveis recordes em julho, com um volume de US$ 3,566 bilhões, representando um aumento de 23,9% em comparação com igual mês de 2010. As importações brasileiras de produtos argentinos somaram US$ 1,525 bilhão, com um aumento de 21,9%. Trata-se do maior valor da série histórica, segundo a consultoria argentina Abeceb, com base em números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Apesar das barreiras comerciais do país vizinho, as exportações brasileiras ao mercado argentino aumentaram 25,5%, atingindo o valor de US$ 2,041 bilhões, o segundo mais alto da série. “O resultado comercial da Argentina com o Brasil apresentou um déficit de US$ 516 milhões em julho, o que implica um aumento de 37% em comparação com o mesmo mês do ano passado", diz a Abeceb.
A balança comercial argentina com o Brasil acumula um déficit de US$ 2,96 bilhões nos primeiros sete meses de 2011. Neste período, as exportações brasileiras para a Argentina acumularam alta de 32,2% enquanto as importações do Brasil de produtos argentinos cresceram 19,5%.
– O comércio vai muito bem porque ambas as economias estão crescendo: a Argentina crescerá 7,5% enquanto o Brasil ficará acima de 4% (neste ano). as barreiras têm efeito parcial, mas o impacto pode ser melhor dimensionado quando se observa a desaceleração da importações da Argentina de produtos brasileiros, que vinham crescendo a um ritmo mensal de 30% e agora está em 20% – aposta o economista da Abeceb, Maurício Claverí

AGÊNCIA ESTADO

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Semente certificada já é maioria no Brasil

Soja e milho atingem resultados recordes, segundo levantamento da Abrasem; para entidade, soja deve evoluir ainda mais nos próximos anos

A taxa de adoção de sementes certificadas alcançou resultados recordes na última safra, principalmente no caso da soja e do milho – os dois principais cultivos agrícolas do país. Na safra 10/11, eles atingiram 64% e 87% de utilização legal, respectivamente, contra 61% e 83% na safra 08/09. O milho, assim como o sorgo, alcançou o maior índice de sementes certificadas, comparado às outras culturas pesquisadas. Os dados são da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) e constam na edição de 2011 do Anuário de Sementes Abrasem, que acaba de ser publicado.

“O crescimento das taxas de sementes certificadas reflete o reconhecimento dos benefícios trazidos pela semente e pelo uso de tecnologia, pelos agricultores e pelo mercado que, cada vez mais, comprova as vantagens que a utilização dessas sementes traz para as lavouras”, comenta Narciso Barison Neto, presidente da Abrasem. Segundo ele, a previsão para a próxima safra é que o uso de sementes legais de soja chegue aos 70% e se aproxime ainda mais dos resultados do milho.

De acordo com o presidente da entidade, os índices de sementes certificadas do milho estão praticamente superados, e a diferença para atingir os 100% tem relação com a opção do agricultor em usar, mais ou menos, as melhores tecnologias. “Vemos que os produtores estão em busca das técnicas e sementes mais produtivas e que garantem os melhores resultados. A categoria que mais evolui é sempre a biotecnologia”.

“A Abrasem trabalha em prol da agricultura brasileira. Por isso, sempre defendemos que as sementes utilizadas nas lavouras sejam certificadas, pois elas garantem produtividade e sanidade, que refletem em resultados mais positivos”, acredita Barison. Ele destaca que o índice de sementes legais é uma escala crescente, assim como a qualidade das sementes e a conscientização dos agricultores.

Biotecnologia incentiva utilização de sementes legais de algodão

Na safra 2010/11, o crescimento da taxa de utilização de sementes certificadas também se concretizou para o algodão, e o índice de adoção, que era 44% em 2008/09, subiu para 51%. “Vemos que os produtores estão mais conscientes sobre os reais prejuízos das sementes próprias ou ilegais. A grande maioria já consegue perceber que a relação custo-benefício das sementes certificadas é mais positiva”, comenta Cláudio Manoel da Silva, vice-presidente da Abrasem. Ele acredita que, na próxima safra, a tendência é que o índice de utilização do algodão atinja 65%.
Cláudio conta que, também como produtor, percebe que o lançamento de novas tecnologias faz crescer os números de adoção de sementes legais, pois os agricultores notam melhor os benefícios das sementes com certificação. “Com as variedades de algodão transgênicas, por exemplo, não vale a pena produzir sementes próprias, pois temos mais interesse em utilizar as sementes que garantem melhores resultados”, completa.

As informações são da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (ABRASEM).

Rio Grande do Sul pode ter usina de transformação de arroz em Etanol

Projeto ainda está em estudos de viabilidade para depois entrar na captação de recursos

Nestor Tipa Júnior | Porto Alegre (RS)
O Rio Grande do Sul pode ter, nos próximos anos, a primeira usina brasileira de grande porte para a transformação de arroz energético para etanol. A informação é do professor da Universidade de São Paulo (USP), Roberto Hukai. Ele esteve em Porto Alegre (RS), onde palestrou sobre o tema Alimentos, Energia e Meio Ambiente.

Segundo o professor, o projeto ainda está em fase de estudos de viabilidade, pedido pela Agência de Desenvolvimento de São Borja, e deve contar com o apoio do Badesul para a busca de recursos. Hukai lembra que os japoneses já utilizam o arroz para a destilação do álcool na produção de bebidas, como o saquê. Ele defende que o produtor deva ser incentivado a usar variedades específicas para a energia.

– Vamos na direção do arroz energético. Arroz energético não tem nada a ver com o arroz comestível. Eu não estou querendo saber se o arroz é bonitinho. O que eu quero saber é qual a produtividade econômica dele – salienta.

Durante a palestra, Hukai analisou o uso do arroz para a produção de etanol e dos chamados co-produtos, procurando desmistificar o impasse entre produção de alimentos ou produção de biocombustível. A ideia foi discutir formas de como ampliar a utilização dos excedentes de arroz, encontrando alternativas de aproveitamento econômico para as sobras do produtos, que responde por cerca de 2,5% do PIB do Estado.

RÁDIO GAÚCHA

Preços atrativos devem estimular aumento do plantio de milho no Rio Grande do Sul

Segundo produtores, área deve crescer em até 20%

Nestor Tipa Júnior | Porto Alegre (RS)
A expectativa é que o plantio do milho no Rio Grande do Sul terá um aumento de área na próxima safra de verão. Em algumas regiões, como São Borja (RS), o plantio deve iniciar já nas próximas semanas.

A recuperação, segundo o presidente da Associação Gaúcha dos Produtores de Milho (Apromilho/RS), Cláudio Luiz de Jesus, deve ser de pelo menos 200 mil hectares, chegando a 1,1 milhão de hectares destinados à cultura, representando um aumento de 20%. Ele avalia que os produtores estão estimulados pelos bons preços.

– Já temos empresas tentando fixar o preço do milho que o produtor vai plantar. Eu vejo que o cenário do milho do Rio Grande do Sul é muito favorável em termos de preço e também em termos de aumento de área – acredita.

Em todo o Brasil, conforme relatório de intenção de plantio produzido pela Safras e Mercado, a expansão da área deve chegar a 5,1 milhões de hectares. O analista Paulo Molinari explica que os preços do primeiro semestre estão atrativos e fazem com que o produtor opte pelo milho.

– Em média os preços do milho no Rio Grande do Sul ficaram entre R$ 25 e R$ 30 neste período. Este é um fator forte para estimular o plantio do milho para a próxima safra. Temos também vários negócios que vão ocorrendo para exportação em fevereiro e março de 2012 entre R$ 29 e R$ 30 no porto – ressalta.

Sobre o clima, Molinari acredita que, pelo fato de ser um ano de La Niña, o produtor deve ter cautela, mas salienta que com as chuvas chegando mais cedo no Rio Grande do Sul, o produtor pode aproveitar o plantio mais precoce, escapando do período mais crítico do fenômeno climático.

RÁDIO GAÚCHA

Embrapa aprova eficácia do Biofórmula Leite

Suplemento alimentar ajuda produtores a seguirem as exigências do Ministério da Agricultura

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) validou a eficácia do suplemento alimentar Biofórmula Leite. A pesquisa analisou a ação do produto em 40 vacas. Depois de 62 dias de uso do Biofórmula, os animais apresentaram aumento na absorção de nutrientes, estímulo no desenvolvimento de bezerros, prevenção de infecções intestinais e aumento da fertilidade do rebanho.

O suplemento à base de microorganismos vivos afeta de forma benéfica o hospedeiro e promove o balanço da microflora intestinal. Na pesquisa, foi analisado o controle da Contagem de Células Somáticas (CCS). Esse indicador aponta o grau de infecção da glândula mamária do animal. O uso do produto conseguiu manter os índices de CCS abaixo do nível exigido pela Instrução Normativa nº 51/2002 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

A validação do produto foi feita por meio de resultados em mais de três experimentos. Em todos eles, a suplementação melhorou a qualidade do leite e levou a uma redução média de 53% na contagem de células somáticas. O produto é vendido aos pecuaristas por uma empresa privada.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA