Colaboração
de Darci Alcântara visa melhorar a qualidade do atendimento a busca por novos
mercados e maior eficiência nos serviços já prestados
Em
busca de se manter atualizada em um mundo competitivo de negócios, a Cotrimaio
apresentou no mês de julho um novo colaborador: Derci Alcântara. O novo
consultor da cooperativa tem longo trânsito no agronegócio e foi contratado,
segundo o vice-presidente Antônio Wünsh, para que a Cotrimaio seja mais
competitiva e mais agressiva no mercado. “Com a chegada de Alcântara, buscamos
desde melhorar a qualidade do atendimento, alcançar novos mercados e ser mais
eficientes nos que nós trabalhamos. Temos que dar um novo foco para a Cotrimaio
em nossa região, que é a área do leite. Queremos buscar, por exemplo, a
instalação de uma fábrica de ração. São coisas que vamos agregando para atender
melhor nosso associado e trazer mais resultados para a cooperativa”, projeta Wünsh.
Alcântara iniciou seus trabalhos buscando informações para fazer um diagnóstico
da situação da cooperativa, possibilitando assim analisar seus focos de
negócios e sugerir caminhos que a cooperativa possa trilhar daqui para frente.
“Já tive a oportunidade de conversar com os associados, que trazem informações
muito importantes de como estão vendo a Cotrimaio. A fidelização do associado
passa necessariamente pela agregação de valor que a cooperativa precisa fazer.
Esse valor precisa ser percebido pelo associado e ele precisa perceber o que a
cooperativa oferece pra ele, gerar satisfação e possibilitar, de forma
ascendente, ainda melhores resultados para a cooperativa”, explica o consultor,
que reitera que a relação entre associado e cooperativa precisa ser continuada,
de confiança, de parceria, em que o produtor vê na cooperativa o seu ente
fornecedor de insumos e negociador de seus produtos, e a cooperativa vê no
associado o respaldo para poder fazer os investimentos que precisa fazer.
Fenômenos climáticos adversos
Segundo Alcântara, a Cotrimaio carrega em sua estrutura as marcas do passado,
muito focado no grão, com uma estrutura gigantesca construída que, por conta
das safras frustradas nos últimos anos, gerou muita ociosidade nas instalações,
o que ocasiona um custo elevado. “Precisamos, claro, ter o associado mais
próximo em safras normais para utilizar plenamente essas capacidades e sobrar
mais recursos para o associado e para a cooperativa. A perspectiva na região,
na área de grãos, é de sempre você ter, a cada cinco anos, um fenômeno
climático adverso. E é por isso que há necessidade de que haja diversificação
das atividades, tendo em vista que nossa estrutura fundiária é em sua grande
maioria de minifúndio, com mais de 80% das famílias de pequenos produtores, os chamados
pronafianos, que se enquadram na categoria do programa de agricultura familiar.
Ou seja, não se pode passar um ano inteiro esperando que o clima seja
plenamente favorável para se ter renda. A renda precisa ser construída no dia a
dia”, explica o consultor.
Mercado extraordinário para o leite
Alcântara cita o exemplo de uma atividade em que a cooperativa tem um longo
histórico e tradição, que é o fomento à bacia leiteira. “É o tipo de atividade
que, com tecnologia apropriada, com as novas maneiras e manejos que se tem hoje
em dia, pode gerar uma ótima renda para as famílias, com pouco trabalho. O
mercado é extraordinário para o leite. O Brasil, em dado momento, até importa
produtos lácteos. O mundo inteiro tem necessidade de produtos. A questão é você
produzir com eficiência, com produtividades elevadas, o que não acontece ainda
na grande maioria dos lugares. Essa lógica precisa ser mudada. Você precisa ter
pastagens adequadas, animais adequados e manejos adequados, para que a
produtividade venha de uma forma em que haja eficiência de custos e receita
sobrando para o produtor”, ressalta.
O ‘ciclo do porco’
Ao falar sobre a alta do preço da saca da soja, Alcântara lembra que a
atividade agrícola, como um todo, é ciclotímica, ou seja, vive de ciclos. “Até
existe um termo clássico chamado de “ciclo do porco”, em que quando os preços
estão altos, todo mundo cria porco. Aí você tem uma super oferta de suínos e,
daqui a pouco, o preço desaba. O que acontece no momento seguinte é que todos
matam as matrizes, vendem as matrizes, e aí há um desabastecimento e volta
aquele ciclo. Na questão da soja e do milho não é diferente. Há de se ter, em
um período de médio e longo prazo, um equilíbrio de forças, porque se eu tenho
um produto muito caro, que é insumo para a produção de carnes, por exemplo, não
consigo produzir carnes a preço competitivo. E, se não produzir a preço
competitivo, não vende, a população não paga. Ela troca de produto, como já
aconteceu em outros momentos. Por consequência, você reduz a demanda e com
isso, acaba tendo uma sobra de produtos no mercado, que acaba pressionando o
preço para baixo novamente”, explica o consultor, que projeta para o próximo
ano a tendência de preços altos, mas que ressalta que a tendência nos anos
seguintes é de equilíbrio.
Produtos alternativos
Alcântara reforça a ideia de que não se deve concentrar em um produto só,
especialmente em uma região como a nossa, em que as propriedades são pequenas e
quando ocorre um fenômeno climático adverso, o produtor fica sem renda. Quem
complementa a ideia é Wünsh, argumentando que um agricultor que planta 20
hectares de soja não consegue lucros, nem mesmo com o preço bom da seja. “Se
ele trabalhar com leite, por exemplo, numa propriedade de 20 ha, ele pode ter
quatro vezes o valor da receita em comparação com a soja. Evidente que dá
trabalho, mas queremos trabalhar, progredir, ter renda e trazer desenvolvimento
para a região, com aumento da circulação de dinheiro. Queremos que a pessoa vá ao
mercado comprar, que consuma carros, televisões, geladeiras, pra fazer com que
a região seja desenvolvida”, projeta Wünsh.
Segundo Alcântara, isso não significa substituir a produção de grãos. “Evidentemente
que isso não vai acontecer. A gente tem toda uma infraestrutura e as
propriedades são preparadas para produzir grãos. O que se está dizendo é que
especialmente nas pequenas propriedades, que são geridas por famílias, esse
tipo de atividade alternativa diversifica a renda da propriedade, que caba
sendo melhorada.”
Cotrimaio ainda maior em 10 anos
Ao ser questionado sobre onde quer ver a cooperativa ao final da próxima
década, o vice-presidente da Cotrimaio fala na força do planejamento
estratégico e projeta a cooperativa bem maior do que está hoje. “Vamos estar,
possivelmente, com uma produção de leite muito grande, assim como uma rede de lojas
e supermercados ampliada, pois haverá mais dinheiro circulando em nossa região.
Possivelmente tenhamos menos associados do que hoje, porque muitos agricultores
devem sair da roça e vir para a cidade, por causa da aposentadoria. Mas, ao
mesmo tempo, teremos uma produção mais qualificada, mais eficiente, gerando mais
renda. A agricultura de precisão vai ser o caminho para quem produz grãos. Não
só vamos ter o foco no leite, mas também no Departamento da Agricultura
Familiar (DAF) pra produzir alimento para que se cumpra a lei dos 30% de
produtos produzidos na região para as creches, escolas, presídios e hospitais
públicos. Será um grande mercado. Vamos participar dessas tomadas de compra e
esse vai ser um grande foco da Cotrimaio”, projeta Wünsh.
Competitividade
Alcântara finaliza lembrando que há três modos de ser competitivo no mercado,
com estratégias que garantem o futuro das empresas, e que para o sucesso é preciso
ser bom nas três. “Mas, para ser líder no setor, você tem que ser excelente em
alguns deles. Ou você tem a melhor qualidade de produto, ou você tem o melhor
preço, ou você tem o melhor atendimento. Não há outras saídas além deste tripé.
Este é o equilíbrio que a gente precisa buscar sempre, e é isso que a
cooperativa está almejando.”
A trajetória de Alcântara
Começou seu histórico profissional no escritório de contabilidade Mário Tesche,
em Três de Maio. Depois entrou no Banco do Brasil, onde fez carreira, sendo gerente
em várias agências e chegado aos cargos de superintendente regional e estadual
do banco, tanto no Paraná como no Rio Grande do Sul. Foi diretor de
investimentos da PREVI, que é o maior fundo de pensão da América Latina. Voltando
ao Banco do Brasil, foi diretor da área de agronegócio em Brasília e vice-presidente
da mesma área. Depois trabalhou na iniciativa privara, em um fundo voltado ao
agronegócio. Também foi presidente da empresa Florestas S/A, hoje Eldorado S/A,
que vem se consolidando como a maior empresa de celulose da América Latina.
Antes de montar seu escritório de consultoria e um fundo de negócios voltado
para investimentos, ainda foi presidente do Banco CNH, em Curitiba. Alcântara
também participa de conselhos de sete empresas voltadas para o agronegócio,
tanto no Brasil como no exterior.
terça-feira, 4 de setembro de 2012
AGRICULTURA: “O cenário é extraordinário para os próximos 10 anos”
No final do mês de julho, um evento na AABB de Três de Maio reuniu mais de 300 produtores rurais da região para duas importantes comemorações. O quinto aniversário da empresa Planta Sul e o lançamento do fungicida Locker, produzido pela FMC. Para o sócio e diretor-geral da Planta Sul, Alexandre Perotti, o evento foi um marco na história da empresa, marcando a consolidação dos cinco anos de atividades na região e trouxe a novidade de um produto que, segundo pesquisadores, vai despontar e sobressair no campo.
A Planta Sul foi criada em 2007, em uma parceria de Perotti com o grupo Rigon e Ceretta. “Optamos por criar uma nova empresa com um projeto bem definido, em que entramos em um mercado extremamente competitivo, com empresas tradicionais com 20 ou 30 anos de trajetória, com uma proposta diferenciada. Todas as empresas disponibilizam produtos de qualidade e não há um grande diferencial na questão preço, então, nossa política foi voltada para a parte técnica, fazendo a diferença no resultado final do nosso cliente”, explica Perotti.
Atualmente a empresa, com matriz em Seberi, já tem outras seis lojas, em Santo Augusto, Três de Maio, Palmeira das Missões, Ronda Alta, Chiapetta e Boa Vista das Missões, mas com atuação em mais de 80 municípios da região.
Ingresso no segmento leiteiro
Dentro de um planejamento estratégico, a Planta Sul sempre trabalhou com produtos que conhece e domina. “Com um passo de cada vez, sempre firme e estruturado, trabalhamos inicialmente com a parte de nutrição de plantas, depois entramos na parte de defensivos e na sequência nos implementos. Esse portfólio foi aumentando na medida em que fomos conquistando um conhecimento maior para que todas as partes saíssem bem embasadas e mantendo o padrão de qualidade Planta Sul. O ano de 2012 está marcando a nossa entrada no segmento leiteiro, que tem crescido muito na região e que, por a gente não conhecer, vínhamos adiando. Hoje criamos um departamento independente, com projeto piloto na matriz em Seberi, focado apenas para a parte leiteira”, relata o diretor.
Segundo Perotti, a ideia é levar algo diferenciado que seja possível contribuir, somar e levar um algo a mais para o produtor. Uma das novidades é uma parceria com a Ordemax, de Lajeado, que tem um foco semelhante ao da Planta Sul, com buscando contribuir para que o cliente possa alcançar um resultado melhor na questão da produtividade.
Otimismo
Perotti conta que após conversas com diretores de empresas multinacionais sobre o mercado e o futuro do agronegócio, tem a convicção de que está no lugar certo. “A agricultura é algo fantástico, com um ciclo muito rápido. Passamos este ano por uma série de dificuldades devido à estiagem que afetou muito a nossa região. Somos, no Estado, a região mais afetada, e por incrível que pareça a recuperação é muito rápida. Nem sequer fizemos uma nova safra e já se percebe uma mudança de foco e principalmente uma percepção do cliente de que a agricultura é feita de fases. Acabamos de viver uma fase difícil e agora já vem uma fase fantástica, uma fase extraordinária.”
O diretor da Planta Sul afirma que o agricultor está muito otimista devido à valorização do produto. “Estava se firmando contrato futuro de soja a R$ 60 ou R$ 62, e isso é excepcional. É algo fantástico que nunca antes se viu. O nosso parâmetro sempre foi de R$ 50 e fechando nisso estava excelente. Agora essa fronteira foi quebrada”, comemora Perotti, que cita ainda que a empresa fez para alguns clientes negócios de milho e trigo, em oportunidades de mercado em que foi possível viabilizar a troca por trigo e milho a R$ 30. “É um momento histórico e muito especial para a agricultura. Estamos passando por uma fase muito difícil devido a forte estiagem por que passamos, mas o cenário futuro é muito interessante e favorável”, projeta.
O posicionamento de especialistas em agronegócio e de economistas, segundo Perotti, é de que para os próximos 10 anos o cenário é extraordinário, com muitas novidades positivas e muita biotecnologia. “A busca incessante é pelo aumento de produtividade, pois a população mundial cresce a cada ano e, num futuro breve, teremos o problema de falta de alimento. A missão da agricultura é alimentar o mundo. Não temos dúvida alguma de que os produtores da nossa região, e mesmo todos que atuam no segmento da produção de alimento, terão um cenário muito favorável nos próximos anos.”
SETREM E CIER-BIOGÁS: Parceria impulsiona estudos e ações para geração de energia renovável
O objetivo é
desenvolver biodigestores compactos de alto rendimento adequados ao perfil
agropecuário da região Noroeste do Rio Grande do Sul
A
Sociedade Educacional Três de Maio (SETREM) firmou acordo de cooperação com o
Centro Internacional de Energias Renováveis com Ênfase em Biogás (CIER-Biogás)
tendo como objetivo a cooperação técnico-científica entre as instituições para
a difusão de conhecimento, desenvolvimento tecnológico e troca de experiências
sobre o tema energias renováveis e biogás.
O
biogás é um dos produtos da degradação dos dejetos de suínos e bovinos de leite
e pode ser aproveitado na geração de energia elétrica e térmica, com a
substituição na queima de gás de cozinha ou lenha. O CIER-Biogás desenvolve
ações no tema biogás na região oeste do estado do Paraná, em que já está em
operação uma cooperativa de agricultores que gera biogás a partir de dejetos de
suínos e bovinos, o qual é transportado através de um gasoduto até uma
Microcentral Termelétrica para geração de energia elétrica, térmica e
futuramente, veicular.
Com a
assinatura do termo de cooperação, a SETREM passa a fazer parte da rede de
parceiros do CIER-Biogás e a ter acesso ao conhecimento ali disponível sobre
biogás. A primeira grande ação foi a instalação de um Biodigestor Compacto de
Leito Fluidizado na instituição de ensino para realização de pesquisas. Os
primeiros estudos serão realizados pela Faculdade de Engenharia de Produção da
SETREM, e, após, as atividades serão estendidas à Faculdade de Agronomia para
disseminação de conhecimento e apoio técnico e laboratorial aos agricultores da
região. Em sequência, as Faculdades de Administração e de Sistemas de Informação
terão condições de participar nos estudos de viabilidade econômica, de controle
e otimização de redes de biodigestores.
Os
resultados das pesquisas visam trazer benefícios ao setor agroindustrial da
região através da oportunidade de obter energia e fertilizantes a partir de
recursos que atualmente são descartados e podem ser nocivos à sustentabilidade
ambiental. Com a novidade, os dejetos suínos e bovinos poderão se transformar
numa colheita de energia e renda para os agricultores.
LABORATÓRIO DA UNIJUÍ: Rede Leite analisa qualidade da silagem
Resultado comprovou baixa qualidade da silagem no período de
estiagem
Considerada reserva de alimento em períodos críticos, a
silagem é uma garantia de que não haverá falta de comida para o gado,
especialmente em épocas de estiagem. Contudo, a zootecnista Juliana Comin,
responsável pelo laboratório de Bromatologia e Nutrição Animal da UNIJUÍ,
acredita ser fundamental que o produtor de leite saiba em que patamar de
qualidade está a silagem que ele oferece às vacas. Essa informação, segundo
Juliana, somente pode ser obtida através de uma detalhada análise feita em
laboratório.
Preocupado, o produtor Élvio Siqueira, de Boa Vista do
Incra, enviou ao laboratório da Unijuí uma amostra da refeição que serviu ao
plantel leiteiro no período de estiagem. Ele tomou esta decisão após conversar
com pesquisadores do Programa em Rede de Pesquisa-Desenvolvimento em Sistemas
de Produção com Atividade Leiteira no Noroeste do Estado (Rede Leite), do qual
ele faz parte desde 2009.
Segundo o produtor, quando o pasto no campo secou e a
alimentação das vacas ficou restrita à silagem, foram verificados alguns prejuízos,
como a dificuldade para se reproduzir e até óbito de uma vaca. O resultado da
análise bromatológica feita na amostra de silagem enviada ao laboratório
confirmou as suspeitas: o alimento que as vacas consumiram era de baixa
qualidade.
Para a zootecnista da UNIJUÍ, isso se deve a vários fatores.
“Logicamente, uma planta que se destine à silagem e que passou por um período
de estiagem vai ser penalizada em termos de nutrientes, porque não teve todo o
aporte que poderia ter em período regular de chuvas para poder fazer suas
composições químicas. No caso, a silagem produzida na propriedade de seu Élvio
perdeu qualidade energética, ficando com baixas calorias, mesmo que o nível de
proteína e de fibras estivesse adequado”.
Os animais necessitariam comer uma quantidade maior dessa
silagem para atingir a sua exigência calórica. Ao fazer isso, no entanto, eles
também estariam ingerindo, em excesso, os demais nutrientes, como a proteína,
por exemplo, o que tenderia a sobrecarregá-lo. “O animal é como nós: se comer a
mais ou a menos dos nutrientes dos quais necessita, vai ter distúrbios
metabólicos. Por isso é importante cuidar isso”, alertou Juliana.
Análises ficam prontas em até duas semanas
A zootecnista explica que a análise da silagem, como
qualquer outro alimento, é realizada pelo método químico tradicional. “A
análise aqui realizada avalia, sobretudo, a proteína, a fibra, a gordura, a
matéria seca e a matéria mineral dos alimentos. Cada fração do alimento é
determinada por uma metodologia diferente. Para determinarmos a proteína
contida na silagem temos uma metodologia diferente da utilizada para a análise
das fibras, por exemplo”, explicou Juliana.
O primeiro passo é a pré-secagem da silagem. A amostra é
colocada em uma estufa para que o excesso de água seja retirado. O que sobrou,
ou seja, a matéria seca, é pesada para se saber de quanto foi a perda de água.
Em seguida, a amostra é reduzida, ou seja, moída. “Isso é necessário porque
simulamos a digestão desse alimento”, esclareceu a zootecnista. Em seguida, vem
a secagem definitiva que retira toda a água e informa o que de fato restou de
nutrientes.
Após todos esses procedimentos, são separadas as porções
para serem feitas as análises de proteína, fibra, gordura, matéria seca e
matéria mineral. De posse dos resultados, os valores são colocados em uma
planilha para a realização dos cálculos pertinentes. Por fim, um laudo da
análise é entregue ao remetente. A análise feita na silagem também pode ser
feita em forrageiras e grãos, e leva em torno de uma a duas semanas para ficar
pronta.
O laboratório de Bromatologia e Nutrição Animal presta
serviços à comunidade desde o início do ano. Conforme Juliana, a maior parte
das análises solicitadas pelos produtores da Região Noroeste se refere a grãos.
Produtores interessados em enviar amostras de gramíneas, que contém maior teor
de água, devem enviá-las dentro de saco plástico, contendo entre 600 g a 1kg.
“Se a entrega da pastagem ocorrer depois de alguns dias da coleta, pedimos para
que a amostra seja congelada, a fim de que não ocorra perda de líquido e de
nutrientes. Estando congelada, a pastagem chega aqui como se recém estivesse
saído da lavoura”, assegurou a zootecnista.
Juliana recomenda que os produtores realizem análises
periódicas dos alimentos. “Assim como nós, os animais precisam comer para se
manter vivos e produzir carne, leite, lã ou ovos. Quanto mais qualidade, melhor
serão os ganhos e o resultado de produção e maior a longevidade produtiva do
animal. Se a qualidade estiver abaixo do normal, o alimento precisa ser
complementado”, finalizou Juliana.
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