terça-feira, 4 de setembro de 2012

AGRONEGÓCIO: Cotrimaio apresenta novo consultor

Colaboração de Darci Alcântara visa melhorar a qualidade do atendimento a busca por novos mercados e maior eficiência nos serviços já prestados

Em busca de se manter atualizada em um mundo competitivo de negócios, a Cotrimaio apresentou no mês de julho um novo colaborador: Derci Alcântara. O novo consultor da cooperativa tem longo trânsito no agronegócio e foi contratado, segundo o vice-presidente Antônio Wünsh, para que a Cotrimaio seja mais competitiva e mais agressiva no mercado. “Com a chegada de Alcântara, buscamos desde melhorar a qualidade do atendimento, alcançar novos mercados e ser mais eficientes nos que nós trabalhamos. Temos que dar um novo foco para a Cotrimaio em nossa região, que é a área do leite. Queremos buscar, por exemplo, a instalação de uma fábrica de ração. São coisas que vamos agregando para atender melhor nosso associado e trazer mais resultados para a cooperativa”, projeta Wünsh.

Alcântara iniciou seus trabalhos buscando informações para fazer um diagnóstico da situação da cooperativa, possibilitando assim analisar seus focos de negócios e sugerir caminhos que a cooperativa possa trilhar daqui para frente. “Já tive a oportunidade de conversar com os associados, que trazem informações muito importantes de como estão vendo a Cotrimaio. A fidelização do associado passa necessariamente pela agregação de valor que a cooperativa precisa fazer. Esse valor precisa ser percebido pelo associado e ele precisa perceber o que a cooperativa oferece pra ele, gerar satisfação e possibilitar, de forma ascendente, ainda melhores resultados para a cooperativa”, explica o consultor, que reitera que a relação entre associado e cooperativa precisa ser continuada, de confiança, de parceria, em que o produtor vê na cooperativa o seu ente fornecedor de insumos e negociador de seus produtos, e a cooperativa vê no associado o respaldo para poder fazer os investimentos que precisa fazer.

Fenômenos climáticos adversos
Segundo Alcântara, a Cotrimaio carrega em sua estrutura as marcas do passado, muito focado no grão, com uma estrutura gigantesca construída que, por conta das safras frustradas nos últimos anos, gerou muita ociosidade nas instalações, o que ocasiona um custo elevado. “Precisamos, claro, ter o associado mais próximo em safras normais para utilizar plenamente essas capacidades e sobrar mais recursos para o associado e para a cooperativa. A perspectiva na região, na área de grãos, é de sempre você ter, a cada cinco anos, um fenômeno climático adverso. E é por isso que há necessidade de que haja diversificação das atividades, tendo em vista que nossa estrutura fundiária é em sua grande maioria de minifúndio, com mais de 80% das famílias de pequenos produtores, os chamados pronafianos, que se enquadram na categoria do programa de agricultura familiar. Ou seja, não se pode passar um ano inteiro esperando que o clima seja plenamente favorável para se ter renda. A renda precisa ser construída no dia a dia”, explica o consultor.

Mercado extraordinário para o leite
Alcântara cita o exemplo de uma atividade em que a cooperativa tem um longo histórico e tradição, que é o fomento à bacia leiteira. “É o tipo de atividade que, com tecnologia apropriada, com as novas maneiras e manejos que se tem hoje em dia, pode gerar uma ótima renda para as famílias, com pouco trabalho. O mercado é extraordinário para o leite. O Brasil, em dado momento, até importa produtos lácteos. O mundo inteiro tem necessidade de produtos. A questão é você produzir com eficiência, com produtividades elevadas, o que não acontece ainda na grande maioria dos lugares. Essa lógica precisa ser mudada. Você precisa ter pastagens adequadas, animais adequados e manejos adequados, para que a produtividade venha de uma forma em que haja eficiência de custos e receita sobrando para o produtor”, ressalta.

O ‘ciclo do porco’
Ao falar sobre a alta do preço da saca da soja, Alcântara lembra que a atividade agrícola, como um todo, é ciclotímica, ou seja, vive de ciclos. “Até existe um termo clássico chamado de “ciclo do porco”, em que quando os preços estão altos, todo mundo cria porco. Aí você tem uma super oferta de suínos e, daqui a pouco, o preço desaba. O que acontece no momento seguinte é que todos matam as matrizes, vendem as matrizes, e aí há um desabastecimento e volta aquele ciclo. Na questão da soja e do milho não é diferente. Há de se ter, em um período de médio e longo prazo, um equilíbrio de forças, porque se eu tenho um produto muito caro, que é insumo para a produção de carnes, por exemplo, não consigo produzir carnes a preço competitivo. E, se não produzir a preço competitivo, não vende, a população não paga. Ela troca de produto, como já aconteceu em outros momentos. Por consequência, você reduz a demanda e com isso, acaba tendo uma sobra de produtos no mercado, que acaba pressionando o preço para baixo novamente”, explica o consultor, que projeta para o próximo ano a tendência de preços altos, mas que ressalta que a tendência nos anos seguintes é de equilíbrio.

Produtos alternativos
Alcântara reforça a ideia de que não se deve concentrar em um produto só, especialmente em uma região como a nossa, em que as propriedades são pequenas e quando ocorre um fenômeno climático adverso, o produtor fica sem renda. Quem complementa a ideia é Wünsh, argumentando que um agricultor que planta 20 hectares de soja não consegue lucros, nem mesmo com o preço bom da seja. “Se ele trabalhar com leite, por exemplo, numa propriedade de 20 ha, ele pode ter quatro vezes o valor da receita em comparação com a soja. Evidente que dá trabalho, mas queremos trabalhar, progredir, ter renda e trazer desenvolvimento para a região, com aumento da circulação de dinheiro. Queremos que a pessoa vá ao mercado comprar, que consuma carros, televisões, geladeiras, pra fazer com que a região seja desenvolvida”, projeta Wünsh.


Segundo Alcântara, isso não significa substituir a produção de grãos. “Evidentemente que isso não vai acontecer. A gente tem toda uma infraestrutura e as propriedades são preparadas para produzir grãos. O que se está dizendo é que especialmente nas pequenas propriedades, que são geridas por famílias, esse tipo de atividade alternativa diversifica a renda da propriedade, que caba sendo melhorada.”

Cotrimaio ainda maior em 10 anos
Ao ser questionado sobre onde quer ver a cooperativa ao final da próxima década, o vice-presidente da Cotrimaio fala na força do planejamento estratégico e projeta a cooperativa bem maior do que está hoje. “Vamos estar, possivelmente, com uma produção de leite muito grande, assim como uma rede de lojas e supermercados ampliada, pois haverá mais dinheiro circulando em nossa região. Possivelmente tenhamos menos associados do que hoje, porque muitos agricultores devem sair da roça e vir para a cidade, por causa da aposentadoria. Mas, ao mesmo tempo, teremos uma produção mais qualificada, mais eficiente, gerando mais renda. A agricultura de precisão vai ser o caminho para quem produz grãos. Não só vamos ter o foco no leite, mas também no Departamento da Agricultura Familiar (DAF) pra produzir alimento para que se cumpra a lei dos 30% de produtos produzidos na região para as creches, escolas, presídios e hospitais públicos. Será um grande mercado. Vamos participar dessas tomadas de compra e esse vai ser um grande foco da Cotrimaio”, projeta Wünsh.

Competitividade
Alcântara finaliza lembrando que há três modos de ser competitivo no mercado, com estratégias que garantem o futuro das empresas, e que para o sucesso é preciso ser bom nas três. “Mas, para ser líder no setor, você tem que ser excelente em alguns deles. Ou você tem a melhor qualidade de produto, ou você tem o melhor preço, ou você tem o melhor atendimento. Não há outras saídas além deste tripé. Este é o equilíbrio que a gente precisa buscar sempre, e é isso que a cooperativa está almejando.”

A trajetória de Alcântara
Começou seu histórico profissional no escritório de contabilidade Mário Tesche, em Três de Maio. Depois entrou no Banco do Brasil, onde fez carreira, sendo gerente em várias agências e chegado aos cargos de superintendente regional e estadual do banco, tanto no Paraná como no Rio Grande do Sul. Foi diretor de investimentos da PREVI, que é o maior fundo de pensão da América Latina. Voltando ao Banco do Brasil, foi diretor da área de agronegócio em Brasília e vice-presidente da mesma área. Depois trabalhou na iniciativa privara, em um fundo voltado ao agronegócio. Também foi presidente da empresa Florestas S/A, hoje Eldorado S/A, que vem se consolidando como a maior empresa de celulose da América Latina. Antes de montar seu escritório de consultoria e um fundo de negócios voltado para investimentos, ainda foi presidente do Banco CNH, em Curitiba. Alcântara também participa de conselhos de sete empresas voltadas para o agronegócio, tanto no Brasil como no exterior.

AGRICULTURA: “O cenário é extraordinário para os próximos 10 anos”

Afirmação do diretor-geral da Planta Sul, Alexandre Perotti, ocorreu durante evento de lançamento do fungicida Locker

No final do mês de julho, um evento na AABB de Três de Maio reuniu mais de 300 produtores rurais da região para duas importantes comemorações. O quinto aniversário da empresa Planta Sul e o lançamento do fungicida Locker, produzido pela FMC. Para o sócio e diretor-geral da Planta Sul, Alexandre Perotti, o evento foi um marco na história da empresa, marcando a consolidação dos cinco anos de atividades na região e trouxe a novidade de um produto que, segundo pesquisadores, vai despontar e sobressair no campo.

 A Planta Sul foi criada em 2007, em uma parceria de Perotti com o grupo Rigon e Ceretta. “Optamos por criar uma nova empresa com um projeto bem definido, em que entramos em um mercado extremamente competitivo, com empresas tradicionais com 20 ou 30 anos de trajetória, com uma proposta diferenciada. Todas as empresas disponibilizam produtos de qualidade e não há um grande diferencial na questão preço, então, nossa política foi voltada para a parte técnica, fazendo a diferença no resultado final do nosso cliente”, explica Perotti.

Atualmente a empresa, com matriz em Seberi, já tem outras seis lojas, em Santo Augusto, Três de Maio, Palmeira das Missões, Ronda Alta, Chiapetta e Boa Vista das Missões, mas com atuação em mais de 80 municípios da região.

Ingresso no segmento leiteiro
Dentro de um planejamento estratégico, a Planta Sul sempre trabalhou com produtos que conhece e domina. “Com um passo de cada vez, sempre firme e estruturado, trabalhamos inicialmente com a parte de nutrição de plantas, depois entramos na parte de defensivos e na sequência nos implementos. Esse portfólio foi aumentando na medida em que fomos conquistando um conhecimento maior para que todas as partes saíssem bem embasadas e mantendo o padrão de qualidade Planta Sul. O ano de 2012 está marcando a nossa entrada no segmento leiteiro, que tem crescido muito na região e que, por a gente não conhecer, vínhamos adiando. Hoje criamos um departamento independente, com projeto piloto na matriz em Seberi, focado apenas para a parte leiteira”, relata o diretor.

 Segundo Perotti, a ideia é levar algo diferenciado que seja possível contribuir, somar e levar um algo a mais para o produtor. Uma das novidades é uma parceria com a Ordemax, de Lajeado, que tem um foco semelhante ao da Planta Sul, com buscando contribuir para que o cliente possa alcançar um resultado melhor na questão da produtividade.

Otimismo
Perotti conta que após conversas com diretores de empresas multinacionais sobre o mercado e o futuro do agronegócio, tem a convicção de que está no lugar certo. “A agricultura é algo fantástico, com um ciclo muito rápido. Passamos este ano por uma série de dificuldades devido à estiagem que afetou muito a nossa região. Somos, no Estado, a região mais afetada, e por incrível que pareça a recuperação é muito rápida. Nem sequer fizemos uma nova safra e já se percebe uma mudança de foco e principalmente uma percepção do cliente de que a agricultura é feita de fases. Acabamos de viver uma fase difícil e agora já vem uma fase fantástica, uma fase extraordinária.”

 O diretor da Planta Sul afirma que o agricultor está muito otimista devido à valorização do produto. “Estava se firmando contrato futuro de soja a R$ 60 ou R$ 62, e isso é excepcional. É algo fantástico que nunca antes se viu. O nosso parâmetro sempre foi de R$ 50 e fechando nisso estava excelente. Agora essa fronteira foi quebrada”, comemora Perotti, que cita ainda que a empresa fez para alguns clientes negócios de milho e trigo, em oportunidades de mercado em que foi possível viabilizar a troca por trigo e milho a R$ 30. “É um momento histórico e muito especial para a agricultura. Estamos passando por uma fase muito difícil devido a forte estiagem por que passamos, mas o cenário futuro é muito interessante e favorável”, projeta.

O posicionamento de especialistas em agronegócio e de economistas, segundo Perotti, é de que para os próximos 10 anos o cenário é extraordinário, com muitas novidades positivas e muita biotecnologia. “A busca incessante é pelo aumento de produtividade, pois a população mundial cresce a cada ano e, num futuro breve, teremos o problema de falta de alimento. A missão da agricultura é alimentar o mundo. Não temos dúvida alguma de que os produtores da nossa região, e mesmo todos que atuam no segmento da produção de alimento, terão um cenário muito favorável nos próximos anos.”


SETREM E CIER-BIOGÁS: Parceria impulsiona estudos e ações para geração de energia renovável


O objetivo é desenvolver biodigestores compactos de alto rendimento adequados ao perfil agropecuário da região Noroeste do Rio Grande do Sul

A Sociedade Educacional Três de Maio (SETREM) firmou acordo de cooperação com o Centro Internacional de Energias Renováveis com Ênfase em Biogás (CIER-Biogás) tendo como objetivo a cooperação técnico-científica entre as instituições para a difusão de conhecimento, desenvolvimento tecnológico e troca de experiências sobre o tema energias renováveis e biogás.

O biogás é um dos produtos da degradação dos dejetos de suínos e bovinos de leite e pode ser aproveitado na geração de energia elétrica e térmica, com a substituição na queima de gás de cozinha ou lenha. O CIER-Biogás desenvolve ações no tema biogás na região oeste do estado do Paraná, em que já está em operação uma cooperativa de agricultores que gera biogás a partir de dejetos de suínos e bovinos, o qual é transportado através de um gasoduto até uma Microcentral Termelétrica para geração de energia elétrica, térmica e futuramente, veicular.

Com a assinatura do termo de cooperação, a SETREM passa a fazer parte da rede de parceiros do CIER-Biogás e a ter acesso ao conhecimento ali disponível sobre biogás. A primeira grande ação foi a instalação de um Biodigestor Compacto de Leito Fluidizado na instituição de ensino para realização de pesquisas. Os primeiros estudos serão realizados pela Faculdade de Engenharia de Produção da SETREM, e, após, as atividades serão estendidas à Faculdade de Agronomia para disseminação de conhecimento e apoio técnico e laboratorial aos agricultores da região. Em sequência, as Faculdades de Administração e de Sistemas de Informação terão condições de participar nos estudos de viabilidade econômica, de controle e otimização de redes de biodigestores.

Os resultados das pesquisas visam trazer benefícios ao setor agroindustrial da região através da oportunidade de obter energia e fertilizantes a partir de recursos que atualmente são descartados e podem ser nocivos à sustentabilidade ambiental. Com a novidade, os dejetos suínos e bovinos poderão se transformar numa colheita de energia e renda para os agricultores.

LABORATÓRIO DA UNIJUÍ: Rede Leite analisa qualidade da silagem


Resultado comprovou baixa qualidade da silagem no período de estiagem

Considerada reserva de alimento em períodos críticos, a silagem é uma garantia de que não haverá falta de comida para o gado, especialmente em épocas de estiagem. Contudo, a zootecnista Juliana Comin, responsável pelo laboratório de Bromatologia e Nutrição Animal da UNIJUÍ, acredita ser fundamental que o produtor de leite saiba em que patamar de qualidade está a silagem que ele oferece às vacas. Essa informação, segundo Juliana, somente pode ser obtida através de uma detalhada análise feita em laboratório.

Preocupado, o produtor Élvio Siqueira, de Boa Vista do Incra, enviou ao laboratório da Unijuí uma amostra da refeição que serviu ao plantel leiteiro no período de estiagem. Ele tomou esta decisão após conversar com pesquisadores do Programa em Rede de Pesquisa-Desenvolvimento em Sistemas de Produção com Atividade Leiteira no Noroeste do Estado (Rede Leite), do qual ele faz parte desde 2009.

Segundo o produtor, quando o pasto no campo secou e a alimentação das vacas ficou restrita à silagem, foram verificados alguns prejuízos, como a dificuldade para se reproduzir e até óbito de uma vaca. O resultado da análise bromatológica feita na amostra de silagem enviada ao laboratório confirmou as suspeitas: o alimento que as vacas consumiram era de baixa qualidade.

Para a zootecnista da UNIJUÍ, isso se deve a vários fatores. “Logicamente, uma planta que se destine à silagem e que passou por um período de estiagem vai ser penalizada em termos de nutrientes, porque não teve todo o aporte que poderia ter em período regular de chuvas para poder fazer suas composições químicas. No caso, a silagem produzida na propriedade de seu Élvio perdeu qualidade energética, ficando com baixas calorias, mesmo que o nível de proteína e de fibras estivesse adequado”.

Os animais necessitariam comer uma quantidade maior dessa silagem para atingir a sua exigência calórica. Ao fazer isso, no entanto, eles também estariam ingerindo, em excesso, os demais nutrientes, como a proteína, por exemplo, o que tenderia a sobrecarregá-lo. “O animal é como nós: se comer a mais ou a menos dos nutrientes dos quais necessita, vai ter distúrbios metabólicos. Por isso é importante cuidar isso”, alertou Juliana.

Análises ficam prontas em até duas semanas
A zootecnista explica que a análise da silagem, como qualquer outro alimento, é realizada pelo método químico tradicional. “A análise aqui realizada avalia, sobretudo, a proteína, a fibra, a gordura, a matéria seca e a matéria mineral dos alimentos. Cada fração do alimento é determinada por uma metodologia diferente. Para determinarmos a proteína contida na silagem temos uma metodologia diferente da utilizada para a análise das fibras, por exemplo”, explicou Juliana.

O primeiro passo é a pré-secagem da silagem. A amostra é colocada em uma estufa para que o excesso de água seja retirado. O que sobrou, ou seja, a matéria seca, é pesada para se saber de quanto foi a perda de água. Em seguida, a amostra é reduzida, ou seja, moída. “Isso é necessário porque simulamos a digestão desse alimento”, esclareceu a zootecnista. Em seguida, vem a secagem definitiva que retira toda a água e informa o que de fato restou de nutrientes.

Após todos esses procedimentos, são separadas as porções para serem feitas as análises de proteína, fibra, gordura, matéria seca e matéria mineral. De posse dos resultados, os valores são colocados em uma planilha para a realização dos cálculos pertinentes. Por fim, um laudo da análise é entregue ao remetente. A análise feita na silagem também pode ser feita em forrageiras e grãos, e leva em torno de uma a duas semanas para ficar pronta.

O laboratório de Bromatologia e Nutrição Animal presta serviços à comunidade desde o início do ano. Conforme Juliana, a maior parte das análises solicitadas pelos produtores da Região Noroeste se refere a grãos. Produtores interessados em enviar amostras de gramíneas, que contém maior teor de água, devem enviá-las dentro de saco plástico, contendo entre 600 g a 1kg. “Se a entrega da pastagem ocorrer depois de alguns dias da coleta, pedimos para que a amostra seja congelada, a fim de que não ocorra perda de líquido e de nutrientes. Estando congelada, a pastagem chega aqui como se recém estivesse saído da lavoura”, assegurou a zootecnista.

Juliana recomenda que os produtores realizem análises periódicas dos alimentos. “Assim como nós, os animais precisam comer para se manter vivos e produzir carne, leite, lã ou ovos. Quanto mais qualidade, melhor serão os ganhos e o resultado de produção e maior a longevidade produtiva do animal. Se a qualidade estiver abaixo do normal, o alimento precisa ser complementado”, finalizou Juliana.