terça-feira, 12 de julho de 2011

Produtores investem em tecnologias contra o frio para evitar prejuízos

Perdas no campo devem provocar aumento de preço das hortaliças
Leandro Becker | Passo Fundo (RS)
       Rúculas fartas na estufa contrastam com alfaces destruídas pelos efeitos danosos da geada em Passo Fundo, no norte do Rio Grande do Sul. Um cenário que reforça a necessidade de investir em ambientes protegidos e novas tecnologias para evitar prejuízos.
      O frio intenso e a umidade desafiam agricultores como Edgar de Souza. Dos 4,5 hectares de hortaliças plantadas, só há mil metros quadrados de rúcula na estufa. Alface, brócolis, couve-flor e tempero verde são reféns do clima. A geada consumiu 75% da produção de alface e mais da metade das demais hortaliças. O prejuízo chega a quase R$ 20 mil.
      – Não há planta que aguente. Encontrar uma boa é como garimpar ouro – conta o agricultor, que cultiva hortaliças há 22 anos.
      Feito há um ano e meio, o investimento de cerca de R$ 35 mil na estufa amenizou as perdas e aumentou a qualidade. Financiado, o abrigo começa a ser pago em fevereiro de 2012. Souza sonha em ampliar a área protegida, mas falta dinheiro. Mesmo assim, estuda implantar túneis baixos de plástico.
      Os prejuízos decorrentes do frio na produção de hortaliças refletirão no bolso dos consumidores. Para a próxima semana, a Centrais de Abastecimentos do RS (Ceasa/RS) estima alta superior a 25% nas vendas de alface, agrião, rúcula, radite, espinafre e tempero verde para o varejo.
      – O clima atinge a produção. Se cai a oferta, a tendência é subir o preço – diz Claiton Colvello, do setor de análise e informações da Ceasa/RS.
      A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) projeta alta de até 40% nos preços de hortaliças. Apesar disso, garante que não há risco de faltar produtos e reitera que a redução de consumo no inverno diminui o problema.
Como proteger a produção do frio:

Hortaliças

      - Risco: perda parcial ou total da produção feita a céu aberto e aumento no consumo de água e energia.
      - O que fazer: a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) recomenda o uso de túneis baixos, mais barato, mas exige mão de obra, ou estufas,eficiente, mas com custo maior, para melhorar qualidade, precocidade e produtividade.

Grãos

      - Risco: Quebra parcial da safra nas culturas de inverno como trigo, cevada e canola
      - O que fazer: a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) recomenda ao produtor ter seguro agrícola, investir em genética e fazer o plantio em épocas diferentes para amenizar eventuais perdas.
ZERO HORA

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