quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Senado aprova MP que reestrutura dívidas de produtores atingidos por enchentes e seca


O Senado aprovou ontem (28) a primeira de duas medidas provisórias editadas para sanar problemas de produtores rurais relacionados a questões climáticas como seca ou excesso de chuvas.

A MP 565 autoriza o Poder Executivo a criar linhas de créditos especiais para atender aos setores rural, industrial, comercial e de serviços em municípios atingidos por secas e enchentes. A MP também prevê, entre outros benefícios, a renegociação de dívidas com o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) das cidades atingidas por calamidades.

De acordo com o relator da matéria, senador Walter Pinheiro (PT-BA), a renegociação das dívidas dos produtores era uma das demandas mais importantes porque propicia que eles possam se reestruturar para voltar a produzir depois do período de estiagem. “É uma vitória importante para que a gente possa reorganizar a base no campo e dar novos créditos para que essa base possa voltar a produzir”.

Com a reestruturação da dívida, que será feita com juros menores, os produtores poderão ter acesso a novas linhas de crédito que serão financiadas por recursos dos fundos de Financiamento do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste. A medida provisória permite a ampliação do valor do Auxílio Emergencial Financeiro de R$ 300 para R$ 400, com parcelas de R$ 80. De acordo com Pinheiro, dados do Ministério da Fazenda estimam que a MP vai beneficiar cerca de 500 mil produtores, sendo a maior parte, 350 mil, com dívidas de até R$ 35 mil.

Para Pinheiro, essa medida associada à MP 569, que deve ser aprovada amanhã no Senado, ajuda a criar “ações perenizadoras” de ajuda aos agricultores que vivem em regiões afetadas constantemente pelo clima. “Não se combate a seca, se constrói políticas de convivência com ela”, disse o senador se referindo as duas MPs.

A MP 569 concede crédito de R$ 688,4 milhões para o atendimento à população dos municípios atingidos pela seca no Nordeste e para municípios de outras regiões do país atingidos por fortes chuvas. A verba deve ser usada em ações de ajuda à população na compra de alimentos, agasalhos, distribuição de água em carros-pipa e abrigos emergenciais.

Um acordo propiciou a votação simbólica da MP 565 hoje. A matéria contou com o apoio inclusive dos partidos de oposição. Os líderes também já acordaram a votação da MP 569 amanhã. A medida aprovada hoje segue para sanção presidencial por não ter sofrido alterações por parte dos senadores.

Agência Brasil

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Soja ganhará espaço sobre milho, arroz e pastagem no RS em 12/13


A soja vai ocupar na próxima safra de verão algumas áreas do Rio Grande do Sul onde havia pastagens e plantações de milho e feijão, e o plantio da oleaginosa aumentará para um recorde na temporada 2012/13.

A semeadura crescerá 6,22 por cento ante a temporada 2011/12, para 4,4 milhões de hectares, previu nesta segunda-feira a Emater, órgão estatal responsável pela assistência técnica no Estado.

Se for confirmada a previsão, o plantio bateria o recorde registrado em 11/12, considerando números históricos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

"Preços em alta, demanda aquecida e os problemas enfrentados com as safras de outros importantes países fazem com que os produtores tenham interesse pela produção da oleaginosa", afirmou a entidade em nota, em seu primeiro levantamento de intenção de plantio para o verão 2012/13.

O Rio Grande do Sul deverá ter uma área de 4,4 milhões de hectares com soja, 258 mil a mais que em 2011/12. Desse total, a soja vai ocupar 150 mil hectares tradicionalmente utilizados para pastagem ou para semeadura de arroz. O restante tomará espaço de lavouras de milho e feijão, entre outros grãos.

Quanto à produção, tomando como base os rendimentos médios dos últimos dez anos, o Estado poderá colher 11,34 milhões de toneladas de soja e 5,05 milhões de toneladas de milho.

Pelas estimativas feitas por consultorias, em 2012/13 o Rio Grande do Sul poderá voltar a ser o terceiro Estado produtor de soja, atrás de Mato Grosso e Paraná, após ter sofrido severas perdas na temporada 11/12.

O milho terá redução de 5,5 por cento na área, ante a safra anterior, somando 1,05 milhão de hectares em 2012/13.

"No feijão, nem mesmo a expressiva valorização do produto nos últimos meses foi capaz de frear a diminuição da área cultivada com esse importante alimento, marcando uma tendência observada desde 1995, que faz com que a área destinada à cultura diminua ano a ano", completou a Emater.

O grão ocupará 55.359 hectares, redução de 6 por cento ante o verão 2011/12.

ARROZ

O Rio Grande do Sul, que produz quase dois terços do arroz colhido no país, registrará perda 2,9 por cento de área semeada com o cereal ante a temporada passada, somando 1 milhão de hectares.

"Altos estoques, dificuldades durante a comercialização da safra passada e preços defasados em relação às médias históricas, apesar da recente recuperação, parecem ter causado um desestímulo entre os plantadores", salientou o relatório da Emater, acrescentando que as barragens ainda não atingiram as cotas máximas nas principais regiões produtoras, aumentando a apreensão dos produtores quanto a uma falta de água para irrigação.

(Por Gustavo Bonato) 
Reuters

Produtor de soja poderá ter renda de R$ 1.463/ha na safra 2012/13

O produtor brasileiro de soja vive hoje um dos melhores momentos das últimas décadas em termos de renda. Na safra 2012/13, a perspectiva é de uma renda média de R$ 1.463,00 por hectare no caso dos produtores de Mato Grosso. O cálculo é do consultor André Pessoa, da Agroconsult Consultoria e Projetos e foi revelado durante palestra no 2º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, promovido nessa segunda-feira (27), em São Paulo, pela Anda – Associação Nacional para Difusão de Adubos. 

Nos cálculos, Pessoa considera que o produtor consiga uma produtividade de 53 sacas por hectare e não inclui o desconto de depreciação da terra. Mesmo assim, a projeção é de que na safra 2013/14, a renda líquida deve estar na casa de R$ 1.300,00 por hectare. “Se continuar nesse ritmo, esse produtor pode andar de turbante”, comenta Pessoa, fazendo uma analogia com os produtores de petróleo árabes. 

Segundo o especialista, isso poderá causar uma alteração significativa também no perfil de crédito, pois um agricultor que desde 2007 vem conseguindo elevações expressivas em sua renda necessita cada vez menos de crédito. “Em 2007, para cada R$ 1,00 que o agricultor colocava no financiamento do plantio da soja, pegava outros R$ 19,00 de crédito. Isso veio caindo e, em 2011, para cada R$ 1,00 próprio, ele só pegava R$ 3,00. Para a safra 2012/13, para cada R$ 1,00 próprio, ele só tomará mais R$ 1,00 de crédito”, completa Pessoa. 

O quadro, de acordo com o consultor, pode ficar ainda mais favorável ao produtor brasileiro em função da quebra de safra americana, prejudicada pela seca. Os levantamentos recentes indicam um declínio de 17 milhões de toneladas na produção americana, na comparação com a safra do ano passado, fato que tende a elevar ainda mais os preços da commodity.

Também os sinais vindos da China são favoráveis ao produtor brasileiro de soja, assim como das demais culturas de grãos. Segundo Pessoa, a desaceleração econômica na China é acompanhada de uma mudança no perfil econômico do gigante asiático. “O rearranjo chinês é na direção de uma diminuição dos investimentos em infraestrutura com prioridade para as aplicações em consumo. Daí que não se prevê redução nas importações de commodities agrícolas, mas talvez até um crescimento”, finaliza ele, lembrando que este ano as importações de milho da China já somaram 10 milhões de toneladas e que para 2015 devem estar na casa de 18 milhões de toneladas.

Fonte: Agrolink

Emater/RS-Ascar apresenta primeira estimativa para a safra 2012/2013

A Emater/RS-Ascar divulgou o primeiro Levantamento sobre Intenção de Plantio para a Safra de Verão 2012/2013, nessa segunda-feira (27), no Parque de Exposições Assis Brasil, durante a 35ª Expointer. Os números, analisados de maneira preliminar, indicam que o Estado deverá ter pouca variação em relação à área a ser plantada com as principais culturas de verão (arroz, feijão 1ª safra, milho e soja), na comparação com o semeado no ano anterior. A variação foi de +2,55%, se considerado o total semeado com essas culturas.

Analisando as culturas individualmente, identificou-se uma variação de -2,90% na área do arroz, -6,01% na área do feijão 1ª safra, -5,55% na área do milho e +6,22% para a área da soja. Os dados foram contabilizados pelo Núcleo de Informações, Análise e Planejamento, da Gerência de Planejamento da Emater/RS-Ascar.

Participaram da apresentação o presidente e o diretor técnico da Emater/RS, respectivamente, Lino De David e Gervásio Paulus, o secretário do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan, o secretário adjunto da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Claudio Fioreze, os presidentes da Ceasa e do Irga, Paulino Donatti e Cláudio Pereira.

"A primeira projeção é extremamente positiva, favorecida pelo crédito abundante e subsidiado pelos Governos Estadual e Federal, o que permite investimento em tecnologia. Há ainda perspectiva de clima favorável e os preços das commodities estão acima da média histórica. Nossa expectativa é de que a produção ainda possa ser maior, garantindo a recuperação financeira dos produtores", avaliou o presidente De David.

O secretário Pavan também creditou o aumento da área cultivada com soja ao preço, ressaltando ainda que é importante o produtor diversificar a produção para ter mais estabilidade. "E o Plano Safra, tanto Estadual como Federal, contempla isso. Esses números são animadores e isso faz com que as cadeias representem, aproximadamente, 50% do PIB gaúcho", destacou.

Em relação ao avanço da área de soja sobre regiões que tradicionalmente contavam com o plantio de milho, o diretor técnico da Emater/RS, Gervásio Paulus, afirmou que este fato é consequência dos preços acima da média pagos à oleaginosa. Paulus destaca ainda que o milho é uma cultura bastante sensível a determinadas alterações climáticas, como a escassez de água. "Historicamente, há um avanço da soja sobre áreas de milho, em especial para a Metade Sul do Estado", diz o diretor técnico da Emater/RS.

Conforme Paulus, este dado é bom para o produtor, mas, do ponto de vista ambiental, há prejuízos sobre os campos nativos do Bioma Pampa. "E ainda mais porque estas áreas da região Sul, onde há o plantio de soja, são, em geral, arrendadas, o que, de certa forma, apresenta uma tendência de menor preocupação por parte do produtor com a manutenção a médio e longo prazo".

Expectativas para os grãos
No arroz, altos estoques, dificuldades durante a comercialização da safra passada e preços defasados em relação às médias históricas, apesar da recente recuperação, parecem ter causado um desestímulo entre os plantadores. Além disso, tem que considerar os problemas com as barragens, que ainda não atingiram suas cotas máximas nas principais regiões produtoras, aumentando a apreensão dos produtores quanto a uma falta de água para irrigação. Na safra 2012/2013, o arroz deverá ocupar uma área de 1.006.216, o que representa uma redução de 2,9% em relação à anterior (1.036.234).

No feijão, nem mesmo a expressiva valorização do produto nos últimos meses foi capaz de frear a diminuição da área cultivada com esse importante alimento, marcando uma tendência observada desde 1995, que faz com que a área destinada à cultura diminua ano a ano. Além disso, para esta safra, a concorrência com a soja se mostrou favorável a esta última, com os produtores optando pela oleaginosa. O feijão irá ocupar uma área de 55.359, 6,01% inferior a safra 2011/2012, quando o Estado contou com 58.899 hectares com o grão.

O milho é outra cultura que este ano terá área "roubada" pela soja, uma vez que, na comparação entre as duas culturas, em termos de preço e rentabilidade, a soja leva grande vantagem sobre o milho. O levantamento indica que, para a safra 2012/2013, o milho terá uma redução, apontada até o momento, de 5,55% em relação à safra passada. Mesmo assim, o total ainda ficaria ao redor de um milhão de hectares. Os produtores de milho devem plantar uma área de 1.056.730 hectares, contra os 1.118.730 da safra 2011/2012.

No sentido inverso à tendência apresentada pelas demais culturas, a soja parece confirmar o que era esperado por todos os integrantes da cadeia agrícola. Preços em alta, demanda aquecida e os problemas enfrentados com as safras de outros importantes países fazem com que os produtores tenham interesse pela produção da oleaginosa.

O aumento de 6,22% em relação à safra passada representa, em termos absolutos, uma ocupação de mais 258 mil hectares com soja no Estado. Destes, cerca de 150 mil hectares são de áreas novas, tradicionalmente ocupadas pela pecuária (campo nativo/pastagens), ou mesmo pelo arroz, nas regiões Sul (região de Pelotas: 33,4 mil hectares), Campanha (região de Bagé: 55 mil hectares) e Centro-Oeste (região de Santa Maria: 63 mil hectares). O RS deverá ter uma área de 4.404.044 hectares com a oleaginosa, contra os 4.145.975 hectares.

Quanto à produção e baseando-se em rendimentos iniciais, que são obtidos a partir da tendência apresentada pelos rendimentos médios municipais nos últimos dez anos, o Estado poderá colher 24.063.097 de toneladas de grãos de verão em 2013, sendo 7.592.901 de arroz, 67.989 de feijão, 5.054.643 de milho e 11.347.564 de soja.

Fonte: Emater - RS

Indústria de adubo do Brasil prevê investir US$18,9 bi até 2017

As indústrias brasileiras de fertilizantes deverão investir 18,9 bilhões de dólares até 2017, contribuindo para reduzir a dependência do mercado externo, um salto se comparados aos 13 bilhões de dólares anunciados no ano anterior, disse nessa segunda-feira (27) o diretor-executivo da associação que reúne a indústria.

"Isso tudo corresponde ao desejo e ao que as indústrias estão fazendo (para aumentar a oferta)... são compromissos públicos", disse David Roquetti Filho, o diretor-executivo da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda), durante conferência de imprensa durante o 2o Congresso Brasileiro de Fertilizantes, em São Paulo.

Com estes investimentos, a oferta da indústria de nutrientes em 2017 poderá chegar a 9,35 milhões de toneladas dos nutrientes nitrogênio, potássio e fósforo (NPK), ou cerca de 18 milhões de toneladas de fertilizantes.

Um volume de produção que, de acordo com a Anda, deverá ser suficiente para cobrir 63 por cento da demanda brasileira, contra os 28 por centos estimados em 2012.

Os números apresentados referem-se a projetos desde a fase de estudos de viabilidade econômica até próximos da fase de implantação, entre os da Petrobras, Copebras, Galvani, MBAC, e incluem ainda o projeto de potássio Rio Colorado, da Vale, na Argentina.

O diretor-executivo da Anda ressalta que dos 88 bilhões de dólares em projetos previstos para até 2017 no mundo, um quinto deve ser realizado no Brasil, onde a demanda por fertilizantes é crescente, em torno de 6 por cento ao ano, contra um ritmo anual de 6 por cento no mundo.

O vice-presidente do conselho de administração da Anda, George Wagner Bonifácio e Sousa, ponderou que a despeito da perspectiva de incremento da oferta de fertilizantes, o Brasil ainda terá certa dependência do mercado externo.

"Mesmo com todos os investimentos, a curva de crescimento ainda aponta alguma dependência da importação", afirmou Sousa.

No caso do potássio, acrescentou, sem a Argentina o cenário pode ficar praticamente estável. Atualmente, o Brasil importa cerca de 90 por cento de sua demanda anual.

Fonte: Reuters