terça-feira, 28 de junho de 2011

Alta no preço do milho faz governo pensar em usar arroz na alimentação de suínos e aves

Oposto à valorização do milho no mercado internacional, arroz enfrenta desvalorização após supersafra do grão

Ricardo Cunha | Porto Alegre (RS) 

    As criações de suínos e aves no sul do país absorvem por ano em torno de 4,6 milhões de toneladas de milho para alimentar os animais. Este ano, com a valorização do grão no mercado internacional, o preço do milho subiu até 45% e promoveu uma crise nas atividades.

    – A suinocultura vive um momento muito difícil por, basicamente, três motivos. O primeiro é o encarecimento do preço do grão do milho. O segundo motivo é a taxa de câmbio, que inviabiliza as exportações. O terceiro motivo é o fechamento da Rússia para as carnes do Brasil, sendo que a Rússia era o nosso principal importador – disse Carlos Alberto Freitas, diretor superintendente da Cooperativa dos Suinocultores de Encantado/RS (Cosuel).

    Outro setor que enfrenta dificuldades neste ano é o do arroz. A supersafra e os estoques existentes na ordem de 3,5 milhões de toneladas fizeram com que o preço do produto despencasse ao patamar de R$ 18 por saca, enquanto que o custo de produção está na faixa de R$ 28.

    A equipe econômica do governo federal já anunciou que a solução para a crise do arroz, da suinocultura e da avicultura poderá acontecer a partir de uma ação conjunta dessas três cadeias produtivas. Uma das possibilidades é utilizar o arroz, em substituição ao milho, na ração de suínos e aves.

    – Se nós conseguíssemos tirar 500 mil a um milhão de toneladas de arroz, isso traria um benefício enorme na cadeia, tiraria o estoque de passagem e liberaria armazéns para que nos pudéssemos colocar essa safra que veio em grande quantidade – observou José Carlos Gross, diretor técnico da Federarroz.

    As cooperativas não veem nenhum prejuízo nutricional em substituir o milho pelo arroz na ração dos animais.

    – O grão de arroz poderia ser utilizado na alimentação de suínos e aves, pois os níveis nutricionais são semelhantes aos do milho – falou Carlos Alberto Freitas.

    As autoridades e os representantes do setor privado trabalham agora na elaboração de uma política de subvenção para a compra do arroz por parte das indústrias. Outra preocupação do governo é que essa medida não traga problemas para os consumidores. Mas isso, o setor garante que não vai acontecer.

    – Eu garanto que não há risco de desabastecimento e da população ficar sem alimentos, que sempre foi o que o arrozeiro fez – frisou José Carlos Gross.
CANAL RURAL

Condições climáticas podem favorecer plantio de trigo no Sul do país

Fenômenos La Niña e El Niño não devem ser registrados neste ano

Leonardo Bonesso | Cruz Alta (RS)

    O inverno chega com boas previsões para a agricultura do Rio Grande do Sul. Os fenômenos La Niña e El Niño, que em outros anos provocaram muitos prejuízos para os produtores, não devem ser registrados neste ano. O que vai favorecer a cultura do trigo.
Até o momento o frio na medida certa e a boa intensidade de chuva, após o plantio, têm garantido o desenvolvimento do trigo nas lavouras. Com isso, os agricultores estão mais otimistas.
    – O clima, até agora, favoreceu. O primeiro campo já está todo germinado. Nascendo bem, e fazendo o plantio na época certa, já é um bom começo – conta o agricultor Evaldo Quaini.
Apesar do otimismo, o agricultor não aumentou a área de cultivo, manteve os 130 hectares. Em compensação investiu forte em diferentes variedades.
    – Estou mantendo a área. Nem sempre a indústria procura o trigo pão, que paga mais que o trigo brando. Normalmente, vamos mais pela cultivar, pela resistência a doenças, produtividade – afirma.
Segundo o agrônomo Jorge Vargas, entre o plantio e a germinação, as temperaturas baixas são favoráveis para o crescimento da planta.
    – Na primeira fase, quanto mais frio melhor para o desenvolvimento, para perfilação e formação de raízes. Uma cultura de inverno precisa de temperaturas baixas – explica.
    A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que até o momento, mais da metade da área destinada ao cereal no Estado foi semeada. Previsão é que a produção de trigo no Rio Grande do Sul ultrapasse 15% a safra anterior, chegando a 1,8 milhão de toneladas.

(CANAL RURAL)

Agropecuária impulsiona crescimento da economia do Rio Grande do Sul no primeiro trimestre de 2011

Índice Trimestral de Atividade Produtiva da Fundação de Economia e Estatística destaca produções de fumo e de arroz

Nestor Tipa Júnior | Porto Alegre (RS)

    A agropecuária puxou o crescimento da economia do Rio Grande do Sul no primeiro trimestre do ano. O Índice Trimestral de Atividade Produtiva (ITAP) do Rio Grande do Sul apresentou no período expansão de 7,3% na comparação com igual período do ano anterior. O setor primário teve alta de 26%, maior taxa desde o início da série histórica, em 2003.

   Os dados foram divulgados pela Fundação de Economia e Estatística (FEE). O principal impulso para o bom desempenho do setor veio da lavoura, com crescimento de 33,4%. Já a produção animal cresceu 4,3%.
O economista da FEE, Martinho Lazzari, afirma que a alta na economia do estado foi puxada, principalmente, pelas produções de arroz e de fumo.

   – Dentro da agropecuária a agricultura foi o principal destaque, principalmente pelo crescimento na produção de arroz e de fumo. São produtos que concentram a produção neste primeiro trimestre porque tiveram desempenhos produtivos bastante positivos – salienta.

   A indústria de transformação gaúcha teve crescimento de 2% no primeiro trimestre, representando uma desaceleração em relação às altas taxas de crescimento verificadas ao longo de 2010. Já o setor de serviços cresceu 6,2% no período. Esse resultado foi determinado, em grande parte, pelo bom desempenho do comércio.

(RÁDIO GAÚCHA)

Agropecuária é responsável por maior parte das emissões de gases do efeito estufa no RS, aponta estudo

Setor representa 67,7% das emissões no Estado

Humberto Trezzi

   Nada menos do que 67,7% dos gases responsáveis pelo efeito estufa no Rio Grande do Sul são provenientes de atividades agropecuárias. Mais especificamente, 34,3% gerado pela agricultura e 33,4%, pela criação de gado. O restante, na maior parte, surge do uso de energia, especialmente da queima de combustíveis.
    A estimativa consta do Plano Ar, Clima e Energia (Pace), projeto de cooperação entre o governo francês e Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) para verificar as condições ambientais do Estado. Desenvolvido durante um ano e meio, o estudo visa melhorar a qualidade do ar no Rio Grande do Sul. Para isso, será necessário reduzir as emissões de gases de efeito estufa, causadores de mudanças climáticas, e racionalizar a gestão da energia.
   Os resultados do Pace, serão discutidos nesta terça, dia 28, em seminário no Clube do Comércio, em Porto Alegre (RS). Estarão presentes representantes de agências do governo federal e da França, de entidades ambientais do Paraná e Mato Grosso do Sul, de Itaipu Binacional, além de autoridades do Estado.

Agropecuária tem impacto nas emissões em todo o mundo

    Não chega a ser novidade o impacto que a agropecuária, sobretudo o gado, tem nas emissões de gases. Isso ocorre em todo o mundo, sendo a principal fonte de poluição em locais pouco industrializados. A novidade está no fato de que nunca tinha sido mensurado no Rio Grande do Sul. Conforme a consultora ambiental francesa e coordenadora do Pace, Charlotte Raymond, metade das emissões agropecuárias que atingem as altas atmosferas devem-se à fermentação entérica de gado, o gás produzido pela digestão do pasto, e queima de vegetais para plantio de pastagem – as queimadas.
   As emissões gases no Estado foram estimadas em cerca de 59 milhões de teq CO2 (toneladas equivalentes a CO2, dióxido de carbono), para o ano base 2005. Charlotte ressalta que isso se trata de um excesso, mesmo que seja similar a outras regiões do globo.
   O diagnóstico também alerta para os riscos que a população do Rio Grande do Sul está exposta com relação a mudanças climáticas. Caso nada mude, o cenário é de aumento da temperatura entre 1°C e 4°C até 2100, crescimento nas chuvas entre 5% e 10% até 2050 e inundações com frequência cada vez maior.

 (ZERO HORA) 

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Camarões produzidos em água doce são despescados no Rio Grande do Sul

Foram despescados pela primeira vez no Brasil camarões produzidos em água doce, salinizada artificialmente. Foi em Uruguaiana, no oeste do Rio Grande do Sul.
A despesca de três tanques de cultivo aconteceu na última quarta, dia 15. A expectativa era de uma produção de 800 quilos a uma tonelada de camarão.
O camarão foi produzido em água doce, salinizada artificialmente pelos técnicos. Segundo a médica veterinária responsável pelo Camaroeste, Diana Mutt, o projeto é pioneiro no país.
Os estagiários da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) trabalham na embalagem dos camarões. Antes de conhecer o projeto muitos nem imaginava a possibilidade de produzir camarão em água doce.
O camarão branco do pacífico tem um ciclo de produção de quatro de meses. Para montar a estrutura de tanques foi necessário um investimento de R$ 80 mil.
O projeto pretende estimular a produção de camarões na fronteira oeste do Estado, como uma nova opção de cultura e renda. As 55 mil larvas do primeiro lote foram trazidas de Natal, Rio Grande do Norte, em março. A primeira produção de camarões de Uruguaiana deve ser servida em um jantar beneficente. Por: Vanessa Backes | Uruguaiana (RS)